A polêmica sobre a utilização de paredões de som no interior da Bahia foi tema de um recente debate promovido pela União dos Municípios da Bahia (UPB). Thiancle Araujo, Superintendente da entidade, revelou, nesta segunda-feira (20), que o tema foi discutido em uma reunião estratégica com representantes de diversas cidades, buscando um ponto de equilíbrio entre os interesses da população.
Em entrevista concedida no evento “Encontro Estratégico: Parceria que Transforma”, na sede da APB, o ex-prefeito de Castro Alves detalhou que o encontro reuniu representantes de Santo Antônio de Jesus, Capim Grosso, Governador Mangabeira, além de Castro Alves, Salvador e Itaberaba. O objetivo era entender as diferentes perspectivas sobre os paredões, que têm tanto opiniões favoráveis quanto contrárias.
“Eu acredito que o nome seja equilíbrio. Eu fiz uma reunião envolvendo pessoas que eram favoráveis e contra os paredões, para a gente entender”, afirmou Thiancle Araújo. Ele ressaltou que, por um lado, existe a demanda da população pelo direito ao silêncio e pelo combate à poluição sonora em áreas residenciais. Por outro, há um “movimento cultural” representado pelos paredões, que reivindica o direito de tocar.
Para o Superintendente, a solução passa pela criação de espaços adequados e pela regulamentação. “Na minha visão é importante que se tenha espaço em que possa se utilizar os paredões sem incomodar os edifícios e residenciais”, indicou.
Além da poluição sonora, Araújo observou a necessidade de uma maior inserção do poder público nesses eventos, citando preocupações com a segurança e a influência de organizações criminosas.
“Acredito que há necessidade do poder público se inserir melhor nesses eventos para que não deixem com organizações criminosas que ficam patrocinando, estimulando músicas que não são adequadas”, disse ele. Thiancle defendeu um “olhar mais atento” do poder público para garantir a segurança, exigir o compromisso dos frequentadores em não tocar músicas que promovam misoginia ou apologia ao crime, e aplicar “coibição firme para quem insiste em executar paredões em áreas que provocam poluição sonora”.
O superintendente da UPB finalizou pregando o fim do preconceito contra o que ele chamou de “movimento cultural periférico forte” e reiterou que o melhor caminho para lidar com o tema é o equilíbrio e a regulamentação. “Não é um tema fácil, envolvido em muitas questões e ideias preconcebidas, de preconceito. É um movimento cultural periférico forte e como isso também tem resistências, mas eu acho que o melhor caminho é o equilíbrio e a regulamentação”, concluiu.