SP confirma 2 mortes de intoxicação por metanol no estado Agência Brasil

O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo informou neste sábado (27) que foram registradas duas mortes por intoxicação por metanol no estado desde junho uma em São Bernardo do Campo e outra na capital paulista.

No período, foram confirmados seis casos de intoxicação pela substância no estado. O CVS informou que, atualmente, há dez casos sob investigação com suspeita de intoxicação por consumo de bebida contaminada, na capital paulista.. 

“A recomendação é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos, e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco”, disse o CVS, em nota.

O que é metanol 

O metanol é uma substância líquida, inflamável e incolor.

É amplamente utilizado como solvente, na fabricação de combustíveis, plásticos, tintas e medicamentos. Tem grande potencial de intoxicação, e quando consumido pode levar à morte mesmo em doses pequenas.

A substância não pode ser destinada diretamente para consumo humano.

Alerta

A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, divulgou um alerta nessa sexta-feira (26) após o estado de São Paulo registrar casos de intoxicação por metanol, nos últimos 25 dias, pelo consumo de bebida alcóolica adulterada.

Os casos foram considerados fora do padrão por terem ocorrido em um curto período de tempo e também pela relação com ingestão de bebida alcóolica.

Foram nove notificações enviadas ao sistema de alertas do governo federal pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) de Campinas (SP), unidade de referência em toxicologia no estado e que atende diversos municípios paulistas.

“O Ciatox recebeu, nos últimos dois anos, casos de intoxicação por metanol a partir de consumo de combustíveis por ingestão deliberada em contextos de abuso de substâncias, frequentemente associada à população de rua. Contudo, de acordo com a notificação de hoje, a ingestão se deu em cenas sociais de consumo alcóolico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky, vodka, entre outros. São registros inéditos no referido centro toxicológico”, informou a Senad. 

A secretaria chama a atenção para “surtos epidêmicos”

“O cenário de adulteração é particularmente relevante do ponto de vista de saúde pública, pois episódios dessa natureza frequentemente resultam em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e elevada taxa de letalidade, afetando grupos populacionais vulneráveis e exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias”, acrescentou a nota. 

* Colaborou Guilherme Jeronymo, de São Paulo

Agência Brasil

Fé e alegria marcam o dia de Cosme e Damião no Rio de Janeiro

Um carro estaciona e buzina. Logo dezenas de crianças correm em direção a ele, disputando a entrega de saquinhos de doces. Entre correria, pulinhos dos pequenos para alcançar a janela e até duelo de maria-mole, muitas risadas. Na esquina, uma senhora com uma caixa começa outra distribuição. Mais correria. As ruas do bairro Andaraí na zona norte do Rio de Janeiro estão repletas de crianças com mochilas e sacolas para juntar o máximo possível de guloseimas. É dia de Cosme e Damião.

“Promessa paga”, diz entre sorrisos o comerciante José Henrique Nunes.


Rio de Janeiro (RJ), 27/09/2025 – O comerciante José Henrique Nunes celebra o Dia de Cosme e Damião, santos católicos também adorados nas religiões de matriz africana, nas ruas do bairro do Andaraí, Zona Norte da cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 27/09/2025 – O comerciante José Henrique Nunes celebra o Dia de Cosme e Damião. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

As caixas que levavam doces na carroceria da caminhonete esvaziaram em um piscar de olhos, entregues às mãozinhas que cercaram o carro.

“Esse garoto aqui, com 20 dias de vida teve meningite. Graças às crianças, ao nosso Deus maior e a Jesus Cristo, meu filho está aí e não tem mais nada. Eu me comprometi, por sete anos, a vir aqui com ele assistir a uma missa e dar os docinhos”.

Nunes apresenta o filho, Samuel, que hoje está com 2 anos e teve a vida salva “pelas crianças” Cosme e Damião.


Rio de Janeiro (RJ), 27/09/2025 – A aposentada Tânia Ponciano distribui doces e brinquedos para crianças no Dia de Cosme e Damião, santos católicos também adorados nas religiões de matriz africana, nas ruas do bairro do Andaraí, Zona Norte da cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 27/09/2025 – A aposentada Tânia Ponciano distribui doces e brinquedos para crianças no Dia de Cosme e Damião. Foto:Fernando Frazão/Agência Brasil

A senhora que distribui doces na esquina é a aposentada Tânia Ponciano, 65 anos.

“Meu amor, a tia vai pegar mais no carro”, justifica para uma das crianças que ficou triste por não ter conseguido chegar a tempo de pegar um doce.

Os doces de Ponciano são especiais. Ela mesma faz as maçãs cobertas de chocolate.

“Eu sou muito devota. Minha devoção é de muito amor. A minha mãe era umbandista, tinha um terreiro. A minha família toda é de umbanda, então, a gente continuou a missão da mamãe”, conta.

Depois de garantir a própria maçã achocolatada, Kennedy, 6 anos, pediu até para posar para foto.

“Eu gosto muito, pego muito doce, uns 20 saquinhos. Junta os meus com os do meu irmão e fica bem grandão”, diz animado.

Ibejis: Cosme e Damião

A festa dos santos Cosme e Damião é uma comemoração de origem cristã, mas que no Brasil foi influenciada por tradições de matriz africana, celebrada no dia 27 de setembro pela população dessas religiões e no dia 26 pela Igreja Católica. 

Em 27 de setembro, celebra-se o dia do orixá das crianças, Ibejis, representados por dois gêmeos, que remetem à infância, à inocência e à vontade de viver.

À época da escravidão, pessoas trazidas à força da África não eram livres para cultuar as suas divindades. Tinham que as associar com alguns santos católicos para não serem perseguidas.

Ibejis foram, então, associados aos santos Cosme e Damião, dois irmãos médicos que realizavam curas por volta do ano 300 na Ásia Menor, entre os atuais territórios da Síria e Turquia. 

A infância e os doces vieram desse sincretismo.


Rio de Janeiro (RJ), 27/09/2025 – Padre Walter Almeida Peixoto na celebração do Dia de Cosme e Damião, na Paróquia de São Cosme e São Damião no Andaraí, Zona Norte da cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 27/09/2025 – Padre Walter Almeida Peixoto na celebração do Dia de Cosme e Damião, na Paróquia de São Cosme e São Damião no Andara. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O padre Walter Almeida Peixoto, da paróquia de São Cosme e São Damião, no bairro Andaraí, explica que para o catolicismo, os dois são representados por homens crescidos.

“Nas religiões de matriz africana, eles são identificados como Ibejis, como crianças. O que eles não são, eles são homens, médicos”, diz.

“Não é a nossa fé católica, mas não deixa de ter alguma conexão com os santos católicos, então, é também uma oportunidade de evangelizar”.

Basta sair do interior da igreja, que no próprio pátio, apesar de não ser uma tradição que vem do catolicismo, há quem esteja distribuindo ou correndo atrás de doces. Amanda Gregório, 30 anos, é uma delas.

“É uma data muito especial, muito importante. As crianças ficam muito alegres com os doces e Cosme e Damião são muito importantes para mim”, diz, enquanto indica para a filha onde ir para pegar mais guloseimas.

No Rio de Janeiro, a força dos Ibejis marca o Encontro de Povos de Terreiro, que começou nesta sexta-feira (26) e segue até dia 5 de outubro.

A programação conta com distribuição de doces, recreação infantil e contação de histórias. O dia é de festa.

“Tem bala de coco e peteca. Deixa a Bejada brincar. Hoje é dia de festa. Bejada vem saravá!”, como convida a canção Ponto de Bejadas.

Agência Brasil

Rádio Nacional transmite Fluminense x Botafogo neste domingo (28)

A 25ª rodada do Campeonato Brasileiro tem como atração um dos clássicos mais antigos do país: Fluminense x Botafogo.

O jogo vai ter a estreia do técnico argentino Luis Zubeldía à frente do Tricolor Carioca. O Glorioso, por sua vez, tenta manter a escrita de não perder para o arquirrival há mais de três anos. De lá para cá, foram nove jogos, com 8 vitórias alvinegras e um empate.

A Rádio Nacional transmite o duelo, a partir das 15h30, com a narração de Luciana Zogaib, os comentários de Rodrigo Ricardo e a reportagem de Bruno Mendes.

O Fluminense está pelo meio da tabela do Brasileirão com 31 pontos. No meio da semana, em pleno Maracanã, foi eliminado para o Lanús, da Argentina, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana. Após o fim do jogo, Renato Gaúcho, de forma surpreendente, demitiu-se do cargo de treinador durante a coletiva de imprensa. 

A diretoria do Flu agiu rápido e trouxe Zubeldía. O argentino esteve no São Paulo, entre abril de 2024 e junho de 2025, com um currículo de 38 vitórias, 27 empates e 20 derrotas. O argentino desembarcou no Rio, lembrando que já trabalhou com o conterrâneo Germán Cano, que vem sendo reserva de Everaldo no comando de ataque.

“Estamos aqui para cumprir os objetivos da equipe. O reencontro com Germán são essas coisas que te dão vida, experiência. É um prazer voltar a comandar ele. Eu fui o treinador quando era reserva no Lanús e nas categorias de base. Isso é o lindo do futebol, que volte a encontrar com gente muito boa”, disse.

Pelo lado botafoguense, a luta é para chegar ao G-4 e classificar-se diretamente para a fase de grupos da Libertadores do próximo ano. O Glorioso soma 40 pontos e empatou por 1×1, no meio da semana, contra o Grêmio, jogando em Porto Alegre.

O técnico italiano Davide Ancelotti tem uma série de desfalques. Kaio Pantaleão e Alexander Barbosa estão suspensos. Em compensação, terá os retornos de Marçal, Santiago Rodríguez e Chris Ramos, que cumpriram suspensão. Já Alex Telles, Allan, Savarino, Joaquín Correa e Mastriani são dúvidas.

O árbitro responsável pelo clássico será Ramon Abatti Abel (SC). Já o VAR ficará a cargo do gaúcho Daniel Nobre Bins.


Agência Brasil

Presidenta do PSOL tem visto cancelado pelos Estados Unidos

A presidenta nacional do PSOL, Paula Coradi (foto), teve o visto de entrada nos Estados Unidos retirado pelo governo de Donald Trump. Segundo Coradi, a ação ocorreu após a sua participação no Congresso dos Socialistas Democratas da América, em agosto.    

“O governo de Donald Trump ataca a atuação do PSOL através da retirada do meu visto de entrada nos EUA. Estive lá mês passado no Congresso dos @demsocialists para prestar solidariedade contra o avanço do autoritarismo da extrema-direita no país e denunciar o tarifaço aplicado por Trump contra o Brasil”, disse Coradi nas redes sociais.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que o partido e o Brasil não aceitarão intimidação. “Os EUA terem cassado o visto da nossa presidenta Paula Coradi [isso] só mostra que estamos do lado certo, do lado do interesse dos brasileiros frente aos ataques de Trump”, disse.

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil foi procurada, mas ainda não se manifestou.

Agência Brasil

Estados Unidos revogam visto do presidente da Colômbia

Os Estados Unidos anunciaram a revogação do visto do presidente da Colômbia, Gustavo Petro (foto). A revogação foi confirmada pelas redes sociais do Departamento de Estado após Petro participar de uma manifestação pró-Palestina, em Nova Iorque, onde presenciou a 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“O presidente da Colômbia esteve nas ruas de Nova Iorque e incitou soldados norte-americanos a desobedecer às ordens e incitou à violência. Nós vamos revogar o visto de Petro devido à sua imprudência e ações incendiárias’, afirmou o governo dos Estados Unidos.

Durante a manifestação, Petro defendeu o uso de uma força armada global para libertar os palestinos da guerra contra Israel.

Imunidade da ONU

Neste sábado (27), Gustavo Petro retornou à Colômbia e se pronunciou sobre a revogação de seu visto.

Ele declarou que os Estados Unidos não cumprem as regras de direito internacional e de imunidade da ONU.  

“Cheguei a Bogotá. Não tenho mais visto para viajar para os EUA. Não me importo. Não preciso de visto, apenas de um ESTA [autorização de viagem], porque não sou apenas um cidadão colombiano, mas também um cidadão europeu”, afirmou.

Segundo Petros, o visto foi revogado por denunciar o “genocídio” na Palestina. “A humanidade deve ser livre em todo o mundo. Temos o direito humano de viver no planeta. Sou livre e todo ser humano deve ser livre na terra”, completou.

Agência Brasil

Show inédito de Arrigo Barnabé é atração do Cena Musical, na TV Brasil

O programa Cena Musical, da TV Brasil, mostra um espetáculo inédito do cantor, compositor e pianista paranaense Arrigo Barnabé. A apresentação exclusiva comemora os 45 anos do LP Clara Crocodilo, disco marcante do artista, lançado em 1980 e considerado marco inicial da Vanguarda Paulista. O show ganha janela na telinha da emissora pública na madrugada deste sábado (27) para domingo (28), à meia-noite.

Divisor de águas na música brasileira, o álbum com oito faixas era dissonante e agressivamente rítmico. A produção musical permanece contemporânea mais de quatro décadas após a estreia ao transgredir costumes e abordar a trajetória de personagens marginais da cidade grande.

Apresentado pela jornalista e cantora Bia Aparecida, o Cena Musical destaca nomes consagrados e novos talentos da cultura nacional. O programa fica disponível no app TV Brasil Play e no YouTube do canal. As performances são gravadas pela emissora no Espaço Cultural BNDES, no Rio de Janeiro. O especial com Arrigo Barnabé foi registrado no local em maio deste ano.

Nesta edição do Cena Musical, o artista resgata as canções do seu projeto de estreia junto com a banda Sabor de Veneno. Arrigo Barnabé reúne alguns músicos que fizeram parte do histórico LP e apresenta uma releitura baseada nas suítes compostas por ele mesmo no início da década de 1980.

O veterano executa repertório autoral com todas as músicas daquele trabalho, como os sucessos Clara Crocodilo, clássico que dá nome ao disco, Diversões Eletrônicas, Orgasmo Total, Sabor de Veneno, Infortúnio e Office Boy, entre outras obras da carreira.

No palco, Arrigo Barnabé é acompanhado por um quarteto de grandes instrumentistas. O espetáculo tem a participação dos artistas Paulo Braga (teclado), Mario Aydar (guitarra), Paulo Barnabé (bateria) e Gustavo Boni (contrabaixo).

Sobre o programa

Lançado em 2007, o Cena Musical é uma produção da TV Brasil que traz para o público performances inéditas da música nacional. Desde 2017, as apresentações são gravadas no Espaço Cultural BNDES, no Rio de Janeiro. O programa com janela semanal exibe shows que revelam e celebram a diversidade e a riqueza da sonoridade brasileira.

O comando da atual temporada é de Bia Aparecida, cantora, jornalista e apresentadora da emissora pública. Na nova leva de episódios, a atração reúne performances exclusivas de nomes consagrados de vários gêneros.

Com direção de Maíra de Assis e Waldecir de Oliveira, o Cena Musical já acompanhou personalidades como Elba Ramalho, Francis Hime, Olivia Hime, Geraldo Azevedo, Gilson Peranzzetta e Jards Macalé, além dos grupos MPB4 e Quarteto do Rio. Outras astros e talentos da nova geração participam dos próximos programas.

Ao vivo e on demand

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Sintonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

Serviço

Cena Musical – sábado, dia 27/9, para domingo, dia 28/9, à meia-noite, na TV Brasil

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Agência Brasil

Conmebol define datas e horários das semifinais da Libertadores

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) confirmou neste sábado (27) as datas e horários das semifinais da Taça Libertadores da América, que envolvem dois times brasileiros: Palmeiras e Flamengo.

Ambas as equipes lutam para vencer a competição pela quarta vez e enfrentam, respectivamente, LDU, do Equador, e Racing, da Argentina.

As semifinais da principal competição de clubes na América do Sul serão abertas com o duelo entre Flamengo e Racing, no dia 22 de outubro, no Maracanã, às 21h30 (horário de Brasília). No dia seguinte, no mesmo horário, a LDU recebe o Palmeiras em Quito.

Os jogos da volta serão na semana seguinte. No dia 29, o Racing será o anfitrião diante do Flamengo, novamente às 21h30. No dia seguinte, o Palmeiras recepcionará a LDU no Allianz Parque, também às 21h30.

Tanto Palmeiras quanto Flamengo possuem três títulos da Libertadores na história e, como estão em lados opostos na chave, poderão decidir o campeonato no dia 29 de novembro em Lima, no Peru.

Caso o duelo brasileiro se confirme, seria uma reedição da final de 2021, vencida pelo Palmeiras.

Agência Brasil

STF julgará vínculo trabalhista de motoristas e entregadores

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para a próxima quarta-feira (1°) o início do julgamento sobre o reconhecimento de vínculo empregatício entre entregadores e motoristas de aplicativos e as plataformas digitais. A controvérsia é conhecida como uberização das relações de trabalho.

A decisão a ser tomada pela Corte terá impacto em 10 mil processos que estão parados em todo o país à espera do posicionamento do plenário.

Serão julgadas duas ações que são relatadas pelos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes e chegaram ao Supremo a partir de recursos protocolados pelas plataformas Rappi e Uber.

Contestação

As empresas contestam decisões da Justiça do Trabalho que reconheceram o vínculo empregatício com os motoristas e entregadores.

A Rappi alegou que as decisões trabalhistas que reconheceram o vínculo de emprego com a empresa desrespeitaram posição da própria Corte que entende não haver relação de emprego formal com os entregadores.

A Uber sustentou que é uma empresa de tecnologia, e não do ramo de transportes, e que o reconhecimento de vínculo trabalhista altera a finalidade do negócio da plataforma, violando o princípio constitucional da livre iniciativa de atividade econômica.

Além das defesas das plataformas, os ministros vão ouvir durante o julgamento as sustentações orais de entidades que defendem o reconhecimento do vínculo trabalhista de motoristas e entregadores.

O julgamento sobre a uberização será a primeira pauta do plenário sob o comando do ministro Edson Fachin, que será empossado no cargo de presidente do STF na próxima segunda-feira (29). Ele sucederá o ministro Luís Roberto Barroso, que encerrará mandato de dois anos à frente do tribunal. 

Agência Brasil

Rio ganha mais opções gastronômicas com mercado em Laranjeiras

Acompanhado do seu cachorro , o empresário aposentado Luis Sérgio Santos, de 73 anos, esteve esta semana no recém-inaugurado Novo Mercado São José. Ele queria ver as novidades do tradicional polo gastronômico e cultural de Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro, fechado desde 2018. 

Santos conta que frequentava o espaço antes de seu fechamento. “Em relação ao que está agora, era um imóvel com características muito antigas, estilo colonial, era aconchegante, mas a gente via que estava precisando de uma reforma. Tinha barzinhos e venda de salgadinhos. Ouvia-se música, tocavam violão, tomavam um chopinho. Mas estava abandonado. Agora está mais confortável, moderno, bonito, bem estruturado. Voltarei a frequentar. Será excepcional se tiver uma programação musical”, enfatiza. 

Reduto gastronômico

A farmacêutica Luiza Gotin, de 39 anos, aproveitou um tempo livre no trabalho para conhecer o novo reduto gastronômico do Rio. Moradora de Laranjeiras desde 2020, ela só conheceu o imóvel abandonado.

“Eu passava por aqui e via o mercado bem destruído, com moradores de rua dormindo dentro e fora do local. Fiquei muito feliz quando pensaram em revitalizar porque trouxe, além de mais segurança, espaço de interação com restaurantes. Espero que tenha atividades culturais. É um prédio tão icônico que não podia ficar abandonado do jeito que estava. Foi um presente para o Rio”, opinou Luiza. 


Rio de Janeiro(RJ), 24/09/25 - O aposentado, Luís Sérgio Touche e seu cachorrinho, Zé, passeiam no novo merdado. O Mercado São José, em Laranjeiras. que estava fechado há 7 anos volta a funcionar como espaço para compras de hortifruti, restaurantes e música. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Luís Sérgio Touche vai ao mercado com o seu cachorroTânia Rêgo/Agência Brasil

Fechado há sete anos, quando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retomou judicialmente o imóvel, a prefeitura do Rio comprou o prédio e o terreno ao lado, em 2023, por R$ 3 milhões.

A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) fez uma chamada pública e o consórcio liderado pela Engeprat com a curadoria da Junta Local, que reúne produtores de orgânicos, foi selecionado para gerir o espaço pelos próximos 25 anos. O investimento privado na revitalização foi de R$ 10 milhões. 

Popularmente conhecido como Mercadinho São José, o centro gastronômico voltou a funcionar com 16 empreendimentos, entre hortifruti orgânico, queijaria, confeitaria autoral, cozinha árabe, café especial, massas artesanais, sorvetes veganos, fermentados, bares e restaurantes. O mercado fica aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 22h, na Rua das Laranjeiras, 90. 

Massas

O espaço foi uma oportunidade para que pequenos negócios abrissem lojas físicas pela primeira vez. O restaurante Basta, especializado em massas, é um deles. Mauricio Borges, de 28 anos, fez o curso de gastronomia na renomada escola Le Cordon Bleu. A sócia, Ellen Gonzalez, foi professora dele na escola de gastronomia francesa.

“A Ellen sempre participou da Junta Local e, quando soube que ia reabrir o mercado, ela se interessou e abrimos aqui nosso primeiro negócio. Tem ficado bem cheio. Nossa expectativa é muito boa. Estamos aumentando a nossa equipe e contratando mais gente”, revela. 

Outro estreante é o Rancho das Vertentes, queijaria com produtos artesanais próprios e de outros produtores. A sócia Sandra Cardoso, de 59 anos, conta que vendiam muitos dos seus produtos nas feiras da Junta Local. “Há muito tempo a gente estava procurando um ponto para abrir uma loja física.  Era um sonho ter uma loja de produtor de queijo artesanal. Tem sido bem movimentado e estamos vendendo bem”, avalia.

Cofundador da Junta Local, Thiago Nasser, disse que a ideia era voltar a ser um mercado com produtores locais como era quando foi fundado em 1944. “A ideia era resgatar essa tradição de ser um lugar de produtores. Quando a gente começou com a prospecção, a gente trabalhou com a nossa rede de produtores para ter um lugar fixo. Já geramos cerca de 150 empregos”, afirmou Nasser. 


Rio de Janeiro(RJ), 24/09/25 - O Mercado São José, em Laranjeiras. que estava fechado há 7 anos volta a funcionar como espaço para compras de hortifruti, restaurantes e música. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Mercado reúne frequentadores de todas as idades – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Desde 1944, o mercado integrou um ciclo de espaços comunitários cariocas batizados com nomes de santos – São Sebastião, São Bento, São Rafael, São Lucas e São Paulo. Seu tombamento como Patrimônio Cultural do Rio, em 1994, reforçou o valor como patrimônio afetivo e arquitetônico da cidade, segundo a prefeitura. 

Senzala e celeiro

O imóvel foi uma senzala e um celeiro de uma fazenda localizada no Parque Guinle na época do Império.

Sua inauguração como mercado ocorreu em 31 de maio de 1944, quando o presidente Getúlio Vargas decidiu adaptar as baias para criar um local que pudesse fornecer alimentos mais acessíveis à população durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois de décadas de abandono desde os anos 1960, o mercado passou por uma revitalização em 1988 e se tornou um ponto tradicional da boemia carioca.

No entanto, com o passar dos anos, a infraestrutura do local começou a se deteriorar e ele acabou fechado em 2018, após o INSS retomar o local. Agora, a realidade é outra. 

Agência Brasil

Cientista político vê onda bolsonarista enfraquecida após condenação

No movimento agitado das marés políticas, a onda bolsonarista estaria perto de virar espuma. A metáfora expressa a visão do cientista político Gabriel Rezende, que caracteriza o fenômeno político liderado nos últimos anos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como “populismo de direita”. Em análise histórica mais ampla, o Brasil teria vivido quatro ondas populistas, e a mais recente delas mostra sinais de enfraquecimento.

Doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Gabriel lançará, no início de outubro, o livro A ascensão do populismo de direita no Brasil, pela Editora Appris. A obra trata o populismo como um fenômeno político e uma ferramenta de representação, que emerge sempre em momentos de crise.

Em entrevista por telefone à Agência Brasil, o autor defende que as crises política, econômica e social brasileiras, entre 2013 e 2016, formaram a “tempestade perfeita” para ascensão da onda bolsonarista. Entre as características principais, esse novo populismo de direita teria se apresentado com um líder carismático central, discursos que opõem “o povo” a uma “a elite da velha política”, narrativas nacionalistas e religiosas, e o uso estratégico das mídias sociais.

Nesse sentido, Gabriel Rezende entende que a tentativa fracassada de golpe de Estado pelo núcleo bolsonarista e o papel do Judiciário no enfrentamento das tendências autoritárias colocam o populismo de direita em rota decrescente.

 


Brasília (DF), 26/09/2025 - Gabriel Rezende, cientista político, lança livro sobre populismo de direita. Foto: Gabriel Rezende/Arquivo Pessoal

Gabriel Rezende, cientista político, lança livro sobre populismo de direita. Gabriel Rezende/Arquivo Pessoal

Confira a entrevista

Agência Brasil: Poderia falar, em linhas gerais, o que motivou a pesquisar o “populismo de direita” e como o tema é abordado no livro que está prestes a lançar?

Gabriel Rezende: O livro é fruto da minha tese de doutorado. O que despertou a minha curiosidade foi perceber a emergência de líderes populistas pelo mundo. Primeiro, em 2016, com Donald Trump, nos Estados Unidos; Kaczyński, na Polônia; Beppe Grillo, na Itália; Viktor Orbán, na Hungria; e Jair Bolsonaro, no Brasil. Isso me mostrou a necessidade de estudar o fenômeno.

Busquei identificar, no meu livro, quais foram os fatores estruturais para a ascensão desse tipo de populismo no Brasil, entre 2016 e 2022. A partir daí, compreendi o bolsonarismo como movimento político. E que o Brasil sempre viveu ondas populistas.

A primeira onda populista foi da década de 30 até a década de 60; a segunda onda populista, nos anos 90, a chamada onda populista neoliberal, com o Fernando Collor como protagonista; a terceira onda, que foi a rosa, o populismo de esquerda, que, além do Brasil, também se fez presente na América Latina com Evo Morales [Bolívia], Chávez [Venezuela] e Kirchner [Argentina]; e a quarta, que estamos vivendo agora, paralela à onda populista de direita que também acontece na Europa e nos Estados Unidos.

Agência Brasil: Populismo é um termo com muitos sentidos, disputado por diferentes teóricos e movimentos políticos. Pode ser visto como pejorativo ou fenômeno positivo de inclusão maior das demandas populares. Como você caracteriza esse conceito na sua obra?

Gabriel Rezende: Não entendo o populismo como ideologia ou regime político, uma vez que não pode ser atribuído a ele um conteúdo programático específico. Ele regimenta um conjunto de questões ideológicas dentro de um centro.

Ele é um fenômeno político que sempre surge em processos de crise da democracia. Também pode ser visto como uma ferramenta de política de representação, seja da direita ou da esquerda. Para ser caracterizado assim, precisa de alguns elementos.

Primeiro, uma figura central, um líder carismático que vai amalgamar todas as insatisfações sociais. E, quando ele faz isso, se funda a partir do antagonismo, da diferenciação entre “nós” e o “outro”, ou melhor, entre o povo e a elite. Ou seja, ele trabalha numa ordem dicotômica. Ele procura fazer uma distinção entre o povo, que é a massa, e aqueles que dominam essas massas. No populismo de direita, por exemplo, o inimigo pode ser o imigrante, os membros da classe política. Bolsonaro usou muito essa retórica sobre a velha política e a nova política.

Agência Brasil: Quais seriam as diferenças entre os populismos de direita e os de esquerda?

Gabriel Rezende: No caso do populismo de direita, se trabalha muito a narrativa nacional nativista, por exemplo, caso do Trump com o lema Make America Great Again [Faça a América grande de novo, em inglês]. Essa ideia de América fortalecida. O segundo elemento muito comum é a religião. No caso do Brasil, nós somos uma nação mais de 60% cristã. Então, o populismo usa a narrativa conservadora e moral.

No caso do Brasil, em 2018, a direita conseguiu mobilizar isso, porque quem estava no poder até então era um partido de esquerda, o PT. E a direita batia muito nessa questão antissistema.

Já o populismo de esquerda é diferente. Ele busca uma ampliação das lacunas da vida social, por exemplo, questões mais progressistas em relação aos direitos das minorias. Ele busca amalgamar essas pessoas à margem e o discurso vai ser um elemento aglutinador delas.

As pautas vão ser voltadas para a democracia, para questões de liberdade moral. Por exemplo, a grande crítica do populismo de direita no Brasil foram questões liberais em relação à população LGBT, ao aborto, etc.

Agência Brasil: Quais particularidades envolvem o populismo de direita protagonizado pelo bolsonarismo?

Gabriel Rezende: Bolsonaro foi eleito porque conseguiu mobilizar cinco elementos. Primeiro, a questão do lavajatismo. Lembrando que o próprio Sérgio Moro foi ministro no governo dele. Bolsonaro vai na esteira da questão moral e ética na política.

O segundo pilar estrutural foi a questão dos evangélicos. Apesar de se dizer católico, ele foi muito ágil em lidar com essas lideranças religiosas por meio do discurso, com o próprio, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. E os evangélicos conseguem mobilizar um eleitorado muito expressivo.

O terceiro elemento é o agronegócio, setor que mais cresce no Brasil, que abrange uma fatia expressiva do PIB. O agronegócio, de fato, abraçou a campanha do Bolsonaro por várias questões. Para citar um exemplo, o respaldo em relação à invasão de terras. O governo tinha a Teresa Cristina no Ministério da Agricultura, uma figura importante do agronegócio.

Outro elemento importante são as mídias digitais. O bolsonarismo foi muito habilidoso nas redes sociais, com uma série de representantes que ajudaram muito na mobilização das pautas e do eleitorado.

E o último elemento é a aproximação com os militares, como forma de moralizar a política. Eles, inclusive, fizeram parte dos escalões da Esplanada dos Ministérios e estão envolvidos nessa condenação recente por golpe de Estado.

 


Brasília (DF) 14/09/2025 Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao hospital onde ele se internou nessa manhã  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao hospital onde ele se internou em 14 de setembro Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Agência Brasil: E como você analisa o Judiciário nesse contexto de atuação do populismo de direita. Vimos alguns juízes do Supremo serem caracterizados pelos bolsonaristas como inimigos dos seus interesses.

Gabriel Rezende: O STF, no caso do Brasil, cumpre papel de guardião da Constituição, segundo estabelecido em 1988. Nos últimos anos, o Poder Judiciário foi crescendo por receber demandas que eram próprias do Executivo ou do Legislativo, mas que estes não conseguiam responder. Então, muitos processos foram judicializados. Na minha visão, o que se vê é um Judiciário responsivo, que é levado a se posicionar diante de demandas muito complexas.

A preocupação por parte do populismo de direita é tentar mitigar o poder do judiciário, porque ele foi o único no Brasil que conseguiu se contrapor ao governo de Bolsonaro. E que atuou, com muitas aspas, como poder moderador.

Temos as questões recentes de projetos de anistia e a PEC da Blindagem, que foram respostas desse bolsonarismo ao julgamento da Primeira Turma do STF aos acusados por tentativa de golpe de Estado. São respostas da extrema direita para tentar mostrar que eles têm poder para medir com o Judiciário.

Só que o efeito foi contrário. O que aconteceu foi que a PEC da Blindagem não foi bem recebida socialmente. A PEC é um vazio argumentativo, porque vai contra o que esses próprios congressistas pregavam quando foram eleitos. A pauta da moral, da lei e da ordem.

Agência Brasil: Você falou em ondas populistas, o que significa que elas têm movimentos de início e fim. O que podemos esperar a partir de agora em relação a esse populismo de direita? É possível projetar se ele está mais próximo de um enfraquecimento ou de um fortalecimento?

Gabriel Rezende: Por algum tempo, nossas instituições não foram muito hábeis para lidar com esse movimento de extrema direita autoritário. Por exemplo, a Procuradoria-Geral da República não conseguiu ou não quis levar à frente questões em relação ao governo Bolsonaro. O Judiciário foi quem mais atuou nesse sentido.

Com a condenação dele recentemente, há um enfraquecimento no sentido político. Apoiadores fiéis a ele perdem uma base, uma referência mais concreta. A proibição de ele dar entrevista enfraquece muito. Imagine um populismo de direita em que a principal figura não pode falar.

Temos visto outras pessoas querendo assumir essa posição. O [pastor Silas] Malafaia, a Michelle Bolsonaro [ex-primeira dama], os filhos dele, o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo]. Abre-se um flanco muito grande de quem vai disputar o legado desse populismo. Nesse sentido, podemos falar que existe um enfraquecimento do populismo. Estão mensurando o quanto a imagem do bolsonarismo está danificada e se é possível um rearranjo em relação à figura política principal.

Ao mesmo tempo, o [presidente] Lula não conseguiu ainda construir uma sucessão, uma outra figura que assuma o seu legado. Quem será o candidato que vai conseguir amalgamar todos esses princípios em relação à esquerda, caso o próprio Lula não possa ou não queira se reeleger?

O momento é de rearranjo político. Na política, uma semana é um mundo. Podem acontecer mil coisas antes da eleição de 2026.

Agência Brasil

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