Bruno Peres/Agência Brasil
O debate sobre os riscos das redes sociais para crianças e adolescentes ganhou força no Brasil após a repercussão do vídeo do influenciador Felca, que denunciou a chamada “adultização digital” e expôs como plataformas acabam favorecendo a sexualização precoce de menores. O caso acendeu um alerta para famílias, especialistas e autoridades sobre a importância de proteger os mais jovens no ambiente virtual.
O primeiro cuidado dos pais deve ser em relação à idade de acesso. As principais plataformas estabelecem como regra mínima os 13 anos, mas muitas vezes esse limite não é respeitado. Garantir que a criança só entre quando tiver maturidade suficiente já reduz a exposição a riscos, como contato com desconhecidos, golpes e conteúdos impróprios.
Outro ponto essencial é o tempo de uso. Passar horas conectado pode prejudicar o desenvolvimento social, escolar e emocional. Estabelecer horários para o acesso, além de incentivar atividades offline como esportes, leitura e convivência familiar, ajuda a equilibrar a rotina.
A privacidade também precisa ser prioridade. Manter perfis fechados, evitar a divulgação de dados pessoais como endereço e escola, e ter cautela com fotos e vídeos compartilhados são medidas que diminuem a vulnerabilidade a crimes virtuais. Conversas com estranhos devem ser desencorajadas e, quando possível, monitoradas.
O diálogo dentro de casa é outro aspecto fundamental. Crianças e adolescentes devem sentir confiança para contar se virem algo estranho, se receberem mensagens suspeitas ou se forem vítimas de cyberbullying. Os pais não precisam ser “polícia” 24 horas por dia, mas sim parceiros atentos, capazes de orientar e acolher.
Especialistas também recomendam ensinar desde cedo a diferença entre educação sexual e sexualização. A primeira prepara para o autoconhecimento e para o respeito ao corpo e ao outro, enquanto a segunda impõe comportamentos adultos, muitas vezes estimulados por desafios ou tendências das redes, o que pode causar danos psicológicos.
Por fim, é fundamental saber quando e como denunciar. No Brasil, canais como o Disque 100, a SaferNet e o aplicativo Proteja Brasil são ferramentas importantes para acionar as autoridades em casos de exploração, abuso ou conteúdos suspeitos envolvendo menores.