Líderes devem avaliar hoje isenção do IR até R$ 5 mil, diz Motta

O relatório do projeto do governo federal que isenta quem ganha até R$ 5 mil do Imposto de Renda (IR) será apresentado pelo relator, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ainda nesta terça-feira (23), informou o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). A apresentação será na reunião de líderes nesta tarde.

“Vamos ter reunião de líderes onde o relator da matéria, Arthur Lira, irá apresentar seu relatório, no colégio de líderes, e, após essa apresentação, devemos já traçar um cronograma de votação para que a Câmara possa trazer o seu posicionamento sobre esse tema tão importante para a sociedade brasileira”, disse.

Ontem (22), Motta sinalizou que o texto deve ser votado na Casa na próxima semana.

“Chamei o deputado Arthur Lira [relator desse projeto] para ir ao colégio de líderes esta semana explicar o seu relatório, e para que, ouvindo o colégio, possamos ter ainda esta semana uma posição sobre a pauta e, se possível, já levarmos a pauta na semana que vem [para votação]. Essa é uma pauta importante, nós sabemos o quanto ela irá trazer, do ponto de vista da justiça tributária, avanços significativos para milhões de brasileiros e brasileiras. Eu penso que é uma pauta que, no seu amadurecimento, chega o momento de levarmos essa pauta ao plenário”, disse Motta em um evento promovido pelo banco BTG Pactual, em São Paulo.

Taxação de ricos

O projeto prevê a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Para compensar essa perda arrecadatória, o governo federal propõe uma alíquota extra progressiva de até 10% para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano, ou R$ 50 mil por mês.

A alíquota extra máxima de 10% será cobrada de quem ganha a partir de R$ 1,2 milhão por ano, ou R$ 100 mil por mês. 

A proposta traz ainda a tributação de 10% sobre dividendos enviados ao exterior, que foi mantida por Arthur Lira em seu relatório. O parlamentar instituiu três exceções à cobrança sobre dividendos: quando remetidos para governos estrangeiros, desde que haja reciprocidade de tratamento, remessas a fundos soberanos e remessas a entidades no exterior que administrem benefícios previdenciários.

Reunião de Lula e Trump

No início desta tarde, Motta comentou a indicação de que pode ocorrer um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, dos Estados Unidos, na próxima semana. A reunião foi anunciada por Trump, durante seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Motta disse ver com bons olhos a iniciativa e que acredita em uma solução dialogada, com diplomacia, para resolver o imbróglio envolvendo o tarifaço praticado por Trump e as sanções a autoridades brasileiras.

“Vejo com muito bons olhos o que se deu como resultado dessa Assembleia da ONU no dia de hoje. Eu sempre defendi que o diálogo, a diplomacia, possa ajudar os nossos países, que têm relações históricas de centenas de anos, a resolverem esse imbróglio”, disse Motta. “Eu defendo sempre que o governo brasileiro possa, em diálogo com o governo americano, dirimir as dúvidas e deixar para trás as tarifas e as sanções e retomar a relação entre os países.”

“O Brasil tem instituições fortes, uma democracia forte. Nossa soberania não tem discussão. Confio que, através do diálogo e da democracia, essa situação possa ser resolvida”, acrescentou.

Agência Brasil

Motta espera diálogo entre Brasil e EUA após fala de Trump na ONU

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), elogiou a sinalização de um possível encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, dos Estados Unidos.

Em entrevista nesta terça-feira (23) antes da reunião de líderes partidários, em Brasília, Motta disse ter sido sempre um defensor do diálogo e da diplomacia para superar o impasse entre os dois países após o tarifaço de Trump e das sanções a autoridades brasileiras e familiares.

“Defendo sempre que o governo brasileiro, em diálogo com o governo americano, possa dirimir as dúvidas, poder deixar para trás essa questão das tarifas, das sanções para que a relação entre os dois países possa ser retomada”, afirmou.

A manifestação de Motta foi feita após Trump afirmar, em discurso na Assembleia das Nações Unidas, que pretende conversar com Lula na próxima semana. O presidente dos Estados Unidos teceu elogios ao chefe de Estado brasileiro chamando-o de “homem muito agradável”, com quem teve “uma química excelente” durante breve encontro.

Antes, Lula fez o discurso de abertura da Assembleia e criticou as sanções unilaterais dos Estados Unidos afirmando que o mundo assiste ao aumento do autoritarismo. Lula disse ainda que “a nossa democracia e a nossa soberania são inegociáveis”.

Motta afirmou esperar que o encontro possa ajudar na resolução do impasse envolvendo as duas nações, “que têm relações históricas de centenas de anos”.

“Sempre defendendo que o Brasil tem instituições fortes, tem uma democracia forte e que a nossa soberania não está em discussão, como o presidente Lula fez hoje em seu discurso na ONU e confio que, através do diálogo, da diplomacia, essa situação possa ser resolvida”.

Anistia

Questionado sobre a votação do projeto de lei que trata da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Motta disse que o relator, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), ainda está procurando os líderes partidários para discutir a proposta.

Aliados de Bolsonaro defendem que a anistia alcance também o ex-presidente, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão, mas Paulinho já afirmou que uma anistia geral e irrestrita seria impossível.

A proposta pode perder força e a Câmara ficou mais pressionada após as manifestações do último domingo (21), realizadas em todo o país, contra o projeto a também a chamada PEC da Blindagem.

“Temos um relator nomeado que me parece que está procurando os líderes para conversar um possível texto e só após essas conversas é que vamos definir sobre a pauta desse assunto”, disse Motta.

Agência Brasil

Eduardo e Figueiredo têm 15 dias para se manifestarem sobre denúncia

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta terça-feira (23), prazo de 15 dias para as defesas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do blogueiro Paulo Figueiredo se manifestarem sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ontem, eles foram denunciados ao Supremo pelo crime de coação no curso do processo. Ambos foram investigados no inquérito que apurou a participação deles na promoção do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil e de sanções contra integrantes do governo federal e do Supremo.

Após receber a manifestação das defesas, o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, vai liberar o caso para julgamento na Primeira Turma da Corte. Caberá ao colegiado decidir se os acusados se tonarão réus.

Na denúncia apresentada ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que Eduardo e Figueiredo, que estão nos Estados Unidos, ajudaram a promover “graves sanções”  contra o Brasil para demover o Supremo a não condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro pela trama golpista.

Outro lado

Em nota conjunta à imprensa, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo desqualificaram a denúncia da PGR e reafirmaram que vão continuar atuando com “parceiros internacionais” para que novas sanções sejam aplicadas a autoridades brasileiras.

“Esqueçam acordos obscuros ou intimidações que usaram por anos, porque não funcionam conosco. Isto vale para mais esta denúncia fajuta dos lacaios do Alexandre na PGR. O recado dado hoje é claro: o único caminho sustentável para o Brasil é uma anistia ampla, geral e irrestrita, que ponha fim ao impasse político e permita a restauração da normalidade democrática e institucional”, afirmaram.

 

Agência Brasil

Chuvas em São Paulo deixam feridos e suspendem operação de montadora

As fortes chuvas e vendavais dessa segunda-feira (22) deixaram um saldo de destruição e prejuízos no estado de São Paulo. A Defesa Civil divulgou balanço com 33 ocorrências, com um saldo de 24 pessoas feridas, oito desabrigadas e 33 desalojadas em diferentes regiões.

As principais ocorrências abrangem alagamentos, queda de árvores, desabamentos e destelhamentos. Entre as mais graves figura o destelhamento de uma fábrica da montadora Toyota, em Porto Feliz, que deixou dez pessoas feridas e oito desabrigadas.

Em nota, a montadora de veículos informou que as operações estão suspensas. “A empresa está acompanhando cuidadosamente a situação, oferecendo todo o suporte necessário aos colaboradores e parceiros que atuavam no local. Não há relatos de fatalidades”, disse.

“Um relatório de danos está sendo preparado para entender a extensão dos impactos. A produção da unidade foi interrompida. Não há previsão de retomada das operações nesse momento”, completa o comunicado da Toyota.

Também foram registradas ocorrências graves em Rancharia, Ourinhos, Santa Fé do Sul, Presidente Prudente e Presidente Venceslau, com vendavais, destelhamentos e queda de árvores. Em Dracena, uma árvore caiu sobre um veículo deixando duas vítimas. Em Osasco, o telhado de três residências desabou deixando três famílias desalojados.

Prejuízos

Entre outros municípios com graves prejuízos que a Defesa Civil destacou estão Nova Odessa, Guarulhos, Bariri, Jaú, Peruíbe, Marília, João Ramalho, Sorocaba, Santos, Praia Grande, São José dos Campos e Franco da Rocha, a maioria com queda de árvores, desabamentos e destelhamentos.

A prefeitura de São Paulo informou que coordena hoje (23) ações de zeladoria em toda a cidade. Equipes estão nas ruas removendo 41 árvores. Outras 19 esperam o desligamento da rede elétrica.

O Gabinete de Crise das Chuvas (GCC) informou que uma massa de ar frio de origem polar vai derrubar as temperaturas, mas não há expectativa de precipitações de chuva significativa, apenas garoa.

Com a redução do risco imediato e a estabilização do cenário, a Defesa Civil encerrou o Gabinete de Crise das Chuvas, mas segue em monitoramento e prestando apoio aos municípios afetados pelo mau tempo.

*Estagiário sob supervisão de Eduardo Luiz Correia

Agência Brasil

MP aciona Justiça para recuperar imóvel onde residiu Machado de Assis

Para conter a degradação de um sobrado onde residiu Machado de Assis na Rua dos Andradas, 147, no centro do Rio de Janeiro, uma ação civil pública foi aberta pela Primeira Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural, vinculada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

De acordo com o órgão, a iniciativa “tem como objetivo impedir a consumação de novos danos ao bem histórico e exigir a restauração integral de sua fachada, cobertura e volumetria [componentes da edificação].”

A ação cita a Prefeitura do Rio e o atual proprietário do imóvel que, conforme o MP, utiliza a área do terreno para estacionamento rotativo.

Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) morou no endereço por dois anos, entre 1869 e 1871 – pouco antes de publicar seu primeiro romance (Ressurreição). A antiga casa do escritor é reconhecida como Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC) e tombado por decreto municipal.

O MP quer que a Prefeitura e o atual proprietário “adotem medidas emergenciais para garantir a segurança estrutural, limpeza, conservação, guarda, reparação e restauração integral futura da edificação.”

A ação civil será julgada pela 15ª Vara de Fazenda Pública da Capital. Em caso de descumprimento de decisão judicial, a Promotoria pede que seja aplicada multa diária de R$ 10 mil tanto à Prefeitura quanto ao proprietário.

Agência Brasil

Pobreza é tão inimiga da democracia quanto extremismo, diz Lula na ONU

Ao discursar na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (23), que a pobreza é tão inimiga da democracia quanto o extremismo.

“A democracia falha quando as mulheres ganham menos que os homens ou morrem pelas mãos de parceiros e familiares. Ela perde quando fecha suas portas e culpa migrantes pelas mazelas do mundo”.

“Por isso, foi com orgulho que recebemos da FAO [sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] a confirmação de que o Brasil voltou a sair do mapa da fome neste ano de 2025. Mas, no mundo, ainda há 670 milhões de pessoas famintas. E cerca de 2,3 bilhões enfrentam insegurança alimentar”, disse.

Para Lula, a única guerra em que todos podem sair vencedores é a travada contra a fome e a pobreza.

“Esse é o objetivo da Aliança Global que lançamos no G20 e que já conta com o apoio de 103 países”, destacou, ao avaliar que a comunidade internacional precisa rever suas prioridades.

Entre as prioridades citadas pelo presidente está reduzir os gastos com guerras e aumentar a ajuda ao desenvolvimento, aliviar o pagamento da dívida externa de países mais pobres, sobretudo os africanos, e definir padrões mínimos de tributação global, “para que os super-ricos paguem mais impostos que os trabalhadores”.

Agência Brasil

Haddad: isenção do IR até R$ 5 mil deve ser sancionada em outubro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que a nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais seja sancionada até outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ao portal ICL Notícias, nesta terça-feira (23), o ministro disse que o combate à desigualdade social é fator primordial para o desenvolvimento do Brasil, o que reforça o posicionamento do governo federal em favor da ampliação da faixa de isenção.

Se tudo der certo, disse o ministro, “20 milhões vão deixar de pagar IR durante este mandato. Já atualizamos a faixa de isenção por três vezes neste governo. Em um mandato, passamos de uma faixa de R$ 1,9 mil [de isenção] para R$ 5 mil. Nunca houve isso”.

Na avaliação de Haddad, a reforma do Imposto de Renda é a primeira real tentativa do Estado brasileiro para mexer no tema da desigualdade. “Além disso, a renda teve um aumento, em 3 anos, de 18% acima da inflação. Não sou eu quem está dizendo. São dados do IBGE. É o maior aumento de renda desde o Plano Real.”

“Uma coisa é combater a miséria, e o presidente Lula está fazendo isso pela segunda vez, ao tirar o Brasil do mapa da fome. Agora, o tema da desigualdade, raramente foi tocado. Estamos entre os piores dez países em termos de distribuição de renda.”

O ministro destacou que, atualmente, o país ainda tem mais de R$ 600 bilhões em renúncias fiscais. “Na minha opinião, esse é o maior escândalo. Nós conseguimos reverter R$ 100 bilhões e foi essa crítica toda ao governo, uma renúncia que já estava batendo em R$ 700 ou R$ 800 bilhões”. Ele disse que o objetivo do governo é diminuir o imposto sobre o consumo ao cobrar mais imposto de renda dos ricos.

“O Congresso Nacional tem, agora, uma oportunidade muito importante, de colocar o Brasil na rota da justiça social e do combate à desigualdade. Não podemos continuar sendo um dos dez piores países em termos de distribuição de renda. É muito difícil pensar em desenvolvimento com esse nível de desigualdade”, completou.

Agência Brasil

CineBH abre 19ª edição com pré-estreia de O Agente Secreto

A capital mineira recebe, desta terça-feira (23) a quinta-feira (28), a 19ª edição da Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (CineBH), que se consolida como um  importante espaço de exibição e formação de público para o cinema mineiro.

A mostra é composta por 101 filmes em pré-estreias e mostras temáticas, além de debates, oficinas e atividades voltadas à formação e ao mercado audiovisual.

A sessão de abertura será na noite desta terça-feira, no Cine Theatro Brasil, com a pré-estreia de O Agente Secreto, produção pernambucana de Kleber Mendonça Filho. O longa, que já conquistou três prêmios no Festival de Cannes, com direção, melhor ator para Wagner Moura e prêmio da crítica, foi escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2026 de melhor filme internacional.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, a coordenadora geral da mostra e diretora da Universo Produção, Raquel Hallak, que também promove a Mostra de Tiradentes desde 1998 e a CineOP, em Ouro Preto, desde 2006, conta a origem da CineBH e os destaques deste ano.


Rio Piraciba (MG), 12/09/2025 - Raquel Hallak participa do projeto Cinema na Cidade - CineBH.. Foto: Leo Lara/Universo Produção

Raquel Hallak coordenadora geral da mostra CineBH – Foto: Leo Lara/Universo Produção

Agência Brasil – ⁠Como surgiu a ideia do CINE BH?

Raquel Hallak – A CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte nasceu em 2007 a partir da percepção de que era necessário criar, na capital mineira, seu evento de cinema, e criar também em Minas Gerais um espaço voltado à conexão entre a criação artística e o mercado audiovisual. Já realizávamos a Mostra de Tiradentes [desde 1998] e a CineOP [Ouro Preto-desde 2006], cada uma com sua identidade, e entendemos que Belo Horizonte tinha vocação para sediar um evento com foco na formação de mercado, internacionalização da produção brasileira e intercâmbio profissional.

Agência Brasil – ⁠Qual é a importância do evento para a cidade e como o público participa?

Raquel Hallak – A CineBH é hoje um dos principais eventos culturais da capital mineira e contribui diretamente para o fortalecimento do setor audiovisual, movimentando a economia criativa, o turismo cultural e o calendário artístico da cidade. Para o público, é uma oportunidade única de assistir a filmes inéditos, participar de debates, oficinas, rodas de conversa e encontros com realizadores, tudo gratuitamente. 

Agência Brasil – Este ano serão 101 filmes entre brasileiros e internacionais. Como você vê o atual cenário do cinema brasileiro?

Raquel Hallak – Apesar dos desafios enfrentados nos últimos anos, o cinema brasileiro mostra uma impressionante capacidade de resistência e reinvenção. Estamos vivendo um momento de retomada e celebração, com conquistas importantes em festivais internacionais e uma produção marcada por diversidade, potência criativa e engajamento com temas urgentes. A curadoria da CineBH reflete essa pluralidade.

Agência Brasil – A abertura do festival será com o filme selecionado do Brasil para concorrer ao Oscar. A expectativa é grande? O que significa para o festival abrir com O Agente Secreto, neste momento tão especial?

Raquel Hallak – É uma honra e um momento simbólico para a CineBH abrir sua 19ª edição com O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, filme que acabou de ser escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2026. A escolha reafirma o nosso compromisso com o cinema brasileiro, relevante e de alcance internacional. Exibir esse filme na abertura em conexão com o homenageado desta edição, o ator Carlos Francisco, é um presente para o público e uma forma de celebrar o talento e a sensibilidade do cinema brasileiro em um momento de visibilidade internacional.

Agência Brasil – ⁠ ⁠Os festivais são as principais telas para os filmes que ainda não têm distribuição? Além disso, é um espaço de formação de público? Comente sobre sua visão dessa janela tão importante.

Raquel Hallak – Os festivais têm um papel estratégico dentro do ecossistema audiovisual. São, muitas vezes, as primeiras janelas de exibição de filmes independentes, que ainda buscam distribuição comercial. Além disso, funcionam como laboratórios de recepção, onde os filmes são testados, discutidos e ganham visibilidade. Para o público, é uma oportunidade de contato com filmes que, muitas vezes, não chegam ao circuito comercial. E, para os realizadores, um espaço de encontro, crítica e reconhecimento. 

Agência Brasil – ⁠ ⁠Além do festival CineBH, você pilota outros festivais em Minas. Conte um pouco da sua trajetória e da relação do público mineiro com o audiovisual.

Raquel Hallak – A minha trajetória está profundamente ligada ao compromisso com a promoção e a difusão do cinema brasileiro e à formação de público. À frente da Universo Produção, empresa com 30 anos de atuação no setor cultural e audiovisual, idealizamos, realizamos, sob a minha coordenação geral, o programa Cinema sem Fronteiras, que reúne quatro empreendimentos audiovisuais reconhecidos nacional e internacionalmente: a Mostra de Cinema de Tiradentes, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, a Mostra CineBH e o Brasil CineMundi – Encontro Internacional de Coprodução. Cada um desses eventos têm identidade própria e cumpre um papel estratégico no fomento ao audiovisual brasileiro. Ao longo dessa caminhada, temos construído uma relação muito próxima e afetiva com o público mineiro, que participa ativamente dos festivais, valoriza a programação gratuita e se envolve nos debates, oficinas e atividades formativas. Acredito que o cinema é uma ferramenta poderosa de transformação social, e é gratificante ver como, ano após ano, esses eventos se consolidam como espaços de encontro, reflexão e celebração da cultura brasileira.

Agência Brasil – O homenageado deste ano, o ator Carlos Francisco, é hoje um dos grandes expoentes do cinema brasileiro. 

Raquel Hallak – Carlos Francisco é um artista que representa com profundidade e sensibilidade a potência do cinema brasileiro contemporâneo. Sua trajetória, marcada por atuações intensas no teatro e no cinema, e por ser uma presença forte e generosa em cena, o coloca como uma referência da nossa geração. A homenagem é um reconhecimento ao seu talento, à sua contribuição artística e ao seu compromisso com narrativas que representam o Brasil em sua diversidade. É uma honra tê-lo como homenageado desta edição.

Agência Brasil – ⁠Além da exibição de filmes, discussões sobre o mercado cinematográfico serão debatidos no Brasil Cinemundi?

Raquel Hallak – O Brasil Cinemundi é o evento de mercado internacional da CineBH, que chega à sua 16ª edição consolidado como um dos principais encontros de coprodução do país. Ele conecta projetos brasileiros em desenvolvimento com players do mundo todo, os distribuidores, canais, agentes de vendas, programadores, consultores e representantes de fundos internacionais. Além disso, promove uma série de atividades formativas, painéis, rodadas de negócios e mentorias que contribuem para o desenvolvimento do audiovisual brasileiro.

Agência Brasil – Quais são as perspectivas para o encontro e nos conte um pouco sobre o tema do seminário Audiovisual em Conexão: Regulação, Coprodução e os Desafios do Mercado.

Raquel Hallak – Em quatro dias de atividades, o seminário reunirá mais de 80 especialistas de 15 países – profissionais da cadeia produtiva do audiovisual, pesquisadores, gestores públicos, representantes do Estado, empresas do setor, instituições acadêmicas, distribuidores, curadores, agentes de vendas internacionais e parceiros estratégicos. Em um contexto de retomada e reestruturação das políticas públicas, falar sobre regulação, coprodução e os desafios de mercado é essencial para traçar caminhos possíveis para o fortalecimento da nossa cadeia produtiva.

A programação completa está disponível no site oficial do CineBH.

Agência Brasil

Ministra do TST Delaíde Miranda é entrevistada hoje no DR com Demori

A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Delaíde Miranda é a convidada de hoje (23) do programa Dr com Demori. Na entrevista, a magistrada comenta sobre a escala 6×1 e o trabalho análogo à escravidão, além de fazer uma análise sobre os impactos da reforma trabalhista no Brasil. A atração vai ao ar às 23h desta terça-feira na TV Brasil.

Com trajetória profissional marcada por desafios, Delaíde Miranda é uma das vozes mais firmes em defesa da Justiça do Trabalho na atualidade. Antes de se formar como advogada, ela exerceu o trabalho de empregada doméstica. Durante o bate-papo com Demori, a juíza faz um paralelo entre o período escravocrata e o Brasil de 2025.

“Eu acompanho muito as deflagrações do Ministério Público do Trabalho nas questões de resgate de trabalho escravo. E entendo que, no fundo, é uma questão de lucro. Por quê? Onde se detecta mais? Nas empresas terceirizadas por grandes multinacionais”, explica.

Delaíde Miranda diz que o debate pelo fim da escala 6×1 não ocorre apenas no Brasil.

“A redução da jornada traria o benefício de criar mais empregos, além de permitir que o trabalhador possa se qualificar melhor, dedicar mais tempo à família e ao lazer. A gente não pode pensar em um trabalhador que viva apenas para o trabalho”, defende.

No bate-papo exibido pela TV Brasil, a magistrada também refletiu sobre as mudanças nas formas de regime de trabalho atualmente, como uma espécie de “fuga” da CLT.

“Existe grande desinformação. Para mim, isso tudo faz parte de um grande movimento liderado pelas grandes empresas no sentido de dizer: ‘isso aí está fora de moda, não precisa de Justiça do Trabalho nem de vínculo’”, alerta.

Após a exibição na TV Brasil, o DR com Demori também fica disponível, na íntegra, no Youtube e no aplicativo da TV Brasil Play. O programa é transmitido em áudio, simultaneamente, na Rádio MEC, e as entrevistas ficam disponíveis em formato de podcast no Spotify.

Sobre o programa

O programa Dando a Real com Leandro Demori, ou simplesmente DR com Demori, traz personalidades para um bate-papo direto e aprofundado na tela da TV Brasil. Já passaram pela mesa nomes como o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, a deputada federal Erika Hilton, o ex-ministro José Dirceu, o ator Caio Blat, a cantora Zélia Duncan e o fundador da banda Pink Floyd, Roger Waters.

Ao vivo e on demand                                                                

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Sintonize.

Agência Brasil

Prazo para manifestação de interesse no CNU 2024 termina nesta terça

O prazo para que os candidatos aprovados no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2024) manifestem interesse em permanecer na lista de espera dos cargos a que concorrem termina às 23h59 (horário de Brasília) desta terça-feira (23).

O procedimento virtual deve ser feito pelos interessados por meio do aplicativo SouGov.Br ou pelo site de mesmo nome.

O acesso é feito com login único no portal Gov.br, nos níveis de segurança prata ou ouro.

Etapa obrigatória

De acordo com o edital específico nº 4/2025, a manifestação de interesse pelas vagas do CNU 2024 é etapa obrigatória para todos os candidatos em lista de espera que desejam permanecer habilitados no banco de aprovados.

Somente quem confirmar a vontade de continuar em lista de espera poderá ser convocado futuramente para nomeação e posse, conforme a abertura de vagas e classificação.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informa que quem não registrar a manifestação dentro do prazo será eliminado de todas as listas de espera.

O candidato pode mudar a escolha quantas vezes desejar até o prazo final.

Para esclarecer dúvidas, o MGI fez uma transmissão ao vivo para tirar dúvidas sobre esta etapa da primeira edição do certame, transmitida no canal oficial da pasta no YouTube.

Resultado

Com base nas manifestações de interesse dos candidatos, as novas listas de espera por vagas da primeira edição do CNU serão divulgadas pelo Ministério da Gestão até 10 de outubro.

A comunicação será pelo e-mail cadastrado pelo candidato no ato de inscrição do concurso de 2024 e, também, por meio da caixa postal individual do candidato aprovado, dentro da plataforma Gov.Br.

Agência Brasil

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