Casos de covid-19 aumentaram 9.000% em Elísio Medrado após surgimento da Ômicron na Bahia

Acompanhando a tendência nacional, desde o começo de 2022 o município de Elísio Medrado tem registrado, a cada dia, aumento no número de casos de covid-19. Embora não haja comprovação, uma explicação plausível para o crescimento é a variante Ômicron. Desde que ela foi detectada pela primeira vez na Bahia, em 10 de janeiro deste ano, os casos aumentaram 9.200% no município.

No dia em que a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou os primeiros infectados pela Ômicron, Elísio Medrado possuía apenas um caso positivo e nenhum paciente aguardando resultado do teste. Neste domingo (30), 20 dias depois, o boletim apontava 93 casos e outras 20 pessoas esperando resultado.

Presente em 71 de cada 100 amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), a Ômicron ainda não foi detectada no município. Isso porque o Lacen-BA ainda não fez o sequenciamento dos testes que foram encaminhados para lá pela Secretaria de Saúde de Elísio Medrado, conforme explicou a Sesab ao i75.

“São sequenciadas amostras de todas as regiões da Bahia. A partir dessas amostras, se tem uma perspectiva do que ocorre no estado. Como nas duas últimas rodadas de sequenciamento a Ômicron já passava de 70%, o estado trabalha com este número. Não se faz sequenciamento de todas as amostras e de todos os municípios”, disse a Sesab.

A Ômicron já está presente em Santo Antônio de Jesus e Castro Alves, municípios bem próximos de Elísio Medrado e que recebem visitas mútuas dos seus habitantes. “Já enviamos mais de 100 amostras de testes para o Lacen-BA esses dias, mas não recebemos notificação da presença da variante Ômicron. Embora, com esse alto número de transmissão, a gente já imagina que ela esteja circulando aqui”, disse a secretária de saúde de Elísio Medrado, Edilane Holanda.

Na semana passada, o prefeito Linsmar Moura publicou um decreto com medidas de enfrentamento à covid. Está proibida, por exemplo, a realização de festas e outros eventos com utilização de equipamento de som. As regras são válidas até esta terça-feira (1º).

Transmissão

A transmissão pela variante Ômicron é muito rápida. Os motivos —sem levar em conta o afrouxamento da população em relação às medidas de proteção nas festas de final de ano— seriam as mutações sofridas pelo vírus Sars-CoV-2 (causador da covid-19), que permitiram com que se multiplicasse com maior rapidez e se adaptasse melhor às vias aéreas superiores (nariz, laringe e faringe).

O resultado disso é uma carga viral muito alta já nos primeiros dias de contágio, tornando qualquer espirro ou tosse de um infectado uma verdadeira bomba de contaminação. Uma pessoa infectada com o vírus Ômicron é capaz de infectar de 10 a 20 pessoas.

A nova variante também está chamando atenção pelo menor tempo de incubação (período entre o contato com o vírus até a manifestação dos sintomas), que é de apenas dois ou três dias, em média, devido à sua velocidade de replicação no organismo, conforme mostra um estudo americano recente. Nas variantes anteriores esse tempo era de cinco dias.

Exames também detectam a doença mais cedo, possibilitando iniciar o tratamento rapidamente naqueles que apresentam quadros mais graves. O exame PCR pode detectar já nas primeiras 24 horas e o antígeno, no segundo dia de contaminação.

O tempo que uma pessoa infectada pela Ômicron continua espalhando o vírus é igual ou maior do que as variantes anteriores. Ou seja, não é de apenas cinco dias, como se afirmava. Um novo estudo em andamento no Japão mostra que a excreção do vírus acontece até o nono dia. Daí a recomendação para que o paciente fique em isolamento por até dez dias.

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