A nova variante do coronavírus, denominada Ômicron, continua se espalhando pelo mundo, neste domingo (28), com 13 casos encontrados na Holanda e dois, tanto na Dinamarca quanto na Austrália, mesmo com mais países tentando se isolar através da imposição de restrições a viagens.
As autoridades de saúde holandesas anunciaram que os 13 casos da variante foram detectados entre os passageiros que estavam em voos da África do Sul que chegaram a Amsterdã na sexta-feira (26).
As autoridades testaram todos os mais de 600 passageiros nesses dois voos e encontraram 61 casos de coronavírus, fazendo testes posteriores nos infectados para a nova variante.
“Não é improvável que mais casos apareçam na Holanda”, disse o ministro da Saúde, Hugo de Jonge, em entrevista coletiva em Rotterdam. “Esta pode ser a ponta do iceberg.”
Descoberta pela primeira vez na África do Sul, a variante já foi detectada no Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda, Dinamarca, Bélgica, Botsuana, Israel, Austrália e Hong Kong.
A descoberta da Ômicron, classificada como variante de preocupação (VOC) na semana passada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), gerou temores em todo o mundo de que poderia resistir à vacinação e prolongar a pandemia de covid-19, que já dura quase dois anos.
A Ômicron é potencialmente mais contagiosa do que as variantes anteriores, embora os especialistas não saibam ainda se ela causará uma doença mais ou menos grave em comparação com outras cepas.
A autoridade de doenças infecciosas da Dinamarca disse neste domingo que registrou dois casos da variante em viajantes da África do Sul.
Autoridades de saúde do estado mais populoso da Austrália, Nova Gales do Sul, disseram que dois passageiros que chegaram a Sydney vindos do sul da África na noite de sábado tiveram teste positivo para a variante.
A Áustria estava investigando um caso suspeito neste domingo, enquanto na França o ministro da Saúde, Olivier Veran, disse que a variante provavelmente já estava circulando pelo país.
A Ômicron surgiu num momento em que muitos países da Europa estão lutando contra um surto de infecções por covid-19, com algumas restrições à atividade social sendo novamente adotadas para tentar impedir a disseminação da doença.
A nova variante também destacou as enormes disparidades nas taxas de vacinação em todo o mundo. Mesmo com muitos países desenvolvidos dando reforços de terceira dose, menos de 7% das pessoas em países de baixa renda receberam a primeira injeção, de acordo com grupos médicos e de direitos humanos.