Até o próximo domingo (24), a cidade de Cachoeira, no Recôncavo, recebe a primeira edição do Festival Internacional de Cinema: Finisterra Film Art & Tourism Brasil Afrobarroco.
Cenário de grandes produções cinematográficas e audiovisuais, a Cidade Monumento Nacional se destaca pela preservação histórica e cultural sendo por isso escolhida como sede do evento. O objetivo é inserir de forma mais efetiva este outros destinos baianos no roteiro internacional para produções cinematográficas e audiovisuais, além de fomentar o fortalecimento da economia, da cultura e o desenvolvimento do turismo no estado.
“Em Hollywood é necessário figurar com cenários, já aqui em Cachoeira temos locações que dispensam cenografia, o que financeiramente é mais vantajoso para a produção. O Festival Finisterra traz como diferencial a composição técnica e artística para mostrar esse potencial para a cultura e turismo local. O ator ou a atriz aqui não é o mais importante, e sim, principalmente a beleza natural. E é isto que atrai as pessoas”, destacou o coordenador executivo do festival, o cineasta português e diretor da Arrábida Film Comission, Carlos Sargedas.
Para a secretária de Cultura do Estado, Arany Santana, é muito importante que esse festival aconteça justamente, no Recôncavo Baiano. “A Bahia é muito rica na sua cultura, e o turismo não pode somente se restringir à contemplação da paisagem, turismo também é cultura”, afirmou.
Realizado há dez anos na Europa, o Finisterra também promove o intercâmbio cultural entre a Bahia, o Brasil e o mundo. Representantes dos setores de Cultura e Turismo de municípios como São Félix, Itaparica, Cairu, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Muritiba, Valença e Saubara marcam presença no evento, que ainda reúne diversos profissionais especializados nos segmentos de cinema e turismo de países como Grécia, Estados Unidos e Portugal, além de estudantes e amantes da sétima arte.
A programação do festival tem caráter multicultural e reúne mostra de filmes, conferências e palestras, salões de exposição de arte e literatura, feiras de artesanato e de produtos da Agricultura Familiar, lançamentos de livros, workshops de cinema e educação, além do Cortejo Afrobarroco, possibilitando aos participantes vivenciar manifestações artísticas, folclóricas, religiosas e culturais do Recôncavo da Bahia.
As atividades começaram na terça-feira (19), com homenagens na Câmara de Vereadores de Cachoeira à data de aniversário do artista Hansen Bahia, que completaria 107 anos, e aos 46 anos da FHB. A primeira sessão de exibição dos filmes concorrentes aconteceu na quarta-feira (20), no Cine Theatro Cachoeirano, que também recebeu a abertura oficial do evento.
Destaque ainda para a Exposição Memorial Audiovisual Museu Roque Araújo, instalada na Estação Ferroviária Cultural de Cachoeira, que fica aberta à visitação durante o festival. Também homenageado na programação, o produtor e cineasta contemporâneo de Glauber Rocha tem mais de 60 anos de cinema e é um dos nomes mais importantes da história da sétima arte na Bahia.
Cerca de 170 filmes de 33 países foram inscritos na mostra. Entre eles, trabalhos de realizadores locais representam a Bahia e o Recôncavo com produções de São Félix, Itaparica, Cairu, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Muritiba e Saubara. Um júri internacional vai premiar 30 deles, em 19 categorias. Os troféus da premiação foram produzidos pelo artista Billy Oliveira, residente há mais de 30 anos em Cachoeira, reafirmando a valorização da arte produzida na região.