Pesquisadoras da Bahia desenvolvem curativo sustentável a partir do própolis

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Lesões na pele podem causar desconforto em grande parte da população, especialmente nas pessoas que sofrem com doenças como a diabetes. Pensando em encontrar uma solução que ajude no tratamento de ferimentos, a pesquisadora Patrícia Fonseca, juntamente com sua orientadora Neila Pereira, criaram um projeto inovador para desenvolvimento de biocurativos com nanopartículas de própolis incorporadas a subprodutos naturais.

A ideia surgiu a partir da necessidade de tratamentos alternativos e eficazes para terapias de lesões cutâneas crônicas, que vão desde feridas em diabéticos, úlcera de decúbito a queimaduras. “Pensamos na associação da própolis com outros subprodutos naturais que geralmente são descartados, gerando assim um material sustentável de alto impacto”, ressalta Patrícia.

A pesquisadora lembra que alguns tipos de curativos disponíveis no mercado possuem tempo de regeneração epitelial longo e custo alto.

Atualmente cursando mestrado em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação na Universidade Federal da Bahia, Patrícia desenvolve o projeto em parceria com a professora Neila de Paula Pereira, doutora em Ciências Farmacêuticas na área de insumos, medicamentos e correlatos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Atividade física durante a gravidez traz benefícios para o corpo e a mente, diz especialista

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Praticar exercícios é recomendado para qualquer pessoa que busca ter mais saúde. Uma rotina ativa e saudável traz diversos benefícios para o corpo e mente, reduzindo o risco de doenças crônicas e promovendo bem-estar. E durante a gravidez não é diferente.

A atividade física se tornou uma grande aliada, não somente para a saúde da mulher grávida, como também para a do bebê. Para muitas mulheres, estar na gestação significa dar uma pausa. Mas não é bem assim que deve ser. “O primeiro passo que uma grávida deve tomar é conversar com o seu médico obstetra sobre a prática de uma atividade física. Depois, se não houver contraindicações, é só colocar em andamento uma rotina onde o exercício esteja incluído”, explica Danillo Santana, coordenador geral da Rede Alpha Fitness.

O treinamento de uma gestante tem seus diferenciais. Mas nem a gravidez em si ou um bebê, podem ser obstáculos. Exercícios de salto ou os que têm risco de queda, devem ser evitados, assim como a intensidade dessas práticas. Mas se não houver contra indicações, são recomendados 150 minutos semanais (recomendação da Organização Mundial de Saúde – OMS), com exercícios de fortalecimento, aeróbico e consciência corporal. “A atividade física vai promover tanto benefícios físicos, quanto psicológicos. Além disso, reduz o risco de diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. A mulher melhora a circulação e o aporte nutricional do bebê. Com os exercícios, ela passa a ter uma manutenção postural boa. Previne incontinência urinária e tem o controle do ganho de peso mais adequado”, acrescenta o coordenador da Rede Alpha Fitness.

Estar bem e cuidar da saúde como um todo é um caminho para qualidade de vida da mãe e do bebê que está para chegar. E os benefícios vão muito além da saúde corporal. As mulheres grávidas, que vivem um turbilhão de sensações e emoções, conseguem de alguma forma equilibrar alguns hormônios a partir da prática do exercício e ter um ganho também na saúde mental. “Isso sem falar que o tempo em que ela está ali, na prática esportiva, termina tirando o foco de possíveis preocupações típicas do período”, finaliza Danillo.

Entenda a diferença entre alimentos diet, light e zero

Os termos diet, light e zero são normalmente associados a alimentos pouco calóricos. Mas nem sempre é assim. A expressão mais antiga, diet, ficou associada a alimentos próprios para portadores de diabetes por não conterem açúcar. Mas isso também não é regra. A nutricionista Tatiane Cortes Roso esclarece dúvidas sobre a diferença entre os três tipos de alimentos.

Diet
Tatiane explica que os alimentos diet são regulamentados pela Portaria/MS 29, de 13 de janeiro de 1998 – o Regulamento Técnico de alimentos para fins especiais. “Produtos diet são direcionados para pessoas com dietas especiais para certas doenças, como diabetes, hipertensão, obesidade, dislipidemia. Então é a redução de algum nutriente. Por exemplo, retiram o sódio de uma batata frita, como a gente vê no mercado, e substituem por cloreto de potássio”.

Normalmente os alimentos diet têm redução de componentes como açúcar, gordura, proteína ou outros. Mas Tatiane alerta que nem sempre a redução dos nutrientes é total. “Pode haver residual de açúcares e gorduras totais no produto de, no máximo, 0,5g por 100g/ml”, ressalta.

Esses alimentos são indicados para pessoas com restrições alimentares ou que não querem consumir algum desses ingredientes. Dessa forma, não basta o rótulo dizer que determinado alimento é diet. É preciso que o rótulo especifique qual nutriente foi retirado ou substituído no produto.

Tatiane afirma ainda que nem sempre o produto diet é menos calórico do que o tradicional. Em um iogurte, por exemplo, a indústria reduz o teor de gordura, mas acrescenta amido, açúcares e espessantes para substituir as gorduras totais.

Light
Um alimento light é aquele que tem redução de pelo menos 25% de algum componente, que pode ser açúcar, gordura, sódio ou outros. Dessa forma, o conteúdo energético normalmente é reduzido quando comparado com o tradicional de referência. “Então, não basta só alegar que o produto foi reduzido em algum nutriente, é preciso compará-lo com uma versão convencional do mesmo alimento. Assim, o consumidor saberá se realmente houve redução em nutrientes e/ou valor energético”, diz a nutricionista.

Os alimentos light são regulamentados pela Resolução RDC 54, de 12 de novembro de 2012 da Anvisa – o Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. Nesse caso, as orientações são para o público em geral.

Os produtos light costumam ser indicados em dietas para emagrecer. No entanto, Tatiane ressalta que para que a redução de peso aconteça, a quantidade ingerida deve ser similar à que se comeria do produto normal. “Um grande erro é exagerar no consumo do produto light e acabar ganhando peso”, afirma.

Zero
Já o termo zero é usado quando o alimento não tem algum componente. Pode ser zero açúcar, zero gordura, zero sódio, entre outros. No entanto, esse produto não tem adição de outro nutriente para repor o sabor, diferentemente do diet. Quando o alimento é zero açúcar, ele pode ser consumido por pessoas portadoras de diabetes. Grande parte dos produtos zero é reduzida em calorias e açúcares, podendo ser utilizada tanto por pacientes com diabetes quanto por quem deseja perder peso.

“Uma pessoa com diabetes pode consumir alimento light? Sim, mas ela vai ter que olhar no rótulo se houve redução de açúcares. E se o açúcar foi substituído pelo adoçante, no caso dos portadores de diabetes. No caso da pessoa hipertensa, tem que checar se houve redução no sódio, por exemplo. É importante que as pessoas aprendam a ler o rótulo”, orienta Tatiane.

Consumo de álcool na gestação traz riscos para bebê, afirma médica

“Se você bebe, o seu bebê também bebe” é o tema da campanha da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) que visa alertar mulheres grávidas para os riscos que o consumo de bebidas alcoólicas na gestação pode trazer para os filhos.

“Esse é o nosso foco de interesse, de ação in advocacy (lobby do bem)”, disse a presidente da Abead, Alessandra Diehl. A entidade busca prevenir sobre o álcool na gestação, para evitar o que os especialistas chamam de Síndrome Alcoólica Fetal (SAF).

No Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, lembrado nesta sexta-feira (18), a psiquiatra destaca os riscos de desenvolvimento da SAF, que ainda é subnotificada no Brasil e subtratada, por não ser identificada durante a gestação. Segundo ela, não existe informação, principalmente para quem trabalha na rede de atenção primária à saúde e que faz o pré-natal, “que são as enfermeiras, os ginecologistas”, para identificar a mulher que está bebendo.

A SAF tem alto impacto na vida da criança, da mãe, do pai e da sociedade como um todo. De acordo com a Abead, não existe bebê seguro durante a gestação porque qualquer quantidade de bebida pode trazer complicações que incluem retardo mental, microcefalia, baixo peso ao nascer, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, além de complicações gestacionais. 

Estudos mostram que entre 12% e 22 % das mulheres grávidas apresentam históricos de consumo de álcool durante a gravidez. Essa ingestão de álcool pode variar de beber ocasionalmente ao consumo excessivo semanal e até ao uso crônico durante os nove meses da gestação.

A Abead defende medidas preventivas para o uso de álcool por mulheres grávidas devido ao risco de desenvolvimento da SAF. A estimativa é de que cerca de 1,5 mil a 6 mil crianças nasçam com SAF todos os anos no Brasil.

A Abead sugere, entre as medidas preventivas, a adoção de rótulos de advertência sobre o álcool nas embalagens das bebidas, utilizando-os como ferramentas para aumentar a conscientização sobre os riscos gerados pelo produto. Também recomenda abordagens mais amplas de políticas públicas para o controle do consumo, com informações direcionadas ao público-alvo e específicas sobre beber na gestação.

A entidade apoia o Projeto de Lei (PL) 4.259/2020, em tramitação na Câmara dos Deputados, que institui o sistema de prevenção à Síndrome Alcoólica Fetal, bem como dispõe sobre a obrigatoriedade de advertência dos riscos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez. “É uma das primeiras iniciativas que começam a colocar a advertência em bebidas alcoólicas, indicando que a mulher não pode beber, como já existe em outros países. Acho que isso pode ajudar”, afirmou Alessandra.

Praticar exercícios físicos aumenta a resposta imunológica das vacinas contra a covid-19

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Além de fazer bem para a saúde física e mental, os benefícios das atividades físicas estão indo muito além. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revelou que o exercício físico regular também está associado ao aumento da resposta imunológica à vacina contra a Covid-19.

A pesquisa contou com a participação de pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Na análise, foram investigadas a associação entre a atividade física e a presença persistente de anticorpos específicos contra o novo coronavírus no organismo.

Os dados foram avaliados em um período de seis meses após o esquema de duas doses da vacina Coronavac, em pacientes com doenças reumáticas autoimunes, incluindo artrite reumatoide, lúpus, esclerose sistêmica e miopatias inflamatórias. Os resultados foram animadores.

A atividade física parece não somente montar uma resposta mais robusta de anticorpos à vacina, como também parece aumentar a durabilidade do efeito protetor do imunizante. Se isso se confirmar, teríamos uma ferramenta barata e potencialmente capaz de reduzir a baixa resposta vacinal de grupos de risco.

“Praticar atividade física de forma regular vai melhorar a qualidade de vida das pessoas, manter a imunidade mais forte e, consequentemente, reduzir o impacto de uma possível crise pelo coronavírus. Aliado a isso, ainda temos uma resposta vacinal ainda mais efetiva, como apontou esse estudo”, explica Danillo Santana, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Para avaliar a capacidade da vacina de provocar resposta imune a longo prazo, os pesquisadores da USP realizaram exames sorológicos para verificar as taxas de anticorpos IgG e a presença de anticorpos neutralizantes – os dois indicativos estão associados à resposta da vacina. O critério utilizado para definir os pacientes entre fisicamente ativos ou inativos foi o parâmetro da Organização Mundial de Saúde (OMS), que diz que uma pessoa é ativa quando realiza alguma atividade física moderada ou vigorosa por pelo menos 150 minutos por semana.

Dos 748 pacientes analisados (sendo 421 ativos e 327 inativos), as taxas de positividade de anticorpos IgG e neutralizantes foram significativamente maiores para os indivíduos ativos do que para os inativos. De acordo com a pesquisa, a atividade física além de prevenir doenças crônicas e casos graves da Covid-19, está associada a um benefício na resposta do organismo às vacinas. “Manter uma vida mais equilibrada, com hábitos saudáveis, ajuda na prevenção também contra o vírus. Os benefícios estão por todos os lados. Basta mesmo dar o primeiro passo”, alerta Danillo.

Estudo aponta relação entre consumo de drogas e internações por trauma

Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e colaboração de pesquisadores do Hospital Universitário de Oslo, na Noruega, mostrou que 31,4% das pessoas internadas por trauma no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC/FM-USP) apresentavam traços de consumo de substâncias psicoativas.

O álcool foi a substância mais encontrada, com 23%, seguido da cocaína (12%) e da maconha (5%). Em 9% das amostras de sangue foram encontrados sinais de mais de uma droga.

O estudo foi feito entre julho de 2018 e junho de 2019 com pacientes maiores de 18 anos que tiveram lesões traumáticas por acidentes de trânsito, quedas e episódios de violência, como agressões, armas de fogo e esfaqueamentos.

Entre os pesquisados, 44% apresentaram algum padrão de consumo prejudicial de álcool. Com idade média de 36 anos, os 376 participantes do estudo, dos quais 80% eram homens, foram recrutados dentro do próprio Hospital das Clínicas. As amostras de sangue eram coletadas depois de os pacientes já estarem estabilizados, no máximo seis horas depois do acidente. Os voluntários também responderam questões socioeconômicas.

Segundo a pesquisa, das hospitalizações analisadas, 56% foram causadas por acidentes de trânsito, e quase metade deles envolveu motociclistas. Entre estas pessoas, 31% tiveram resultado positivo em testes sobre uso de entorpecentes. Entre os voluntários do estudo, a prevalência de consumo de substâncias psicoativas era maior em homens (35%), indivíduos entre 18 e 39 anos (41%), solteiros (43%) e pacientes que sofreram traumas no período noturno (44%).

“São grupos que tendem a consumir mais drogas e a se expor mais a situações de risco. O álcool ainda é a substância de maior preocupação em questão de saúde pública. O dado interessante é que os mais impactados por esses acidentes foram os motociclistas. Pela primeira vez, motociclistas ultrapassaram pedestres em taxa de letalidade, porque eram o principal grupo atingido. Desde 2018, eles ocupam a primeira colocação, talvez pelo aumento do número de aplicativos de entrega”, disse Henrique Bombana, um dos autores do estudo e pesquisador colaborador do Centro de Ciências Forenses da FM-USP.

Bombana destacou que, quanto mais grave o acidente, maior a prevalência do uso de drogas. “Alguns estudos já demonstram que pacientes com lesões traumáticas que fizeram uso de substâncias estimulantes, como cocaína, tendem a ter lesões mais graves do que aqueles que não usaram nada. Nós conseguimos observar, comparando com outros estudos, que também com motoristas no trânsito, a sequência do uso do álcool e drogas aumenta com relação a acidentes e mortes.”

Treze por cento dos participantes da pesquisa foram hospitalizados em decorrência de atos violentos. Metade apresentava lesões por armas de fogo, um quarto por agressões físicas e um quinto por traumas penetrantes, como esfaqueamentos. Nesse grupo, foi maior a prevalência de uso de álcool e drogas ilícitas (44%) e mais baixa a média de idade (31 anos). Nas agressões físicas, as amostras positivas para entorpecentes chegaram a 75%.

As internações provenientes de quedas representaram 32% dos indivíduos, com idade média de 42 anos, dos quais 29% haviam consumido álcool ou drogas ilícitas. O estudo também indicou que a prevalência do uso de cocaína foi maior entre os pacientes e que a combinação entre álcool e cocaína foi a mais encontrada nas amostras dessa investigação.

De acordo com Bombana, não havia dados sobre o uso dessas substâncias entre pacientes graves de traumas e a existência de tais informações poderia contribuir para a elaboração de políticas públicas de conscientização e prevenção. Para o pesquisador, ainda é preciso aprofundar os estudos com relação ao tema, mas é possível afirmar que é necessário que fiscalizar, principalmente no trânsito, não só o consumo de álcool, que já é feito, mas de outras drogas, como cocaína e maconha. “Existem alguns métodos para isso, mas não são usados no Brasil, também por falta de investimento”, afirmou.

Exercícios físicos ajudam na prevenção da osteoporose

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Os ossos dão estabilidade, proteção, equilíbrio e força. Dependemos deles para a realização de qualquer atividade e funcionamento de nossos músculos, órgãos e movimentos. O problema é que, quando a massa óssea começa a diminuir, deixa a nossa estrutura mais fina, sensível e fraca: é a osteoporose.

E é importante saber que os hábitos de vida influenciam diretamente na saúde da massa óssea. A osteoporose aumenta a suscetibilidade de ocorrer uma fratura, podendo ser causada não só por quedas, mas também por movimentos corporais simples, como se curvar e tossir.

A atividade física aumenta a força muscular sobre os ossos, sendo um estímulo fundamental para a manutenção e o aumento da massa óssea. Os exercícios físicos devem ser realizados de forma regular três vezes por semana, com intervalo entre as sessões de 24 a 48 horas.

É muito importante que esses exercícios sejam realizados com o paciente suportando o seu próprio peso, em função da força que os músculos exercem sobre os ossos da coluna e dos membros inferiores. “O benefício primário da atividade física é evitar a perda óssea que ocorre com a inatividade, o que de certa maneira pode reduzir o risco de fraturas. Fazer exercícios e manter uma dieta balanceada são fundamentais para prevenir essa doença”, explica Danillo Santana, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Entretanto, Danillo alerta que é fundamental consultar um ortopedista antes de qualquer conduta. Esse profissional pode aconselhar qual o tipo de exercício, frequência e intensidade em que deverá ser feito para estimular a formação de massa óssea.

Campanha “Verão Laranja” alerta para a prevenção contra o câncer de pele

Com a chegada do verão e das férias escolares, após quase dois anos de pandemia e isolamento social, o brasileiro poderá aproveitar a sua estação do ano favorita, respeitando os cuidados ainda necessários para evitar o contágio da covid-19.

Mas, a empolgação com o período não pode levar ao descuido com a saúde, por isso, os cuidados para prevenir o câncer de pele – o mais comum do país – devem ser redobrados. O câncer de pele representa cerca de 185 mil novos casos registrados a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). E, embora muitos acreditem que saibam lidar com o sol por viverem em um país tropical, Rodrigo Perez Pereira, líder da especialidade de câncer de pele do Grupo Oncoclínicas, explica que, em geral, a população ainda comete muitos deslizes na hora de se cuidar.

“O brasileiro ainda desconhece os fatos mais importantes sobre o câncer de pele, acreditando em alguns mitos como achar que pessoas de pele mais escura não precisam se proteger do sol. O câncer de pele pode atingir a todos e é preciso redobrar os cuidados no verão”, comenta.

Os dados do INCA dizem respeito a dois tipos de câncer: o câncer de pele não melanoma e o câncer de pele melanoma, somados. O mais comum deles, o não melanoma, possui altos índices de cura quando é detectado e tratado precocemente.

Já o câncer de pele melanoma é considerado grave. Apesar de corresponder somente a 3% dos tumores malignos de pele registrados no país, esse tipo de câncer tem altos índices de letalidade: no Brasil, dos cerca de 7 mil casos registrados por ano, quase 1.800 levaram à morte.  Ele pode surgir em qualquer parte do corpo, especialmente na pele, na forma de manchas, pintas ou sinais. Ao primeiro sinal de mudança nessas pintas, é preciso consultar logo um especialista, afirma o oncologista “É necessário ficar alerta se surgir alguma mudança no aspecto de alguma pinta, como aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição de bordas ou ainda quando as bordas ficam irregulares e sangramento”.

As alterações das manchas escurecidas ou pintas, sejam de nascença ou que mudam conforme o tempo, podem ser classificadas no sistema “ABCDE”, ou seja, Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro e Evolução:

●             Assimetria: quando a metade da lesão não é igual a outra parte;

●             Bordas: quando a mancha, sinal ou pinta possui um contorno irregular;

●             Cor: caso a lesão tenha cores diferentes, entre vermelho, marrom e preto;

●             Diâmetro: quando a lesão apresenta um diâmetro maior do que 6 mm;

●             Evolução: caso a lesão apresente mudanças em suas características ao longo do tempo, como tamanho, forma e cor.

Não à toa, durante a estação marcada pelas altas temperaturas as campanhas de conscientização são ampliadas com o objetivo de alertar sobre a importância de evitar fatores de risco que aumentam a incidência da doença e reforçar as precauções que devem entrar na rotina dos brasileiros. Um exemplo disso é o “Verão Laranja”, promovido pelo Instituto Oncoclínicas –  iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa.

A ação, direcionada à sociedade em geral e principalmente ao público jovem, entrou no ar a partir de 21 de dezembro e prevê uma série de ativações nas redes sociais durante toda a temporada de calor para alertar sobre a importância dos cuidados com a pele como forma efetiva de achatar os índices  de ocorrência da doença.  O objetivo é ressaltar duas importantes informações:  proteja sempre a pele contra os raios solares e busque aconselhamento especializado se notar algo diferente na pele para que o diagnóstico aconteça o quanto antes.

Câncer de pele pode ser grave

Independentemente da classificação do câncer de pele, os fatores que aumentam o risco são os mesmos: a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada (especialmente na infância e adolescência). Ter a pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino (ou possuir histórico familiar) também figuram como fatores que contribuem para o aumento no risco, o que não significa que pessoas de pele mais escura não devam se proteger.

“A irradiação ultravioleta do sol – conhecida como raio UV – é a principal vilã no câncer de pele. Continuada, ou mesmo intermitente, como em períodos de férias, por exemplo, se feita de maneira não protegida, pode ser considerada um fator de risco preocupante”.

O oncologista ainda ressalta que, além das pessoas que possuem histórico familiar e exercem profissões que exigem exposição solar diária, os tabagistas também podem estar mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele.

“Além disso, os portadores de algum tipo de imunossupressão também podem ter seu risco aumentado. Porém, tais grupos de risco não invalidam a necessidade de cuidado em todo o tipo de pele”.

Diagnóstico e tratamento

Apesar do diagnóstico ser bastante desafiador, quando o câncer de pele é descoberto precocemente as chances de sucesso no tratamento e cura são maiores. Ele é realizado através de exame clínico em consultório ou com o auxílio de exames complementares para a visualização das diferentes camadas da pele, além da realização de uma biópsia.

Para o tratamento, é muito importante que o especialista avalie o estágio da doença, porém, em grande parte dos casos, a cirurgia é suficiente. “Vale lembrar ainda que, caso sejam necessários, o tratamento oncológico com imunoterapia ou terapia alvo, além da radioterapia podem ser um complemento no processo do tratamento destes pacientes”, comenta Rodrigo Perez Pereira.

O oncologista reforça que o auxílio médico é fundamental na identificação precoce de lesões na pele. “É muito importante que o paciente tenha informações de qualidade para que possa conhecer os sinais de possíveis anormalidades. Contudo, é indispensável procurar por um especialista para a investigação e tratamento adequado da doença”, finaliza.

Médicos alertam para alta incidência de pedras nos rins no verão

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta para o aumento de casos de pedras nos rins em até 30% durante o verão, já que há o aumento da transpiração e, em alguns casos, sem a hidratação adequada para supri-la. Além disso, a entidade aponta maior risco de cistite, uma infecção na bexiga, também nessa época.

Para prevenir a incidência das pedras nos rins, a SBU afirma que é preciso adotar alguns hábitos, como aumentar o consumo de água, diminuir o sal da comida, fazer atividade física e comer menos carne vermelha. Aumentar a ingestão de sucos cítricos também é uma forma de proteger o corpo da formação de cálculos renais, apontou a SBU.

“Estima-se que 1 em cada 10 pessoas, no Brasil, sofra de cálculo renal e, geralmente, acomete jovens entre os 20 a 35 anos, sendo mais frequente em homens. Cerca da metade destas pessoas terão um novo episódio de cálculo ao longo dos 10 anos”, informou a entidade.

Outro alerta da sociedade médica é relacionado à negligência ou tratamento inadequado, o que pode evoluir para deterioração dos rins, redução em sua função e até casos de nefrectomias – retirada do órgão – decorrentes de obstrução devido à presença da pedra ou a infecções renais associadas aos cálculos.

Já em relação à cistite, que também é favorecida pelo calor e a umidade típicos do verão, costuma causar sensação de bexiga cheia, urgência para urinar e ardência no canal uretral.

Hábitos que podem ajudar a prevenir tal condição incluem evitar ficar longos períodos sem urinar; tomar líquidos em quantidades apropriadas; combater a constipação intestinal; fazer a adequada higiene íntima; praticar exercícios físicos; e evitar ficar com roupa de banho molhada por longos períodos.

Anvisa aprova nova medicação à base de maconha

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (17) uma resolução que autoriza a comercialização de mais um produto medicinal à base de Cannabis no país. O novo produto aprovado é o Extrato de Cannabis Sativa Alafiamed 200 mg/ml. Segundo o órgão, ele é obtido a partir do extrato vegetal da Cannabis sativa, a partir de um conjunto de substâncias da planta. 

O produto, de acordo com a Anvisa, é fabricado na Suíça e será importado e distribuído no Brasil como produto acabado pronto para uso. Ele estará disponível sob a forma de solução em gotas, contendo 50 mg/mL de canabidiol (CBD) e não mais que 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC). O THC é o princípio ativo priscotrópico da planta. O medicamento será comercializado em farmácias e drogarias a partir da prescrição médica por meio de receita do tipo B (de cor azul). 

“O CBD e o THC informados são considerados marcadores no controle de qualidade desses extratos, os quais são compostos também por outras substâncias, como demais canabinoides e taninos. Os extratos vegetais têm composição complexa, podendo conter muitas substâncias ativas que podem agir por diferentes mecanismos no corpo humano, o que torna ainda mais importante o controle e o monitoramento aplicados a esses produtos pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS)”, destacou a Anvisa. 

No total, há nove produtos à base de Cannabis aprovados pela Anvisa e que podem ser adquiridos em farmácias e drogarias. De acordo com a Anvisa, são produtos fabricados por empresas certificadas quanto às Boas Práticas de Fabricação, que foram totalmente avaliados em relação à sua qualidade e adequabilidade para uso humano.

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