
Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO), nesta terça-feira (8), a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que o Brasil terá, em 2026, o maior salário mínimo em valor real das últimas cinco décadas. A projeção do governo é de que o piso nacional passe dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.630 no próximo ano.
Tebet destacou que, embora o reajuste represente um ganho para os trabalhadores, também exige atenção com as contas públicas. Segundo ela, cada R$ 1 de aumento no mínimo gera um impacto de R$ 420 milhões nas despesas da União, sobretudo por conta de benefícios sociais e previdenciários vinculados ao valor.
Ainda assim, a ministra assegurou que o governo tem trabalhado com responsabilidade fiscal. Ela reforçou o compromisso com o novo Arcabouço Fiscal e com a trajetória de estabilização da dívida pública, afirmando que as projeções são realistas e sustentáveis.
Durante a sessão, também foram apresentados dados do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026. A estimativa é de que o governo alcance um superávit primário de R$ 34,3 bilhões — o que representa 0,25% do PIB. As receitas primárias devem somar R$ 3,197 trilhões, sendo R$ 2,107 trilhões oriundos da Receita Federal. As despesas obrigatórias devem chegar a R$ 2,385 trilhões, com outros R$ 208 bilhões em gastos discricionários.