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A fumaça branca voltou a subir da Capela Sistina às 13h03 (horário de Brasília), nesta quinta-feira (8), sinalizando ao mundo que os cardeais haviam escolhido o novo líder da Igreja Católica. Minutos depois, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi apresentado como o novo papa, adotando o nome Leão XIV.

A escolha de Prevost marca um momento histórico: é a primeira vez que um papa nascido nos Estados Unidos assume o comando da Igreja. Aos 69 anos, ele combina uma trajetória pastoral fora da Europa com experiência administrativa dentro do Vaticano — uma união que teria pesado na decisão dos cardeais durante o conclave de 2025.

De missionário no Peru ao Vaticano

Nascido em Chicago, em 1955, Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977, fez votos solenes em 1981 e foi ordenado sacerdote no ano seguinte. Entre 1985 e 1999, atuou no norte do Peru, onde foi pároco, chanceler e professor de seminário, além de vigário judicial e formador de novos padres.

Após retornar aos EUA, foi eleito superior provincial dos agostinianos e, em 2001, passou a liderar a ordem mundialmente como prior geral, cargo que ocupou por 12 anos. Em 2014, voltou à América Latina como administrador apostólico da Diocese de Chiclayo, no Peru, onde também foi nomeado bispo.

Sua atuação durante períodos de instabilidade política no Peru o levou a integrar o conselho permanente da Conferência Episcopal do país, entre 2018 e 2023.

Função estratégica na escolha de bispos

No Vaticano, Prevost foi nomeado em 2023 como prefeito do Dicastério para os Bispos — setor responsável por indicar bispos em todo o mundo. No mesmo ano, passou a integrar o Colégio Cardinalício, ganhando força nos bastidores da Igreja. Sua experiência em direito canônico e sua ligação com diferentes regiões do mundo o colocaram como nome de consenso no conclave.

Reação a casos de abuso

O novo papa também teve o nome envolvido em reportagens sobre casos de abuso clerical em sua antiga diocese. A Diocese de Chiclayo afirmou que Prevost seguiu os protocolos canônicos e colaborou com as autoridades civis. Documentos enviados ao Vaticano reforçaram essas informações, e algumas investigações seguem em andamento.

Nome e legado

Ao escolher o nome Leão XIV, Prevost faz referência simbólica ao legado de Leão XIII, papa responsável por iniciar a doutrina social da Igreja com a encíclica Rerum Novarum, publicada no final do século XIX. A escolha sinaliza uma preocupação com os desafios sociais do presente e o desejo de diálogo entre fé e transformação histórica.

Com a eleição de Leão XIV, a Igreja Católica inicia um novo capítulo sob a liderança de um papa americano, com bagagem pastoral na América Latina e papel central na formação do episcopado mundial.

A fumaça branca subiu da Capela Sistina às 13h08 (horário de Brasília) desta quinta-feira (8), indicando que os cardeais finalmente escolheram o novo papa. A decisão foi tomada na quarta votação do conclave, iniciado na véspera, e o nome do novo pontífice deve ser anunciado em instantes.

Na quarta (7), duas rodadas de votação terminaram sem consenso, o que foi sinalizado pela liberação de fumaça preta. A definição veio na manhã seguinte, encerrando o processo com 133 cardeais reunidos sob forte sigilo.

Agora, o papa eleito segue para a chamada “sala das lágrimas”, onde veste a batina branca, antes de ser apresentado ao mundo com a tradicional frase: “Habemus Papam!”

A expectativa é de que o novo líder da Igreja Católica apareça na varanda da Basílica de São Pedro entre 30 e 60 minutos após a fumaça branca.