Entenda por que ocorrem tantos tremores de terra em Amargosa

Amargosa
Foto: Divulgação/Prefeitura de Amargosa

Entre terça (23) e quinta-feira (25) o município de Amargosa registrou seis tremores de terra, de acordo com registros do sismógrafo instalado no distrito de Corta-Mão pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN).

Segundo Eduardo Menezes, geofísico do LabSis, os quatro tremores de terça-feira foram sentidos com intensidade 1.9, 2.3, 1.3 e 1.7, respectivamente, sendo considerados de baixa intensidade. Já na quinta-feira, as intensidades dos dois abalos foram de 1.6 e 2.2 Em todas as ocasiões, moradores relataram terem ouvido barulhos semelhantes aos de trovões. Não foram registrados danos em imóveis.

“Esses tremores de terra estão geralmente ligados à reativação de falhas geológicas, porque nós estamos no interior de uma placa sul-americana, onde nesse interior acumula uma energia e ela pode ser dissipada nessas falhas. Quando ela é dissipada, as falhas são reativadas e provocam tremor de terra na superfície”, explicou o professor de Geologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Carlos Uchôa.

O professor explicou ainda que ocorrem terremotos na região de Amargosa porque a área também abriga uma das três regiões zimogênicas do Nordeste – as outras duas são João Câmara, no Rio de Grande do Norte, e Palhano, no Ceará.

Uma região sismogênica é caracterizada pela maior propensão de acontecerem tremores, devido às falhas geológicas citadas anteriormente – espécie de fraturas nas rochas. “Essas fraturas nas rochas são muito antigas, mas podem ser reativadas. São zonas de fraqueza, onde se tem acúmulo de energia que torna mais fácil que haja um rompimento”, disse.

Em 30 de agosto de 2020, Amargosa registrou um grande tremor de terra, com 4,6 de magnitude e profundidade-foco de 10 quilômetros, causando queda de paredes e telhados. O evento também foi sentido em outros municípios da região, como Elísio Medrado e Brejões. Outros 41 também também notaram os tremores, de acordo com o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).

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