Covid-19: Apenas 3 em cada 10 crianças de 5 a 11 anos já tomaram a vacina em Elísio Medrado

A procura pela vacina infantil da Pfizer, contra a covid-19, utilizada em crianças de 5 a 11 anos de idade, ainda é baixa em Elísio Medrado. Até esta sexta-feira (11), apenas três em cada dez meninos e meninas desta faixa etária haviam recebido a primeira dose do imunizante.

De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a estimativa é que 715 crianças do município estejam aptas para a vacinação. Deste total, 245 já foram vacinadas o que corresponde a 34%.

Embora o número seja relativamente baixo, está quase mais que a metade da média de todo o estado da Bahia, que é de 18%. Segundo a Sesab, 267.763 crianças já foram vacinadas contra a covid-19. O público-alvo é de 1.476.908.

Além do receio de alguns pais e responsáveis, especialistas apontam as férias escolares como empecilhos para a vacinação infantil. Muitas crianças encontram-se viajando e devem tomar a vacina no retorno para suas cidades natais.

Por outro lado, os pais também podem ter optado por vacinar nas cidades onde os pequenos encontram-se, atualmente. Esta foi a opção de uma mãe, que preferiu não se identificar. Ela está em Salvador, com a filha, passando as férias, e resolveu vacinar a menina de 11 anos na capital.

“Aproveitei que a prefeitura daqui de Salvador liberou a vacina para todas as crianças, independentemente de onde elas morassem, e levei minha filha. Quando chegar a época da segunda dose, ela toma aí em Elísio Medrado”, disse.

Leitos

Até a tarde desta sexta-feira (11), a Sesab registrava 82% de ocupação nos leitos de UTI pediátrica destinados para crianças acometidas pela covid. Os leitos de enfermaria estão com 60% de ocupação.

Variante Ômicron

Diferente do início da pandemia, quando idosos foram as maiores vítimas da covid-19, atualmente as crianças são responsáveis por um número expressivo de internações hospitalares nas unidades de terapia intensiva (UTI’s), em decorrência da variante Ômicron. Esses dados são resultantes da flexibilização das medidas de isolamento, reabertura de ambientes coletivos e a vacinação que ainda segue em fase inicial deste público.

Para a pediatra e professora do curso de medicina da Faculdade Unime, Adriana Cardoso, os adultos são responsáveis por proteger essa população num momento delicado, evitando uma disseminação de casos da doença entre as crianças.

“Sabemos que os pequenos não têm uma noção real do que está acontecendo. É responsabilidade dos pais e responsáveis orientá-los sobre como se comportar em ambientes públicos e, quando possível, evitar locais aglomerados. Ainda estamos em situação de atenção”, alerta a médica.

Um levantamento do Ministério da Saúde aponta que, entre janeiro e julho de 2021, 15.483 crianças de 0 a 9 anos foram internadas por Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o Brasil. Em 2020, de abril a dezembro, foram 10.352 internações na mesma faixa etária.

A médica demonstra preocupação com a transmissão da Ômicron. “A taxa de contaminação da Ômicron, segundo os pesquisadores, é comprovadamente superior à cepa original. Já estamos vendo os vacinados se infectando, ainda que seja menos grave, mas é um sinal de alerta para as crianças”, diz a pediatra.

Por fim, a médica orienta: “A melhor solução é nos prevenirmos, e sabemos como fazer isso. Precisamos manter o distanciamento, seguir as orientações das autoridades de saúde e, aos pais, peço que deixem as crianças distantes dos espaços lotados. Elas estão muito vulneráveis”, conclui a especialista.

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