
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, cumpriu uma agenda estratégica nesta quarta-feira (14), em Pequim, ao se encontrar com representantes de empresas chinesas que devem fornecer peças para os carros elétricos da BYD produzidos em Camaçari. O encontro teve como foco atrair investimentos e apresentar as vantagens oferecidas pelo estado para a instalação dessas indústrias no território baiano.
Durante mais de quatro horas, representantes de empresas de autopeças, componentes elétricos, vidros, chassis, amortecedores e outros itens essenciais à fabricação dos veículos participaram de uma apresentação conduzida pela Bahiainveste. Eles tiraram dúvidas sobre incentivos fiscais, legislação, obtenção de vistos de trabalho e disponibilidade de áreas industriais para instalação de fábricas.
“Essa reunião é a prova concreta de que a BYD não será apenas uma montadora ou revendedora na Bahia. Estamos avançando para que até 80% das peças dos veículos sejam produzidas aqui, gerando emprego, renda e inovação. É um passo importante para consolidar esse novo polo industrial no nosso estado”, afirmou Jerônimo.
Entre as empresas interessadas em se instalar na Bahia estão gigantes do setor automotivo, como a Sinomac (autopeças), Minth (estruturas metálicas e plásticas) e ACG (vidros automotivos). Segundo Tyler Li, presidente da BYD Brasil, a instalação dessas fornecedoras é parte fundamental da estratégia de criar um ecossistema completo e sustentável de produção na Bahia. “Nosso compromisso é de longo prazo, e queremos contribuir para o desenvolvimento industrial e tecnológico da região”, destacou.
A expectativa é que a fábrica da BYD em Camaçari comece a operar ainda no primeiro semestre de 2025, inicialmente nos modelos CKD e SKD — quando os veículos chegam parcialmente desmontados e são montados localmente. Durante o primeiro ano, parte das peças virá da China, enquanto as parceiras iniciam sua implantação na Bahia.
Com um investimento de R$ 5,5 bilhões, a planta baiana terá capacidade inicial para produzir 150 mil veículos por ano, podendo chegar a 300 mil até 2027. A projeção é de que o complexo fabril gere até 20 mil empregos diretos e indiretos, consolidando-se como o maior centro de produção da BYD fora da China.