A regulamentação da tradicional guerra de espadas durante o São João foi novamente defendida pelo ex-prefeito de Castro Alves, Thiancle Araujo. Em entrevista à rádio Andaiá FM, no programa “Levante a Voz”, ele argumentou que a medida é a melhor forma de conciliar a preservação cultural da festa com a segurança dos participantes e da população.
“A guerra de espadas acontece, mesmo sem regulamentação, e os acidentes continuam a ocorrer. A regulamentação serviria justamente para evitar acidentes, estabelecendo regras e orientações claras”, declarou Araújo.
De acordo com o ex-prefeito, a formalização da prática beneficiaria até mesmo os que são contra, pois garantiria a definição de locais específicos para a manifestação, além de atribuir responsabilidades ao poder público em casos de danos. Ele ressaltou que, apesar das tentativas de proibição nos últimos 15 anos, a tradição persiste. Além disso, não há registros de condenações definitivas por porte ilegal de arma envolvendo espadas, já que a prática não se enquadra na legislação de armas de fogo.
“A espada não é uma arma de fogo, não há como sustentar juridicamente essa tese. […] É cultural. É o uso do direito para impedir práticas culturais de grupos que não estão no poder”, disse.
Araújo sugeriu a criação de um “espadódromo” ou a delimitação de ruas específicas para a prática, garantindo rotas alternativas para moradores e reparação de possíveis estragos. Ele ainda afirmou que o custo da regulamentação seria menor do que o de outras atrações do São João, com potencial para gerar mais receita.
O ex-prefeito concluiu dizendo que está trabalhando em uma proposta de regulamentação para apresentar às autoridades, garantindo que o projeto não apenas asseguraria os direitos de todos, mas também geraria emprego e renda para a cidade.