O Ministério Público de Goiás (MP-GO) realizou nesta terça-feira (18) uma operação em 16 municípios de seis estados brasileiros para combater uma associação criminosa especializada em manipulação de resultados de jogos de futebol para favorecer apostas esportivas.
A investigação aponta que as manipulações visavam assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, penalidade máxima, número de escanteios durante a partida e placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo. Os investigados teriam obtido grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos.
A Operação Penalidade Máxima II identificou a atuação concreta do grupo criminoso em pelo menos cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022 e em cinco partidas de campeonatos estaduais. Segundo o promotor Fernando Cesconetto, a investigação partiu de cinco partidas na reta final do Brasileirão de 2022: Santos x Avaí, Bragantino x América-MG, Goiás x Juventude, Cuiabá x Palmeiras e Santos x Botafogo.
Cada atleta cooptado pela quadrilha para o esquema das partidas da Série A do Brasileiro receberia entre R$ 50 mil e R$ 60 mil para forçar uma punição. Foram emitidos 20 mandados de apreensão, além de terem sido efetuadas três prisões preventivas no estado de São Paulo. Entre os investigados estão jogadores e intermediários, não descartando que essas pessoas também sejam jogadores de futebol.
O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Rodney da Silva, declarou que o esquema de cooptação de atletas de futebol existe há anos e que é preciso discutir a necessidade de investir na atividade de compliance para garantir que as regras sejam cumpridas. Segundo a CBF, as casas de apostas possuem esses mecanismos, mas é necessário conhecer mais a respeito.