SSP usará imagens de câmeras privadas para investigar e prevenir crimes

Foto: Pedro Moraes/GOVBA

O Governo do Estado publicou nesta quinta-feira (10) o decreto que institui o Projeto Câmera Interativa, que vai permitir o uso de imagens cedidas pela sociedade civil para auxiliar no combate à criminalidade.

A rede terá câmeras residenciais, do comércio e de entidades privadas, destinadas à captação de imagens públicas, somadas às câmeras já instaladas pelo Estado. O Projeto visa aumentar a eficácia da atuação na prevenção ou repressão da criminalidade por parte das forças de segurança. As imagens cedidas podem ser oriundas de serviços de monitoramento ou de armazenagem em nuvem (cloud).

A participação na rede colaborativa é espontânea, livre de pagamento, sem gerar qualquer ônus para o estado e para sociedade civil, e atuante pelo tempo que o interessado julgar conveniente. Somente a SSP poderá acessar a gravação das imagens disponibilizadas. O acesso por demanda ocorrerá a partir do Centro de Operações e Inteligência – COI e dos vinte e três Centros Integrados de Comunicação – CICOM ou unidades policiais interessadas.

As câmeras cedidas pela sociedade, que possuam contrato com um integrador, precisam estar instaladas e voltadas para as ruas e avenidas dos municípios baianos e os fornecedores deverão enviar declaração de adesão à SSP e fornecer apenas imagens de locais públicos, como ruas, avenidas, parques e afins. Devem ser informadas descrição da(s) câmera(s), a especificação técnica, os quantitativos, o local de videomonitoramento público, a geolocalização, a Uniform Resource Locator – URL da câmera e outras características necessárias à definição do objeto do ajuste a ser firmado.

Curva de casos de covid-19 continua em queda no Brasil, diz InfoGripe

O boletim InfoGripe, divulgado hoje (9) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referente à Semana Epidemiológica 9, que compreende o período de 27 de fevereiro a 5 de março, revela que a curva nacional de casos de covid-19 mantém sinal de queda nas tendências de longo e curto prazo, que correspondem às últimas seis semanas e às últimas três semanas, respectivamente.

O estudo informa também que se mantém o predomínio de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-CoV-2) entre os resultados laboratoriais positivos para vírus respiratórios em todas as faixas etárias analisadas.

Apesar da manutenção do cenário de queda na população em geral, o boletim indica que a incidência de casos em crianças aumentou significativamente em diversos estados ao longo de fevereiro. Até o início do mês passado, as crianças de até 4 anos apresentavam a maior incidência entre a população abaixo de 40 anos. As faixas etárias de 60 anos ou mais mantêm-se como os grupos com maior registro semanal de casos e óbitos por SRAG com resultado de RT-PCR positivo para Sars-CoV-2 (covid-19).

De acordo com o InfoGripe, já foram notificados 85.617 casos de SRAG no ano epidemiológico 2022, sendo 51.024 (59,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 20.913 (24,4%) negativos e pelo menos 8.913 (10,4%) aguardando resultado laboratorial. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 0,7% Influenza A, 0,1% Influenza B, 5,2% vírus sincicial respiratório, e 87,4% Sars-CoV-2.

Estados e capitais

Nenhum dos estados brasileiros apresenta sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a Semana 9. No entanto, três estados (Ceará, Espírito Santo e Sergipe) e o Distrito Federal mostram indícios de crescimento apenas na tendência de curto prazo. Com exceção de Roraima, com estabilidade na tendência de longo prazo, todas as demais unidades federativas estão com tendência de queda.

Nenhuma das 27 capitais apresenta sinal de expansão na tendência de longo prazo até a Semana 9. Em apenas seis capitais, observam-se indícios de crescimento na tendência de curto prazo: Boa Vista, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Teresina e Vitória. Com exceção de Boa Vista, Fortaleza e Vitória, com sinal de estabilidade na tendência de longo prazo, nas demais capitais, a tendência é de queda. “Dados referente às últimas três semanas apontam para um cenário majoritariamente de estabilidade, sugerindo possível desaceleração ou interrupção da tendência de queda”, diz o boletim.

Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alterações no comportamento de longo prazo necessitam de interpretação cautelosa à luz de eventuais oscilações. “Em situações como essa, o recomendável é que eventuais novas medidas que estejam em planejamento à luz da tendência de queda sejam suspensas para reavaliação da tendência nas semanas seguintes. Já na tendência de crescimento no longo prazo e sinal de estabilidade, ou queda no curto prazo, o princípio da cautela e minimização de risco recomendam que eventuais medidas associadas a tendências de queda sejam tomadas apenas quando a tendência de longo prazo também indicar queda”, disse o pesquisador.

Óbitos

Neste ano, já foram registrados 17.421 óbitos por SRAG, sendo 14.341 (82,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.273 (13,0%) negativos, e ao menos 397 (2,3%) aguardando resultado laboratorial.

De acordo com o boletim InfoGripe, dentre os resultados positivos registrados em 2022, 4,1% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,2% vírus sincicial respiratório (VSR), e 94,4% Sars-CoV-2. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 0,4% Influenza A, 0,1% Influenza B, 0,3% vírus sincicial respiratório (VSR), e 97,3% Sars-CoV-2.

Rui autoriza concurso com 456 vagas para o Departamento de Polícia Técnica

O governador Rui Costa autorizou nesta quarta-feira (9) a realização do concurso para a Segurança Pública do Estado (SSP). Serão oferecidas ao todo 456 vagas: 166 vagas para perito criminal, 103 para médico legista, 10 para perito odonto-legal e 177 para perito técnico do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

“Mais uma demonstração do governo do Estado, na prioridade em combater a violência na Bahia. O trabalho do DPT é fundamental na elucidação de crimes”, destacou o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino.

Em 2014, o governo também realizou concurso público para estas carreiras da Segurança Pública. Foram disponibilizadas 40 vagas para perito criminal, 60 para perito médico legista, 10 para perito odonto-legal e 20 para perito técnico do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Na última quarta (02), o governador autorizou a realização de um concurso público para a Secretaria de Educação do Estado (SEC). Serão oferecidas 1.806 vagas para professores de Ensino Médio e 307 vagas para coordenadores pedagógicos que deverão atuar em unidades escolares da Educação Básica e em Núcleos Territoriais da Educação (NTEs).

Decreto aumenta para 8 mil pessoas limite de público em eventos na Bahia

Foi publicado na edição desta quarta-feira (9), do Diário Oficial do Estado, o decreto que amplia de 3 mil para 8 mil pessoas o limite de público em eventos e atividades em todo o território baiano.

A medida fica vigente até 18 de março de 2022 e se aplica a cerimônias de casamento, eventos urbanos e rurais em logradouros públicos ou privados, eventos exclusivamente científicos e profissionais, circos, parques de exposições, solenidades de formatura, feiras, passeatas, parques de diversões, teatros, cinemas, museus e afins.

Os espaços culturais, cinemas e teatros poderão funcionar com a capacidade total, desde que respeitado o limite de público estabelecido.

Os estádios ficam autorizados a receber a lotação de até 50% da capacidade máxima, com controle de fluxos de entrada e de saída para evitar aglomerações.

Para todos os casos, a vacinação deverá ser comprovada, mediante apresentação do documento fornecido no momento da imunização ou do Certificado COVID, obtido através do aplicativo “CONECT SUS” do Ministério da Saúde. O uso de máscaras segue obrigatório.

Os atos religiosos litúrgicos poderão ocorrer, desde que, cumulativamente, sejam atendidos os seguintes requisitos: ocupação máxima limitada a 50% (cinquenta por cento) da capacidade do local e presença de público não superior a 8.000 (oito mil) pessoas; controle dos fluxos de entrada e saída nas dependências do local, de modo a evitar aglomerações; instalações físicas amplas, que permitam ventilação natural cruzada e respeito aos protocolos sanitários estabelecidos, especialmente o distanciamento social adequado e o uso de máscaras.

Parcela do Bolsa Presença será paga na próxima quinta (10)

O governador Rui Costa anunciou durante o Papo Correria, transmitido na noite desta terça-feira (8), que os estudantes beneficiários do Bolsa Presença receberão o primeiro crédito do ano letivo de 2022 na próxima quinta-feira (10). Este ano, o Governo do Estado destinará cerca de R$ 675 milhões para o programa, que tem o objetivo de atender as famílias dos estudantes da rede estadual de ensino cadastradas no CadÚnico e em condições de vulnerabilidade socioeconômica.

“São 301 mil famílias de baixa renda que vão receber. Os alunos que eventualmente não estejam cadastrados podem procurar a direção da escola para se cadastrar. Óbvio que precisa estar dentro do perfil de renda, mas você pode procurar informação na diretoria da sua escola ou no site da Secretaria da Educação (SEC)”, explicou Rui. O endereço é www.educacao.ba.gov.br.

Para receber o benefício do Bolsa Presença, os pais ou responsáveis legais devem matricular e garantir a frequência regular dos estudantes nas escolas. As famílias recebem R$ 150 por mês e, a partir deste ano, será acrescido mais R$ 50 por aluno, a partir do segundo estudante admitido no programa.

Ainda sobre os programas estudantis, Rui lembrou que as inscrições para o Partiu Estágio vão até 14 de março. No total, 4.761 vagas estão sendo oferecidas, das quais 2.505 vagas são para a SEC. O Estado oferece bolsa de R$ 455, além do auxílio-transporte e 30 dias de recesso remunerado. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site do programa: www.programaestagio.saeb.ba.gov.br

Bolsonaro sanciona lei que prevê retorno de grávidas ao trabalho presencial

O presidente Jair Bolsonaro sancionou um projeto de lei que muda as regras para o afastamento da empregada gestante, inclusive a doméstica, das atividades laborais durante o período de pandemia. O texto determina o retorno presencial de trabalhadoras grávidas após a conclusão do esquema vacinal contra a covid-19, com duas doses ou dose única (no caso da vacina da Janssen).

A medida foi aprovada de forma definitiva pelo Congresso Nacional em fevereiro, modificando uma lei que estava em vigor desde o ano passado, e que garantia às mulheres grávidas o afastamento do trabalho presencial sem prejuízo do salário.

A nova lei, que será publicada no Diário Oficial de quinta-feira (10), estabelece as hipóteses em que o retorno ao regime presencial é obrigatório para mulheres grávidas: encerramento do estado de emergência; após a vacinação (a partir do dia em que o Ministério da Saúde considerar completa a imunização); se ela se recusar a se vacinar contra o novo coronavírus, com termo de responsabilidade; ou se houver aborto espontâneo com recebimento do salário-maternidade nas duas semanas de afastamento garantidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O afastamento do trabalho presencial só continua mantido para a mulher que ainda não tenha completado o ciclo vacinal.

O texto considera que a opção por não se vacinar é uma “expressão do direito fundamental da liberdade de autodeterminação individual”. Segundo a medida, caso decida por não se imunizar, a gestante deve assinar um termo de responsabilidade e livre consentimento para o exercício do trabalho presencial.

Para os casos em que as atividades presenciais da trabalhadora não possam ser exercidas remotamente, ainda que se altere suas funções, respeitadas suas competências e condições pessoais, a situação deve ser considerada como gravidez de risco até a gestante completar a imunização e poder retornar ao trabalho presencial.

Durante esse período, ela deve receber o salário-maternidade desde o início do afastamento até 120 dias após o parto ou, se a empresa fizer parte do programa Empresa Cidadã de extensão da licença, por 180 dias. Entretanto, não poderá haver pagamento retroativo à data de publicação da lei.

Banco de perfis genéticos da Bahia identifica primeiro desaparecido

Foto: Divulgação

O banco de perfis genéticos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia confirmou a primeira identificação de um jovem desaparecido em 2018. O perfil retirado dos dentes da ossada encontrada foi inserido no sistema e comparado com amostras de DNA de familiares que comparecem ao DPT procurando por seus parentes.

“O Banco permite a comparação automática entre diversos perfis genéticos inseridos no seu sistema”, explicou o perito criminal da Coordenação de Genética Forense do Laboratório Central de Polícia Técnica, Luis Rogério Machado, ao esclarecer que essas ossadas não têm expectativas de serem identificadas por outro método.

O DPT iniciou a coleta do material biológico dos familiares em junho de 2021, com o lançamento da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. A partir de janeiro do mesmo ano começaram as inserções das amostras de ossadas não identificadas pelos Institutos Médicos Legais (IMLs). Até o momento o Banco da Bahia já conta com 153 perfis inseridos.

De acordo com a Coordenação de Genética Forense, até o final do ano, 250 amostras de ossadas devem ser incluídas. Considerando o tipo de material, prioritariamente utilizado nestes casos, a extração de DNA pode demorar um pouco mais. “São amostras antigas e que, no geral, estão mais deterioradas, tornando o processo de extração mais complexo”, finalizou o perito.

Quanto aos familiares, aqueles que já passaram pela entrevista com a Coordenação de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues e ainda não realizaram a coleta, devem agendar os procedimentos através do telefone (71) 3116-8622.

Para quem está com um familiar desaparecido e ainda não procurou uma unidade policial, a orientação é procurar o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa para prestar queixa e ser encaminhado ao DPT.

Bahia tem 3.665 casos ativos de covid-19 e 21 pessoas morreram nas últimas 24 horas

O boletim epidemiológico desta segunda-feira (7) registra 3.665 casos ativos de covid-19 na Bahia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 117 casos e 21 mortes. Já são 29.381 óbitos confirmados.

Na Bahia, 62.302 profissionais da saúde foram confirmados para covid-19.

Vacinação

Até o momento temos 11.429.835 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.401.231 com a segunda dose ou dose única e 3.948.457 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 632.874 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 15.108 já tomaram também a segunda dose.

Vai à praia? Conheça os perigos da corrente de retorno

Foto: Vitor Barreto/SSP

Que a bandeira vermelha fixada no meio da areia pelos bombeiros alerta sobre perigo, provavelmente você já deve saber. Mas, mais do que isso, o acessório indica a presença de um fenômeno natural específico que pode gerar risco ao banho de mar.

Caracterizado pela ausência de ondas em um trecho específico, a corrente de retorno ocorre quando duas correntes laterais se cruzam, promovendo um retorno para o mar. Geralmente a água fica com a coloração mais escura e sem a formação de ondas.

“Quando uma pessoa acessa o mar na região da corrente de retorno ela é levada para uma área que dificulta o contato do banhista com o solo e o retorno para a areia”, contou o soldado e guarda-vidas do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros, Thiago Alejandro Bernal.

Ele explica que as correntes de retorno podem ser fixas, com pontos específicos nas praias, e flutuantes, que aparecem em locais diferentes a cada dia.

O especialista orienta que, caso o banhista seja surpreendido pela corrente, deve manter a calma e evitar retornar à faixa de areia pelo mesmo local de acesso. “A pessoa deve se deslocar para umas das laterais e nunca tentar voltar pela região que foi puxada. É importante tentar sinalizar para alguém próximo sobre a situação”, continuou.

Ele lembra que a bandeira amarela aponta a presença de guarda-vidas na praia, o que deve ser observado para a escolha da região do banho. ” É importante estar atento à sinalização. A bandeira vermelha alerta a presença da corrente de retorno naquela direção e a amarela que nós estamos ali à disposição para atender quem precisar e orientar sobre os riscos”, finalizou.

Projetos que reduzem preço de combustíveis estão prontos para votação

Está prevista para a próxima semana no Senado a votação de duas propostas que visam reduzir o preço dos combustíveis no país. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/2020 e o Projeto de Lei (PL) 1.472/2021 estavam na pauta da semana passada, mas não foram votados.

O relatório do PLP chegou a ser lido e discutido, mas a votação acabou sendo adiada para depois do carnaval. Passado o feriado, o relator dos dois projetos, Jean Paul Prates (PT-RN), disse acreditar que a votação ocorra sem mais adiamentos. O senador informou que estará disponível para reuniões na segunda-feira e na terça à tarde.

“Podemos até jogar para quarta-feira, se for o caso. Só acho que não pode passar para a semana seguinte”, disse o senador, em conversa com jornalistas na tarde de hoje (4). Na sessão anterior, senadores da base governistas e alguns considerados independentes pediram o adiamento da discussão, afirmando que não tinham conhecimento pleno do relatório.

Prates destacou, no entanto, que não existem mais dúvidas, nem controvérsias quanto ao texto. Um dos sinais é que ninguém o procurou para apresentar emendas aos projetos após o adiamento da votação. “Não houve nenhum ponto de dissenso que me fizesse mudar. Não apareceu. As ferramentas estão prontas para votar. Se aparecer algum incremento pequeno, a gente analisa e corrige.”

Para Prates, o aumento dos preços do barril de petróleo em consequência da guerra na Ucrânia torna o debate ainda mais urgente. Desde 2016, a Petrobras adota a chamada Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o preço do petróleo ao mercado internacional, tendo como referência a cotação do barril tipo Brent, que é calculado em dólar. Isso quer dizer que o valor internacional do petróleo e a cotação do dólar influenciam diretamente na composição dos preços da companhia.

“Não cabe argumento [para não votar]. Tem que ser muito corajoso para chegar lá, em plena crise da Ucrânia, com o preço do petróleo a US$ 115, US$ 120 o barril, e dizer: ‘calma aí, ainda não sei qual vai ser o impacto disso’. Tem um ano que o preço [do combustível] está subindo, e vocês [da base do governo] dizendo que não podiam fazer nada. A gente faz os projetos, tramita, discute em comissões, e aí vêm dizer que não está preparado? É um argumento pífio.”

O senador usou o feriado do carnaval para conversar com colegas do Senado e governadores, tirando dúvidas a respeito dos dois projetos e, segundo ele, “combatendo algumas desinformações e temores não esclarecidos”.

Prates também defende manter aberto o diálogo sobre as sugestões apresentadas em plenário na sessão passada. Na ocasião, o relator acatou propostas para viabilizar a votação naquele dia. A tendência é reabrir o debate para essas propostas. “Estamos mantendo em discussão, é uma estratégia legislativa válida. Quando adiaram, eu disse: ‘todas essas coisas que me trouxeram eu vou analisar no período do feriado’. Estou considerando, e muito, mas está em discussão”, acrescentou.

ICMS e auxílio gás

O PLP 11/2020 propõe a simplificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em todo o país, instituindo a chamada “monofasia”, ou seja, a cobrança do imposto em apenas uma fase da cadeia produtiva.

Atualmente, o ICMS sobre combustíveis varia de estado para estado e é calculado em toda a cadeia de distribuição e sobre um preço médio na bomba. O PLP propõe que o tributo tenha valor fixo em reais, por litro de combustível, em vez de ser cobrado como uma porcentagem sobre o preço final do produto.

O projeto inclui ainda aumento no valor do auxílio gás, revendo a legislação que o criou e ampliando seu público para 11 milhões de famílias em 2022. Seria o dobro de sua meta de atendimento em relação aos valores originalmente aprovados na lei orçamentária anual. Para custear a ampliação, Prates estima que será preciso dobrar o orçamento do programa, incluindo mais R$ 1,9 bilhão.

Como fonte para as despesas com o auxílio gás, o relator indicou os recursos arrecadados com os bônus de assinatura dos campos de petróleo do pré-sal de Sépia e Atapu. Ambos os campos foram arrematados na segunda rodada de licitações dos volumes excedentes da cessão onerosa do pré-sal, em dezembro do ano passado.

Fundo de Estabilização

Já o PL 1.472/2021, que cria o Fundo de Estabilização, visa usar os recursos deste para evitar que os efeitos das constantes mudanças no preço do petróleo e demais variáveis que afetam o valor dos combustíveis sejam sentidos diretamente nos postos de gasolina.

O PL estabelece diretrizes da política de preços na venda de combustíveis e derivados do petróleo, como proteção dos interesses do consumidor; redução da vulnerabilidade externa; estímulo à utilização da capacidade instalada das refinarias; modicidade de preços internos e redução da volatilidade de preços internos.

O projeto estipula também que os preços dos combustíveis derivados de petróleo praticados no país tenham como referência as cotações médias do mercado internacional, os custos internos de produção e os custos de importação.

O autor do projeto, senador Rogério Carvalho (PT-SE), critica a fórmula atual de cálculo dos preços dos combustíveis, com base na Paridade de Preços Internacionais. Para Rogério Carvalho, a adoção do PPI tem consequências para toda a economia e prejudica a população mais vulnerável. O senador disse que isso foi o que o motivou a apresentar um projeto para debater a política de preços da Petrobras.

Um dos argumentos do senador é que a Petrobras teria diminuído sua capacidade de refino com o intuito de aumentar a presença da iniciativa privada no setor, daí o cálculo do valor com base na PPI. Ainda segundo ele, “a PPI resulta em ganhos extraordinários para a Petrobras, e o objetivo final seria vender suas refinarias”.

O texto também criava um imposto de exportação para o petróleo bruto a partir do valor de US$ 40 o barril, mas o relator encontrou muita resistência entre os colegas e retirou o imposto de exportação do texto, para facilitar a aprovação do projeto.

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