A estudante Laís Borges Galiza, do Colégio Estadual Democrático Professor Rômulo Galvão, em Elísio Medrado, tem se destacado no cenário científico com seu estudo sobre educação antirracista. A pesquisa, que investiga a importância do protagonismo juvenil e das mostras étnico-culturais em uma escola pública baiana, coleciona aprovações em prestigiadas feiras como a FEMIC (Feira Mineira de Iniciação Científica), o CONICT (Congresso Nacional de Inovação, Ciência e Tecnologia do Instituto Federal de São Paulo) e a RECONCITEC e FENIC (Feira Internacional de Iniciação Científica).
O trabalho é fruto de uma pesquisa iniciada em 2023 por Laís, sob a orientação do professor Jenivaldo Souza Santos, conhecido como Zelly, e foi integralmente desenvolvido dentro do próprio colégio. A estudante, engajada na produção científica e na reflexão sobre práticas pedagógicas transformadoras, defende a escola pública como um espaço potente de resistência e transformação. “A educação antirracista precisa estar no cotidiano escolar, não apenas nas datas comemorativas. Ela deve ser vivida, sentida e construída com os estudantes, para que todos se reconheçam como parte da história e do conhecimento produzido”, afirma Laís.

O professor Zelly, orientador do projeto, ressalta a importância do engajamento estudantil: “O trabalho possibilita a reflexão sobre a importância da educação no combate ao preconceito e discriminação e o papel da atuação do jovem nesta causa tão importante.”
Alice Peixoto Campos, que acompanhará Laís nos eventos, complementa a visão sobre a relevância da iniciativa: “É fundamental que nós, enquanto estudantes, construamos e lutemos por uma educação antirracista, que sirva de referência dentro do nosso território e em toda a Bahia, um estado marcado pela presença e pela força do povo negro. Quando começamos a combatê-lo dentro do colégio, criamos um efeito que se estende para toda a sociedade, como um ‘espelho’. Afinal, os jovens formam suas atitudes a partir da escola e, com isso, podem transformar, resistir e contribuir para uma sociedade que realmente valorize sua cultura e seu povo.”
A pesquisa de Laís e Jenivaldo não se limita ao campo teórico, sendo marcada por ações práticas dentro do colégio. A realização da I Mostra Étnico-Cultural em 2024, a continuação do evento em 2025 e outras atividades interdisciplinares ao longo do ano letivo têm engajado estudantes e professores na construção de um ambiente escolar mais plural e engajado.
As sucessivas aprovações em feiras científicas de alcance nacional e internacional são um testemunho do valor do protagonismo juvenil e do potencial transformador da pesquisa escolar. Esse reconhecimento não apenas valoriza a qualidade do trabalho acadêmico desenvolvido em Elísio Medrado e por toda a equipe do Colégio Rômulo Galvão, refletindo o potencial do interior da Bahia, mas também a relevância da escola pública como um catalisador de conhecimento e transformação social que transcende seus próprios muros.

