Foto:Léo Xavier
Amargosa, no interior da Bahia, está recebendo um grupo especial de nove mulheres artesãs de Porto Velho, Rondônia, para um intercâmbio de técnicas artesanais com a fibra da bananeira. Entre elas, há representantes de duas comunidades indígenas, uma ribeirinha e três integrantes de cooperativas.
De segunda-feira (25) a sexta-feira (29), as visitantes participam do projeto Arte e Fibra, localizado na comunidade de Combaúba, aprendendo a preparar a fibra da folha e transformá-la em peças artesanais. O objetivo é compartilhar conhecimentos e criar novas oportunidades de geração de renda.
Para Natalícia Conceição Sena, coordenadora do projeto, receber o grupo é motivo de orgulho. “É uma troca cultural. Nós, do projeto, nos sentimos honradas por termos sido escolhidas para este intercâmbio. Estamos aqui para transmitir tudo o que sabemos, para que elas possam aplicar e gerar novas oportunidades de renda”, afirmou.
As artesãs de Rondônia também destacaram a importância do aprendizado. Najhara Lopes, da comunidade ribeirinha de Belmont, explicou que a viagem foi viabilizada pela parceria entre a SEMAGRI e a Prefeitura de Porto Velho. “Lá não temos essa técnica com a fibra da bananeira. Trabalhamos com matérias-primas como babaçu, coco e buriti. Como há muitas plantações de banana em nossa região, vimos na fibra uma possibilidade de ampliar a nossa produção e aumentar a renda.”
A indígena Jennifer Ionice Karitiana, da Aldeia Caracol, ressaltou que pretende levar o conhecimento adquirido para sua comunidade: “Cultivamos bananeiras, mas descartávamos o material por falta de informação. Com essa oportunidade, podemos transformar o que antes era resíduo em fonte de sustento.”
O intercâmbio contou ainda com a presença de Mara Moraes, integrante do CODETER do Vale do Jiquiriçá e coordenadora da Bahiater, reforçando a importância da articulação entre comunidades e órgãos públicos para o fortalecimento da economia local.