Neste mês é realizado o Abril Azul, uma campanha que busca conscientizar a população sobre a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O transtorno se refere a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais e padrões restritos e/ou repetitivos de comportamento.
A campanha tem como objetivo levar informações para a população e combater a discriminação sobre os mais de 2 milhões de brasileiros que possuem autismo. Crianças que têm TEA podem se beneficiar muito das práticas de atividades físicas, inclusive para desenvolver suas habilidades sociais e de comunicação, que são prejudicadas pela condição.
“Realizar exercícios físicos nos ajuda a atingir um peso saudável, fortalecer os ossos, reduzir o estresse e ainda melhora a função cardiovascular. Tudo isso acontece porque, durante o exercício, nosso coração bate mais rápido e aumenta a circulação de sangue pelo corpo, incluindo o cérebro”, explica Luiz Evandro, diretor técnico da Rede Alpha Fitness.
Como resultado da prática esportiva, neurotransmissores são liberados no cérebro, entre eles a endorfina e a dopamina, que são responsáveis pela sensação de bem-estar e recompensa. Ou seja, colocar o corpo em movimento é uma ótima maneira de obter benefícios físicos e mentais, e ainda reduzir reações como comportamentos repetitivos, automutilação e agressividade nas pessoas com autismo.
As principais características do autismo, como problemas sociais, de comunicação e de comportamento, podem transformar uma partida de futebol no recreio ou a brincadeira de pega-pega em um verdadeiro desafio.
Muitas pessoas com TEA também enfrentam problemas com habilidades motoras, incluindo equilíbrio e coordenação. Crianças com habilidades motoras abaixo da média podem ter dificuldade em atividades cotidianas, como usar uma colher, uma escova de dentes ou giz de cera, andar de bicicleta ou amarrar seus cadarços, por exemplo.
O especialista da rede Alpha Fitness dá dicas de como incentivar uma criança autista a realizar exercícios. O primeiro passo, para o profissional, é descobrir se a criança gosta de correr ou nadar, por exemplo. “Ideal é entender a preferência da criança. Uma segunda dica é que os pais também podem participar da atividade. Dessa forma, vão servir de modelo, enquanto a criança aprende uma nova atividade”, acrescenta.
E vale lembrar: é importante sempre o acompanhamento de um profissional qualificado. Quando elaborados de forma adequada, os programas de atividade física podem fornecer um ambiente divertido e seguro para interagir com outras crianças.