Sesab comprova que variante Ômicron do coronavírus também circula em Amargosa

Foto: Leonardo Rattes/ Saúde GOVBA

A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) confirmou, em boletim divulgado nesta quinta-feira (17), que a variante Ômicron do coronavírus também circula em Amargosa. A comprovação ocorreu em uma nova rodada de sequenciamento genético do vírus SARS-CoV-2. As análises apontam, também, que a Ômicron é responsável por 93% dos casos de covid-19 na Bahia.

São mais de 1.700 sequenciamentos feitos desde o início da pandemia, e, nesta última rodada, das 61 amostras, 57 eram da variante Ômicron e apenas quatro da variante Delta. A predominância dessa variante tem provocado o crescimento acelerado de novos casos, deixando em alerta as equipes de vigilância epidemiológica e assistência à saúde.

Em paralelo ao crescimento do número de casos, há uma tendência de elevação nas hospitalizações e óbitos, sobretudo, em pacientes que não se vacinaram ou que estão com esquema vacinal incompleto. “Hoje a Bahia tem mais de 1,3 milhão de pessoas que sequer tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19. Além disso, 4,2 milhões de baianos estão com esquema vacinal incompleto porque já estão no prazo e não tomaram a segunda e terceira doses”, ressalta a secretária estadual da saúde Adélia Pinheiro.

De acordo com a diretora geral do Lacen-BA, Arabela Leal, a escolha das amostras para o sequenciamento é baseada na representatividade de todas as regiões geográficas do estado da Bahia.

Além de Amargosa, os casos também foram identificados em residentes dos seguintes municípios: Abaré, Acajutiba, Alagoinhas, Alcobaça, Amélia Rodrigues, Andaraí, Antônio Cardoso, Araçás, Araci, Aramari, Barra do Choça, Barro Alto, Bom Jesus da Lapa, Bonito, Boquira, Caculé, Cairú, Canarana, Carinhanha, Coronel João Sá, Cruz das Almas, Dias D’Ávila, Euclides da Cunha, Ibicaraí, Ibotirama, Irecê, Jequié, Lajedo do Tabocal, Lapão, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Rafael Jambeiro, Salvador, Santa Brígida, Santo Antônio de Jesus, Senhor do Bonfim, Serrolândia, Simões Filho e Vitória da Conquista.

Além destes, turistas do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) também tiveram amostras detectadas para Ômicron enquanto visitavam cidades baianas. São 37 mulheres e 20 homens, com a faixa etária variando entre 14 e 103 anos.

Casos de covid-19 aumentaram 9.000% em Elísio Medrado após surgimento da Ômicron na Bahia

Acompanhando a tendência nacional, desde o começo de 2022 o município de Elísio Medrado tem registrado, a cada dia, aumento no número de casos de covid-19. Embora não haja comprovação, uma explicação plausível para o crescimento é a variante Ômicron. Desde que ela foi detectada pela primeira vez na Bahia, em 10 de janeiro deste ano, os casos aumentaram 9.200% no município.

No dia em que a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou os primeiros infectados pela Ômicron, Elísio Medrado possuía apenas um caso positivo e nenhum paciente aguardando resultado do teste. Neste domingo (30), 20 dias depois, o boletim apontava 93 casos e outras 20 pessoas esperando resultado.

Presente em 71 de cada 100 amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), a Ômicron ainda não foi detectada no município. Isso porque o Lacen-BA ainda não fez o sequenciamento dos testes que foram encaminhados para lá pela Secretaria de Saúde de Elísio Medrado, conforme explicou a Sesab ao i75.

“São sequenciadas amostras de todas as regiões da Bahia. A partir dessas amostras, se tem uma perspectiva do que ocorre no estado. Como nas duas últimas rodadas de sequenciamento a Ômicron já passava de 70%, o estado trabalha com este número. Não se faz sequenciamento de todas as amostras e de todos os municípios”, disse a Sesab.

A Ômicron já está presente em Santo Antônio de Jesus e Castro Alves, municípios bem próximos de Elísio Medrado e que recebem visitas mútuas dos seus habitantes. “Já enviamos mais de 100 amostras de testes para o Lacen-BA esses dias, mas não recebemos notificação da presença da variante Ômicron. Embora, com esse alto número de transmissão, a gente já imagina que ela esteja circulando aqui”, disse a secretária de saúde de Elísio Medrado, Edilane Holanda.

Na semana passada, o prefeito Linsmar Moura publicou um decreto com medidas de enfrentamento à covid. Está proibida, por exemplo, a realização de festas e outros eventos com utilização de equipamento de som. As regras são válidas até esta terça-feira (1º).

Transmissão

A transmissão pela variante Ômicron é muito rápida. Os motivos —sem levar em conta o afrouxamento da população em relação às medidas de proteção nas festas de final de ano— seriam as mutações sofridas pelo vírus Sars-CoV-2 (causador da covid-19), que permitiram com que se multiplicasse com maior rapidez e se adaptasse melhor às vias aéreas superiores (nariz, laringe e faringe).

O resultado disso é uma carga viral muito alta já nos primeiros dias de contágio, tornando qualquer espirro ou tosse de um infectado uma verdadeira bomba de contaminação. Uma pessoa infectada com o vírus Ômicron é capaz de infectar de 10 a 20 pessoas.

A nova variante também está chamando atenção pelo menor tempo de incubação (período entre o contato com o vírus até a manifestação dos sintomas), que é de apenas dois ou três dias, em média, devido à sua velocidade de replicação no organismo, conforme mostra um estudo americano recente. Nas variantes anteriores esse tempo era de cinco dias.

Exames também detectam a doença mais cedo, possibilitando iniciar o tratamento rapidamente naqueles que apresentam quadros mais graves. O exame PCR pode detectar já nas primeiras 24 horas e o antígeno, no segundo dia de contaminação.

O tempo que uma pessoa infectada pela Ômicron continua espalhando o vírus é igual ou maior do que as variantes anteriores. Ou seja, não é de apenas cinco dias, como se afirmava. Um novo estudo em andamento no Japão mostra que a excreção do vírus acontece até o nono dia. Daí a recomendação para que o paciente fique em isolamento por até dez dias.

Variante Ômicron do coronavírus é detectada em Castro Alves

Foto: Divulgação/Sesab

A variante Ômicron do coronavírus, que se espalha bem mais rápido que as demais, foi detectada em Castro Alves, informou, nesta sexta-feira (28), a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Na semana passada, a pasta também comunicou a presença da Ômicron em Santo Antônio de Jesus.

Até a tarde de hoje, o município de Castro Alves registrava 33 casos ativos de covid-19, com um paciente internado. Outras 34 pessoas aguardam resultado de exame.

Em nova rodada de sequenciamento genético, o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) detectou a Ômicron em 71% das amostras coletadas em janeiro deste ano. Do total de 64 sequenciamentos concluídos nesta sexta-feira (28), a variante foi identificada em 46 amostras. Já a Delta foi detectada em 16 amostras e uma amostra teve resultado inconclusivo.

São 27 mulheres e 19 homens, com a faixa etária variando entre 3 e 86 anos. Os casos foram identificados em residentes dos seguintes municípios: Alcobaça, Camacan, Candeias, Candido Sales, Castro Alves, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Eunápolis, Feira de Santana, Ilhéus, Itabela, Itabuna, Itamaraju, Itambé, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jequié, Lauro de Freitas, Lençóis, Monte Santo, Mucugê, Mucuri, Pintadas, Poções, Pojuca, Prado, Remanso, Riacho de Santana, Ribeira do Pombal, Salvador, Santa Cruz Cabrália, Santo Estevão, Serrinha e Ubaitaba.

Além desses municípios, turistas de Belo Horizonte (MG), Franca (SP), Hortolândia (SP) e Natal (RN) também tiveram amostras detectadas para Ômicron enquanto visitavam as cidades baianas de Nova Viçosa, Nova Itarana, Serrolândia e Ilhéus, respectivamente.

A secretária da Saúde do Estado, Tereza Paim, alerta que “o avanço da Ômicron tem provocado crescimento expressivo do número de casos ativos, atualmente em 29.670, sendo que o maior número de toda a pandemia foi 30.221 casos ativos em julho de 2020″.

A escolha das amostras para o sequenciamento é baseada na representatividade de todas as regiões geográficas do estado da Bahia, casos suspeitos de reinfecção, amostras de indivíduos que evoluíram para óbito, contatos de indivíduos portadores de variantes de atenção (VOC) e indivíduos que viajaram para área de circulação das novas variantes com sintomas clínicos característicos.

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