A noite desta terça-feira (21) trouxe mais frio para os moradores de Elísio Medrado. Embora os termômetros registrem 20°C, a sensação térmica é consideravelmente mais baixa, chegando a apenas 14°C, reflexo direto da atuação de uma frente fria que tem influenciado o clima em grande parte da Bahia.
A diferença de 6°C entre a temperatura real e a sentida no corpo é um fenômeno meteorológico comum e é determinada principalmente por um fator: a velocidade do vento.
- O efeito “Wind Chill”: Quando o vento sopra, ele remove rapidamente a fina camada de ar aquecido que o nosso corpo naturalmente produz e mantém próxima à pele. Esse processo, conhecido como resfriamento pelo vento (wind chill), intensifica a perda de calor do corpo para o ambiente.
- A Percepção de frio: Mesmo que a temperatura medida pelo termômetro (que está estático) seja de 20°C, o fluxo constante do vento faz com que o corpo humano perca calor em uma taxa equivalente à de um ambiente muito mais frio (no caso, 14°C). Por isso, a sensação é de um frio muito mais intenso do que o número registrado.
Frente fria atua na Bahia
O ar mais frio em Elísio Medrado é parte de um sistema meteorológico maior, com o avanço de uma frente fria que trouxe instabilidade e queda nas temperaturas em diversas regiões do estado.

Historicamente, frentes frias que avançam pelo litoral brasileiro conseguem derrubar as temperaturas até mesmo em parte do Nordeste, especialmente na Bahia, que está em uma posição de transição climática. Este sistema tem sido o principal responsável pelo tempo mais fechado, nebulosidade e chuvas costeiras, além da diminuição da temperatura máxima e do aumento da sensação de frio em áreas de maior altitude ou expostas ao vento.
La Niña traz expectativa de chuva para a primavera
Além da influência imediata da frente fria, o cenário climático da primavera (e início do verão) no Nordeste, incluindo a Bahia, deve ser moldado por um fenômeno de grande escala: La Niña.
O fenômeno La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Embora o fenômeno ocorra a milhares de quilômetros de distância, ele altera os padrões globais de circulação da atmosfera.
No caso do Nordeste do Brasil, a atuação do La Niña geralmente reforça a umidade e a precipitação, indicando uma primavera e um verão mais chuvosos, especialmente no setor centro-norte e na faixa leste da região.
