Fechando o Maio Amarelo, mês de conscientização contra a violência no trânsito, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou levantamento sobre Acidentes de Transporte Terrestre (ATT) no estado.
Os dados apontam que, em 2022, entre os casos em que o tipo de veículo foi identificado, as principais vítimas fatais de ATT eram ocupantes de veículos de passeio (42,0%): dois em cada cinco óbitos. Neste mesmo ano, os motociclistas representavam 39,2% dos casos, seguidos por pedestres, com 13,7%. Ciclistas e ocupantes de outros veículos somados representavam os 5,2% restantes.
De 2000 a 2022, foram 44.400 vítimas fatais de Acidentes de Transporte Terrestre na Bahia. Só em 2022, os ATT mataram 2.382 pessoas e resultaram em 11.284 internações graves no Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado. Esse contingente representa um elevado custo para a sociedade, seja na perda de vidas, nos custos públicos de internação e na renda das famílias atingidas.
Nova Lei Seca reduz mortes a partir de 2012
De 2000 a 2022, a trajetória dos ATT na Bahia apresentou uma mudança significativa como reflexo, sobretudo, das medidas legais instituídas que visam coibir, por exemplo, o consumo de álcool e o excesso de velocidade. Em 2000, os Acidentes de Transporte Terrestre eram a principal causa de mortes violentas. Foram 1.098 vítimas fatais de ATT no estado, o que representava uma taxa de 9,2 mortes a cada 100 mil baianos. Essa taxa elevou-se consideravelmente até 20,1 mortes a cada 100 mil habitantes, no ano de 2012, quando foram registradas 2.845 vítimas de ATT na Bahia. Contudo, a partir desse ano, quando foi implementada a Lei nº 12.760, popularmente conhecida como “Nova Lei Seca”, observou-se uma redução das taxas de vitimização por ATT. Em 2022, essa taxa foi de 16,2 vítimas de ATT a cada 100 mil baianos.
Além do impacto imensurável na perda de vidas, os ATT também resultam em custo econômico-financeiro para as famílias afetadas por esses eventos e para o Sistema Único de Saúde (SUS), grande responsável pela recuperação das vítimas que não tiveram um fim trágico. Em 2022, foram 11.824 internações em decorrência dos ATT na Bahia. Esse contingente representava uma redução de 11,8% em relação a 2021. O tempo médio de internação era de 4,9 dias. Um paciente internado no SUS em decorrência de ATT representava um custo médio de R$ 1.187,42 para o poder público. No entanto, apesar da expectativa de recuperação das vítimas internadas, uma parte delas vem a óbito. Neste mesmo ano, a taxa de óbito em internações em decorrência dos ATT foi de 1,5 a cada 1.000 internações na Bahia.
Nesse sentido, as medidas implementadas pelo Estado que visam punir os comportamentos desviantes no trânsito, além de impactarem positivamente na redução de vítimas fatais de ATT, refletiriam diretamente na redução dos custos econômico-financeiros do sistema de saúde, que é o grande responsável pelas internações em decorrências de eventos dessa natureza.
Consulte o infográfico completo no site da SEI.