Especialista fala sobre endometriose, doença que veio à tona após depoimento de Anitta

Nos últimos dias, um dos assuntos mais falados no Brasil é a endometriose. Após uma declaração da cantora Anitta, que revelou sofrer com os efeitos da patologia há nove anos, o tema começou a circular de forma mais recorrente e ganhou força.

Além de Anitta, famosas como Patricia Poeta, Larissa Manoela, Tata Werneck, Isabella Santoni, Emma Roberts, Wanessa Camargo, Malu Mader, Adriana Esteves e Giovanna Ewbank também relataram nos últimos meses que sofrem com o problema.

“A endometriose é a principal culpada pela dor pélvica feminina. Os seis principais sintomas são cólica menstrual severa ou que não melhora com remédios, dor durante a relação sexual, dor ao evacuar ou diarreia durante a menstruação, dor para urinar no período menstrual, dores entre as menstruações e, finalmente, infertilidade”, explica Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.

A endometriose é uma doença que atinge cerca de 6 milhões de brasileiras. E, infelizmente, a maioria só descobre a patologia quando tenta engravidar e não consegue. A doença não tem cura, mas tem tratamento, que pode devolver a qualidade de vida para as mulheres afetadas. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia, de 10 a 15% das mulheres em idade fértil apresentam a doença.

Dessas, cerca de 10% não apresentam sintomas. Por isso, os diagnósticos normalmente são tardios. Desconfia-se que o estilo de vida da mulher moderna, repleto de momentos estressantes, falta de atividade física, má alimentação e rotina cheia de agitação, contribui para o desenvolvimento da endometriose. Aliado a isso, vêm os altos níveis de poluentes no ar e a adição de agrotóxicos nos alimentos.

O diagnóstico da endometriose ocorre quando existe a presença de endométrio em outros órgãos, fora do útero. O endométrio é o tecido que reveste o útero da mulher. Todos os meses, quando não há gestação, esse tecido é descamado e eliminado através do sangue da menstruação. O que acontece, é que esse tecido às vezes migra para estruturas como ovários, ligamentos pélvicos, intestinos, bexiga, apêndice e vagina.

Em alguns casos mais raros, ele pode ser encontrado em órgãos distantes, como pulmão, pleura e até no sistema nervoso central. Por conta disso, as mulheres com endometriose sentem dor. O tecido do endométrio, mesmo fora útero, continua sendo estimulado mensalmente pela ação dos hormônios do ciclo menstrual. E isso provoca uma reação inflamatória.

Geralmente, o tratamento da endometriose é feito à base de medicamentos e adoção de hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, atividade física e consultas regulares ao ginecologista, com a finalidade de prevenir e reduzir os fatores de risco da doença.

Por que a endometriose causa infertilidade?

A endometriose afeta o aparelho reprodutor de diversas maneiras. A infertilidade pode estar associada à doença, mas não ocorre devido a um único fator. O funcionamento das trompas e a maturação e desenvolvimentos dos óvulos ficam prejudicados. Além disso, pode ocorrer alteração na receptividade do endométrio à implantação do embrião. O tratamento vai variar de acordo com a intensidade e a intenção de engravidar. Caso o objetivo seja apenas melhorar a dor, o tratamento pode ser feito por meio de remédios ou cirurgia. Para casais que desejam engravidar, a abordagem é diferente.

Alguns medicamentos não são indicados, pois inibem a ovulação. A cirurgia, por sua vez, pode ser mais indicada pois evidências apontam que leva a uma melhora na fertilidade. Também podem ser utilizados os tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). Esse método tem excelente indicação, boas taxas de sucesso e ajuda a conseguir a gravidez. Mas como cada caso tem um desenvolvimento diferente, a melhor opção é procurar um especialista em reprodução assistida.

Atividade física no inverno ajuda a manter a forma durante todo o ano

Praticar um exercício físico é importante em qualquer época do ano, afinal de contas, quanto mais constância, melhor. Porém, o friozinho do inverno pode tornar a missão um pouco mais difícil. É muito comum que o frio nos deixe mais preguiçosos, mas isso não quer dizer que devemos parar toda e qualquer atividade física nos dias de temperaturas mais baixas. Pelo contrário… nessa época do ano, o metabolismo tende a ficar mais acelerado e com um maior gasto de energia para produção de calor, o que pode proporcionar sensação de bem-estar.

Os benefícios podem causar efeitos tanto no corpo quanto na mente. “O fortalecimento dos músculos, por exemplo, é um dos resultados mais comuns notados por quem se exercita. Consequentemente, a diminuição de doenças cardíacas também pode ser um dos benefícios, já que além do fortalecimento do músculo cardíaco, o exercício também ajuda a melhorar a circulação sanguínea. Outras doenças que também podem ser controladas são a diabetes e a pressão alta”, explica Leandro Dias, coordenador geral da rede Alpha Fitness.

Os benefícios ligados à saúde mental também são variados, em especial por causa das substâncias que o corpo produz durante a prática. A endorfina, por exemplo, tem efeito analgésico e traz os sentimentos de felicidade e bom humor para quem a libera. Algo parecido acontece com a serotonina, que está ligada à regulação de humor e sono. Segundo o coordenador, o mais importante é buscar alguém ou um espaço qualificado para auxiliar quem é iniciante. “É importante que você tenha a orientação de um profissional que lhe prescreva a  intensidade adequada de um exercício, muito semelhante ao que acontece com um médico ou um nutricionista”, exemplifica.

A prática – mesmo no inverno – precisa virar um hábito para que resultados reais sejam notados e se expandam por todo o ano. O especialista aponta três características necessárias para introduzir as atividades físicas na rotina: entender a atividade, gostar dela e realizar. “É sempre importante entender que somos seres inteiros. Somos corpo, alma, mente, sempre conectados. Então todo e qualquer exercício físico é para o corpo todo”, finaliza Leandro.

Obesidade cresce e eleva preocupação no Brasil

Foto: Divulgação

Segundo estudo do Atlas Mundial da Obesidade, o mundo deve registrar cerca de um bilhão de pessoas obesas até o ano de 2030. Ou seja, 17,5% de toda população do planeta sofrerá com a doença. Os dados mostram que uma a cada cinco mulheres será obesa, enquanto um a cada sete homens sofrerá com o quadro daqui a oito anos.

“A obesidade não deve ser pensada apenas pela face da estética, pois os problemas provocados pela doença vão muito além disso. Estamos falando sobre saúde. O excesso de gordura no organismo pode comprometer o funcionamento dos órgãos, a circulação sanguínea e causar muitos outros problemas”, explica Leandro Dias, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Esse estudo mostra também que 29,7% da população adulta do Brasil viverá com a obesidade em 2030, o que significa que quase um terço dos brasileiros adultos será obeso. E o alerta já vem sendo dado. O Brasil está entre os 11 países onde vivem metade das mulheres obesas do mundo e entre as nove nações que abrigam metade dos homens obesos.

Um ponto agravante – e que colaborou para esse aumento – foi a pandemia da covid-19. Nesse período de dois anos de isolamento social, aumentou consideravelmente o número de brasileiros com sobrepeso, segundo dados do Ministério da Saúde. “Uma vida ativa sempre traz benefícios. A covid-19 fez com que muita gente interrompesse suas atividades durante o confinamento, mas é necessário retomar esse hábito, para que sejam combatidos os riscos do sedentarismo”, explica Leandro.

Ter uma rotina de exercícios é fundamental para a saúde e o bem-estar. Pode ainda prevenir e tratar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e até mesmo o câncer. Também reduz os sintomas da depressão e a ansiedade – que se acentuaram com a covid; o declínio cognitivo, e melhora a memória e a saúde geral do cérebro.

Pesquisadoras da Bahia desenvolvem curativo sustentável a partir do própolis

Foto: Divulgação/Secti

Lesões na pele podem causar desconforto em grande parte da população, especialmente nas pessoas que sofrem com doenças como a diabetes. Pensando em encontrar uma solução que ajude no tratamento de ferimentos, a pesquisadora Patrícia Fonseca, juntamente com sua orientadora Neila Pereira, criaram um projeto inovador para desenvolvimento de biocurativos com nanopartículas de própolis incorporadas a subprodutos naturais.

A ideia surgiu a partir da necessidade de tratamentos alternativos e eficazes para terapias de lesões cutâneas crônicas, que vão desde feridas em diabéticos, úlcera de decúbito a queimaduras. “Pensamos na associação da própolis com outros subprodutos naturais que geralmente são descartados, gerando assim um material sustentável de alto impacto”, ressalta Patrícia.

A pesquisadora lembra que alguns tipos de curativos disponíveis no mercado possuem tempo de regeneração epitelial longo e custo alto.

Atualmente cursando mestrado em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação na Universidade Federal da Bahia, Patrícia desenvolve o projeto em parceria com a professora Neila de Paula Pereira, doutora em Ciências Farmacêuticas na área de insumos, medicamentos e correlatos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Atividade física durante a gravidez traz benefícios para o corpo e a mente, diz especialista

Foto: Divulgação

Praticar exercícios é recomendado para qualquer pessoa que busca ter mais saúde. Uma rotina ativa e saudável traz diversos benefícios para o corpo e mente, reduzindo o risco de doenças crônicas e promovendo bem-estar. E durante a gravidez não é diferente.

A atividade física se tornou uma grande aliada, não somente para a saúde da mulher grávida, como também para a do bebê. Para muitas mulheres, estar na gestação significa dar uma pausa. Mas não é bem assim que deve ser. “O primeiro passo que uma grávida deve tomar é conversar com o seu médico obstetra sobre a prática de uma atividade física. Depois, se não houver contraindicações, é só colocar em andamento uma rotina onde o exercício esteja incluído”, explica Danillo Santana, coordenador geral da Rede Alpha Fitness.

O treinamento de uma gestante tem seus diferenciais. Mas nem a gravidez em si ou um bebê, podem ser obstáculos. Exercícios de salto ou os que têm risco de queda, devem ser evitados, assim como a intensidade dessas práticas. Mas se não houver contra indicações, são recomendados 150 minutos semanais (recomendação da Organização Mundial de Saúde – OMS), com exercícios de fortalecimento, aeróbico e consciência corporal. “A atividade física vai promover tanto benefícios físicos, quanto psicológicos. Além disso, reduz o risco de diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. A mulher melhora a circulação e o aporte nutricional do bebê. Com os exercícios, ela passa a ter uma manutenção postural boa. Previne incontinência urinária e tem o controle do ganho de peso mais adequado”, acrescenta o coordenador da Rede Alpha Fitness.

Estar bem e cuidar da saúde como um todo é um caminho para qualidade de vida da mãe e do bebê que está para chegar. E os benefícios vão muito além da saúde corporal. As mulheres grávidas, que vivem um turbilhão de sensações e emoções, conseguem de alguma forma equilibrar alguns hormônios a partir da prática do exercício e ter um ganho também na saúde mental. “Isso sem falar que o tempo em que ela está ali, na prática esportiva, termina tirando o foco de possíveis preocupações típicas do período”, finaliza Danillo.

Entenda a diferença entre alimentos diet, light e zero

Os termos diet, light e zero são normalmente associados a alimentos pouco calóricos. Mas nem sempre é assim. A expressão mais antiga, diet, ficou associada a alimentos próprios para portadores de diabetes por não conterem açúcar. Mas isso também não é regra. A nutricionista Tatiane Cortes Roso esclarece dúvidas sobre a diferença entre os três tipos de alimentos.

Diet
Tatiane explica que os alimentos diet são regulamentados pela Portaria/MS 29, de 13 de janeiro de 1998 – o Regulamento Técnico de alimentos para fins especiais. “Produtos diet são direcionados para pessoas com dietas especiais para certas doenças, como diabetes, hipertensão, obesidade, dislipidemia. Então é a redução de algum nutriente. Por exemplo, retiram o sódio de uma batata frita, como a gente vê no mercado, e substituem por cloreto de potássio”.

Normalmente os alimentos diet têm redução de componentes como açúcar, gordura, proteína ou outros. Mas Tatiane alerta que nem sempre a redução dos nutrientes é total. “Pode haver residual de açúcares e gorduras totais no produto de, no máximo, 0,5g por 100g/ml”, ressalta.

Esses alimentos são indicados para pessoas com restrições alimentares ou que não querem consumir algum desses ingredientes. Dessa forma, não basta o rótulo dizer que determinado alimento é diet. É preciso que o rótulo especifique qual nutriente foi retirado ou substituído no produto.

Tatiane afirma ainda que nem sempre o produto diet é menos calórico do que o tradicional. Em um iogurte, por exemplo, a indústria reduz o teor de gordura, mas acrescenta amido, açúcares e espessantes para substituir as gorduras totais.

Light
Um alimento light é aquele que tem redução de pelo menos 25% de algum componente, que pode ser açúcar, gordura, sódio ou outros. Dessa forma, o conteúdo energético normalmente é reduzido quando comparado com o tradicional de referência. “Então, não basta só alegar que o produto foi reduzido em algum nutriente, é preciso compará-lo com uma versão convencional do mesmo alimento. Assim, o consumidor saberá se realmente houve redução em nutrientes e/ou valor energético”, diz a nutricionista.

Os alimentos light são regulamentados pela Resolução RDC 54, de 12 de novembro de 2012 da Anvisa – o Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. Nesse caso, as orientações são para o público em geral.

Os produtos light costumam ser indicados em dietas para emagrecer. No entanto, Tatiane ressalta que para que a redução de peso aconteça, a quantidade ingerida deve ser similar à que se comeria do produto normal. “Um grande erro é exagerar no consumo do produto light e acabar ganhando peso”, afirma.

Zero
Já o termo zero é usado quando o alimento não tem algum componente. Pode ser zero açúcar, zero gordura, zero sódio, entre outros. No entanto, esse produto não tem adição de outro nutriente para repor o sabor, diferentemente do diet. Quando o alimento é zero açúcar, ele pode ser consumido por pessoas portadoras de diabetes. Grande parte dos produtos zero é reduzida em calorias e açúcares, podendo ser utilizada tanto por pacientes com diabetes quanto por quem deseja perder peso.

“Uma pessoa com diabetes pode consumir alimento light? Sim, mas ela vai ter que olhar no rótulo se houve redução de açúcares. E se o açúcar foi substituído pelo adoçante, no caso dos portadores de diabetes. No caso da pessoa hipertensa, tem que checar se houve redução no sódio, por exemplo. É importante que as pessoas aprendam a ler o rótulo”, orienta Tatiane.

Consumo de álcool na gestação traz riscos para bebê, afirma médica

“Se você bebe, o seu bebê também bebe” é o tema da campanha da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) que visa alertar mulheres grávidas para os riscos que o consumo de bebidas alcoólicas na gestação pode trazer para os filhos.

“Esse é o nosso foco de interesse, de ação in advocacy (lobby do bem)”, disse a presidente da Abead, Alessandra Diehl. A entidade busca prevenir sobre o álcool na gestação, para evitar o que os especialistas chamam de Síndrome Alcoólica Fetal (SAF).

No Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, lembrado nesta sexta-feira (18), a psiquiatra destaca os riscos de desenvolvimento da SAF, que ainda é subnotificada no Brasil e subtratada, por não ser identificada durante a gestação. Segundo ela, não existe informação, principalmente para quem trabalha na rede de atenção primária à saúde e que faz o pré-natal, “que são as enfermeiras, os ginecologistas”, para identificar a mulher que está bebendo.

A SAF tem alto impacto na vida da criança, da mãe, do pai e da sociedade como um todo. De acordo com a Abead, não existe bebê seguro durante a gestação porque qualquer quantidade de bebida pode trazer complicações que incluem retardo mental, microcefalia, baixo peso ao nascer, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, além de complicações gestacionais. 

Estudos mostram que entre 12% e 22 % das mulheres grávidas apresentam históricos de consumo de álcool durante a gravidez. Essa ingestão de álcool pode variar de beber ocasionalmente ao consumo excessivo semanal e até ao uso crônico durante os nove meses da gestação.

A Abead defende medidas preventivas para o uso de álcool por mulheres grávidas devido ao risco de desenvolvimento da SAF. A estimativa é de que cerca de 1,5 mil a 6 mil crianças nasçam com SAF todos os anos no Brasil.

A Abead sugere, entre as medidas preventivas, a adoção de rótulos de advertência sobre o álcool nas embalagens das bebidas, utilizando-os como ferramentas para aumentar a conscientização sobre os riscos gerados pelo produto. Também recomenda abordagens mais amplas de políticas públicas para o controle do consumo, com informações direcionadas ao público-alvo e específicas sobre beber na gestação.

A entidade apoia o Projeto de Lei (PL) 4.259/2020, em tramitação na Câmara dos Deputados, que institui o sistema de prevenção à Síndrome Alcoólica Fetal, bem como dispõe sobre a obrigatoriedade de advertência dos riscos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez. “É uma das primeiras iniciativas que começam a colocar a advertência em bebidas alcoólicas, indicando que a mulher não pode beber, como já existe em outros países. Acho que isso pode ajudar”, afirmou Alessandra.

Praticar exercícios físicos aumenta a resposta imunológica das vacinas contra a covid-19

Foto: Divulgação

Além de fazer bem para a saúde física e mental, os benefícios das atividades físicas estão indo muito além. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revelou que o exercício físico regular também está associado ao aumento da resposta imunológica à vacina contra a Covid-19.

A pesquisa contou com a participação de pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Na análise, foram investigadas a associação entre a atividade física e a presença persistente de anticorpos específicos contra o novo coronavírus no organismo.

Os dados foram avaliados em um período de seis meses após o esquema de duas doses da vacina Coronavac, em pacientes com doenças reumáticas autoimunes, incluindo artrite reumatoide, lúpus, esclerose sistêmica e miopatias inflamatórias. Os resultados foram animadores.

A atividade física parece não somente montar uma resposta mais robusta de anticorpos à vacina, como também parece aumentar a durabilidade do efeito protetor do imunizante. Se isso se confirmar, teríamos uma ferramenta barata e potencialmente capaz de reduzir a baixa resposta vacinal de grupos de risco.

“Praticar atividade física de forma regular vai melhorar a qualidade de vida das pessoas, manter a imunidade mais forte e, consequentemente, reduzir o impacto de uma possível crise pelo coronavírus. Aliado a isso, ainda temos uma resposta vacinal ainda mais efetiva, como apontou esse estudo”, explica Danillo Santana, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Para avaliar a capacidade da vacina de provocar resposta imune a longo prazo, os pesquisadores da USP realizaram exames sorológicos para verificar as taxas de anticorpos IgG e a presença de anticorpos neutralizantes – os dois indicativos estão associados à resposta da vacina. O critério utilizado para definir os pacientes entre fisicamente ativos ou inativos foi o parâmetro da Organização Mundial de Saúde (OMS), que diz que uma pessoa é ativa quando realiza alguma atividade física moderada ou vigorosa por pelo menos 150 minutos por semana.

Dos 748 pacientes analisados (sendo 421 ativos e 327 inativos), as taxas de positividade de anticorpos IgG e neutralizantes foram significativamente maiores para os indivíduos ativos do que para os inativos. De acordo com a pesquisa, a atividade física além de prevenir doenças crônicas e casos graves da Covid-19, está associada a um benefício na resposta do organismo às vacinas. “Manter uma vida mais equilibrada, com hábitos saudáveis, ajuda na prevenção também contra o vírus. Os benefícios estão por todos os lados. Basta mesmo dar o primeiro passo”, alerta Danillo.

Estudo aponta relação entre consumo de drogas e internações por trauma

Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e colaboração de pesquisadores do Hospital Universitário de Oslo, na Noruega, mostrou que 31,4% das pessoas internadas por trauma no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC/FM-USP) apresentavam traços de consumo de substâncias psicoativas.

O álcool foi a substância mais encontrada, com 23%, seguido da cocaína (12%) e da maconha (5%). Em 9% das amostras de sangue foram encontrados sinais de mais de uma droga.

O estudo foi feito entre julho de 2018 e junho de 2019 com pacientes maiores de 18 anos que tiveram lesões traumáticas por acidentes de trânsito, quedas e episódios de violência, como agressões, armas de fogo e esfaqueamentos.

Entre os pesquisados, 44% apresentaram algum padrão de consumo prejudicial de álcool. Com idade média de 36 anos, os 376 participantes do estudo, dos quais 80% eram homens, foram recrutados dentro do próprio Hospital das Clínicas. As amostras de sangue eram coletadas depois de os pacientes já estarem estabilizados, no máximo seis horas depois do acidente. Os voluntários também responderam questões socioeconômicas.

Segundo a pesquisa, das hospitalizações analisadas, 56% foram causadas por acidentes de trânsito, e quase metade deles envolveu motociclistas. Entre estas pessoas, 31% tiveram resultado positivo em testes sobre uso de entorpecentes. Entre os voluntários do estudo, a prevalência de consumo de substâncias psicoativas era maior em homens (35%), indivíduos entre 18 e 39 anos (41%), solteiros (43%) e pacientes que sofreram traumas no período noturno (44%).

“São grupos que tendem a consumir mais drogas e a se expor mais a situações de risco. O álcool ainda é a substância de maior preocupação em questão de saúde pública. O dado interessante é que os mais impactados por esses acidentes foram os motociclistas. Pela primeira vez, motociclistas ultrapassaram pedestres em taxa de letalidade, porque eram o principal grupo atingido. Desde 2018, eles ocupam a primeira colocação, talvez pelo aumento do número de aplicativos de entrega”, disse Henrique Bombana, um dos autores do estudo e pesquisador colaborador do Centro de Ciências Forenses da FM-USP.

Bombana destacou que, quanto mais grave o acidente, maior a prevalência do uso de drogas. “Alguns estudos já demonstram que pacientes com lesões traumáticas que fizeram uso de substâncias estimulantes, como cocaína, tendem a ter lesões mais graves do que aqueles que não usaram nada. Nós conseguimos observar, comparando com outros estudos, que também com motoristas no trânsito, a sequência do uso do álcool e drogas aumenta com relação a acidentes e mortes.”

Treze por cento dos participantes da pesquisa foram hospitalizados em decorrência de atos violentos. Metade apresentava lesões por armas de fogo, um quarto por agressões físicas e um quinto por traumas penetrantes, como esfaqueamentos. Nesse grupo, foi maior a prevalência de uso de álcool e drogas ilícitas (44%) e mais baixa a média de idade (31 anos). Nas agressões físicas, as amostras positivas para entorpecentes chegaram a 75%.

As internações provenientes de quedas representaram 32% dos indivíduos, com idade média de 42 anos, dos quais 29% haviam consumido álcool ou drogas ilícitas. O estudo também indicou que a prevalência do uso de cocaína foi maior entre os pacientes e que a combinação entre álcool e cocaína foi a mais encontrada nas amostras dessa investigação.

De acordo com Bombana, não havia dados sobre o uso dessas substâncias entre pacientes graves de traumas e a existência de tais informações poderia contribuir para a elaboração de políticas públicas de conscientização e prevenção. Para o pesquisador, ainda é preciso aprofundar os estudos com relação ao tema, mas é possível afirmar que é necessário que fiscalizar, principalmente no trânsito, não só o consumo de álcool, que já é feito, mas de outras drogas, como cocaína e maconha. “Existem alguns métodos para isso, mas não são usados no Brasil, também por falta de investimento”, afirmou.

Exercícios físicos ajudam na prevenção da osteoporose

Foto: Reprodução

Os ossos dão estabilidade, proteção, equilíbrio e força. Dependemos deles para a realização de qualquer atividade e funcionamento de nossos músculos, órgãos e movimentos. O problema é que, quando a massa óssea começa a diminuir, deixa a nossa estrutura mais fina, sensível e fraca: é a osteoporose.

E é importante saber que os hábitos de vida influenciam diretamente na saúde da massa óssea. A osteoporose aumenta a suscetibilidade de ocorrer uma fratura, podendo ser causada não só por quedas, mas também por movimentos corporais simples, como se curvar e tossir.

A atividade física aumenta a força muscular sobre os ossos, sendo um estímulo fundamental para a manutenção e o aumento da massa óssea. Os exercícios físicos devem ser realizados de forma regular três vezes por semana, com intervalo entre as sessões de 24 a 48 horas.

É muito importante que esses exercícios sejam realizados com o paciente suportando o seu próprio peso, em função da força que os músculos exercem sobre os ossos da coluna e dos membros inferiores. “O benefício primário da atividade física é evitar a perda óssea que ocorre com a inatividade, o que de certa maneira pode reduzir o risco de fraturas. Fazer exercícios e manter uma dieta balanceada são fundamentais para prevenir essa doença”, explica Danillo Santana, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Entretanto, Danillo alerta que é fundamental consultar um ortopedista antes de qualquer conduta. Esse profissional pode aconselhar qual o tipo de exercício, frequência e intensidade em que deverá ser feito para estimular a formação de massa óssea.

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