Dia 7 de junho de 1997, faltando exatos 14 dias para o início do inverno, Elísio Medrado viveu um fenômeno natural que é raro, nesta época do ano, aqui na Bahia. Naquela noite de sábado, o município foi atingido por uma tempestade que trouxe raios, trovões e muita chuva.
Era outono, e, como em todos os anos, no mês de junho, a maioria dos municípios do interior baiano registrava baixas temperaturas. No entanto, isso não impediu que nuvens carregadas se formassem e ocasionassem as descargas elétricas e o grande volume de chuva.
“Nos meus mais de 40 anos de vida nunca tinha visto raios e trovões, em Elísio Medrado, no mês de junho. Aquela foi uma noite atípica e que causou estranheza. Tinham feito um serviço de recuperação da estrada do Serrote e muitos carros ficaram atolados”, recorda José Amado, que casou no dia da fatídica tempestade.
A média dos últimos 30 anos aponta que a temperatura máxima em Elísio Medrado, no mês de junho, é de apenas 25 graus. Ou seja, amena e que não favorece à formação das nuvens que causam os relâmpagos e raios. O Instituo Nacional de Meteorologia (INMET) não tem estação de monitoramento das condições climáticas no município, mas na não tão distante Cruz das Almas, naquele sábado de junho de 1997, o órgão registrou 31,6 graus de máxima e 20 de mínima.
Segundo os meteorologistas, tempestades com raios e trovões podem ocorrer em qualquer época do ano, mas são mais frequentes a partir do fim do período mais frio, que termina em setembro.
Os especialistas também explicam que existem dois tipos principais de tempestades. As tempestades intra-massa surgem como resultado do aquecimento abundante do ar e, consequentemente, de uma colisão de ar quente na superfície da terra com o ar frio acima. Devido a esse recurso, eles estão estritamente vinculados ao tempo e, como regra, começam à tarde.
Há também as tempestades frontais, as quais ocorrem quando duas frentes de ar (quente e fria) colidem. Não há uma certa dependência da hora do dia e a frequência depende das temperaturas médias na região onde ocorrem. Quanto menor a temperatura, menor a probabilidade de que isso aconteça.
Depois daquele 7 de junho de 1997, os temporais com trovoadas e raios, em Elísio Medrado, só foram registrados, no máximo, até abril de cada ano, quando as temperaturas ainda são elevadas.