A mãe do recém-nascido encontrado em um matagal, na segunda-feira (12), em Milagres, foi presa em flagrante, na madrugada desta terça (13). De acordo com o delegado da cidade, Thiago Costa, a mulher, que tem 26 anos, deu várias versões sobre o motivo do abandono.
O bebê, que é um menino, foi encontrado por um homem, que passava pelo local e ouviu o choro alto. O recém-nascido estava enrolado em um saco plástico, ainda com placenta e o cordão umbilical. O corpo estava sujo de fezes e tinha queimaduras devido à exposição ao sol.
“A gente conseguiu localizá-la durante a madrugada. Ela empreendeu fuga para a cidade de Nova Itarana, que fica a poucos quilômetros de Milagres, e a gente contou com o apoio da Polícia Militar e Guarda Municipal”, disse o delegado.
Segundo Thiago Costa, a mulher foi presa após a polícia conseguir encontrar o cunhado dela, mototaxista que ajudou na fuga. O homem, que segundo a polícia, é suspeito de ser pai da criança, contou no local em que deixou a mãe do bebê.
“Ela disse primeiro que fez isso porque não tinha condições financeiras e estruturais de cuidar do filho. Mas depois disse que estava com muito medo do pai, que não sabia que ela estava grávida e que não ia aceitar”, informou.
Conforme o delegado, a mulher é integrante de uma família de extrema pobreza. A mãe do bebê contou que descobriu que estava grávida minutos antes do nascimento do filho.
“Ela está negando que sabia que estava grávida. Essa parte eu não acredito, mas ela disse que só foi saber no dia, que sentiu fortes dores e percebeu o sangramento em casa”.
A mulher contou à polícia que se isolou em determinado local, se abaixou e o filho nasceu. “Aí ela disse que do jeito que ele estava, com placenta e cordão umbilical, enrolou em um saco plástico, desceu até uma quadra e colocou em um mato que ficava ao lado”, relatou o delegado.
Estado de saúde do bebê
Na manhã desta terça, o bebê continuava internado no Hospital Municipal de Milagres. Não há previsão de alta. Um relatório médico apontou que o garotinho estava desidratado, com queimaduras de primeiro grau no rosto e um hematoma na cabeça, mas não corre risco de morte.
“O hematoma, não ficou claro para mim, se foi em decorrência da queda na hora do nascimento ou se foi no momento que ela deixou ele no chão”, comentou o delegado, que acrescentou que, além da mãe, outras testemunhas já foram ouvidas na delegacia.
O inquérito policial foi instaurado e o caso pode ser enquadrado como abandono de recém-nascido, de acordo com o delegado. “Vou retornar a delegacia para fazer algumas análises jurídicas, concluir o flagrante para comunicar à Justiça”.
G1 Bahia