Bahia completa dois anos de vacinação contra Covid-19 com queda de 66% no número de mortes

Foto: Leonardo Rattes/Sesab

Há exatos dois anos, a Bahia aplicava as primeiras doses da vacina contra o Coronavírus. Em 19 de janeiro de 2021, uma enfermeira, uma idosa, um médico e uma indígena foram imunizados com a Coronavac, dando início a uma longa caminhada contra o tempo para salvar vidas.

Em 2020, a Bahia registrou 10.287 mortes, enquanto em 2022, após o avanço da vacinação, o número caiu para 3.487 óbitos, representando uma redução superior a 66%.

Secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana destaca que a queda só foi possível graças à massificação da imunização, aliada às medidas de enfrentamento adotadas pelo Governo do Estado desde os primeiros dias da pandemia. “Investimos mais de R$ 2,2 bilhões durante a pandemia para garantir a estrutura necessária para salvar a vida de milhares de baianos, com ampliação e reforma de unidades de saúde, instalação de um hospital de campanha na Arena Fonte Nova, além do Hospital Metropolitano. Isso tudo exemplifica a grande reunião de esforços em prol de salvar vidas. Hoje, não temos dúvidas sobre a eficácia da vacinação nesse controle. Desde quando as doses começaram a ser aplicadas, as taxas de internações e mortes decorrentes de complicações da Covid-19 caíram de forma considerável”, analisa.

Diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro ressalta que a queda progressiva de óbitos teve segmento mesmo diante das novas subvariantes mais transmissíveis, como a Ômicron, garantindo o índice de segundo estado com menor mortalidade do país. “A vacinação foi um divisor de águas na pandemia. Tínhamos um cenário devastador e percebemos uma situação completamente diferente após o início da aplicação. Apesar de termos tido um número maior de casos em 2022 quando comparado a 2020, registramos uma redução de mortalidade de mais de 66%. Então, o sentido da vacinação é claro. Ela não garante que a pessoa não vá se contaminar, mas o risco de agravamento e morte será muito menor se você estiver com o esquema vacinal completo”, explica.

Número superior a 35 milhões de doses aplicadas 

Em dois anos, mais de 35 milhões de doses dos imunizantes contra a Covid-19 foram aplicadas em todo o estado. Para garantir o armazenamento dos imunizantes, foram adquiridos 234 câmaras frias e 70 freezers, com capacidade de armazenamento de 3,5 milhões de doses de vacinas, 30 ultrafreezers com capacidade de resfriamento de -86° para armazenar vacinas da Pfizer, e aproximadamente 40 milhões de seringas e agulhas.

Mais de seis milhões com esquema vacinal incompleto 

Apesar dos exemplos claros da eficácia da vacinação, mais de seis milhões de baianos estão com o esquema vacinal incompleto, fator que preocupa. “Nos próximos dias, nós teremos a Festa de Iemanjá e o Carnaval, que são festas populares que atraem milhares de pessoas. E o que eu venho hoje deixar como mensagem da saúde é: por favor, reforcem a vacinação. Temos mais de seis milhões de baianos e baianas com o esquema vacinal incompleto. A pandemia não acabou. Precisamos reforçar a necessidade de concluir o esquema vacinal em prol da proteção de todos”, pede a secretária.

Atividade física pode melhorar sintomas da menstruação, diz especialista

Foto: Divulgação

Os dias que antecedem e se prologam durante a menstruação quase sempre deixam em um dilema as mulheres que gostam de fazer atividade física: se deve ir treinar ou ficar em casa?

A cólica é um sintoma comum na vida de muitas mulheres e indicam que a menstruação está para chegar. Além dela, outros desconfortos também podem atrapalhar, como a sensação de inchaço, a maior sensibilidade em algumas áreas do corpo e a fadiga.

As alterações hormonais podem causar modificações na rotina, já que as mulheres passam a ter menos disposição para cumprir com as demandas do dia a dia. “Além do fluxo menstrual em si, os sintomas pré-menstruais podem ser incômodos. Exercícios aeróbicos como natação, caminhada, corrida e ciclismo são recomendados. Eles podem ajudar a aliviar a dor, superar sintomas como depressão e fadiga, e reduzem a retenção de água e o inchaço, o que é muito comum e desconfortável”, explica Ariane Guimarães, professora da Rede Alpha Fitness.

E não pense que fazer esforço físico nesse momento vai acabar aumentando o mal-estar. Pelo contrário: os exercícios colaboram para minimizar o mau humor e a irritação característicos do período menstrual, pois liberam serotonina e endorfina, neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar.

Ao se movimentar durante a menstruação, a mulher pode começar a se sentir mais ativa durante todo o dia, o que reduz a vontade de permanecer em repouso. “A atividade física também atua no balanço de uma série de outras substâncias que ajudam a eliminar o excesso de líquido que provoca inchaço e desconforto. O esporte melhora a circulação sanguínea em todos os músculos do corpo e os enriquece com oxigênio e nutrientes. Isso melhora a capacidade do músculo de liberar mais energia”, diz a especialista.

Para não jogar a toalha de vez e abandonar os dias de treino, uma solução é reduzir a intensidade, seja no aeróbico ou no treinamento de força. Dessa maneira, é possível manter a rotina de ginástica sem sofrer. E se a mulher não sentir nenhum tipo de desconforto ou fadiga muscular antes ou durante a menstruação, pode seguir a rotina normal de atividade física.

Desequilíbrio hormonal pode provocar depressão, ansiedade e infertilidade nas mulheres

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Baixa autoestima, depressão, medo, ansiedade e irritação. Esses sintomas, tão comuns hoje em dia, podem estar ligados a uma série de fatores. O que a maior parte das mulheres não percebe de imediato é que eles podem estar sendo gerados não pela pressão do trabalho ou pela vida acelerada, mas sim pelo estrogênio desregulado. Esse hormônio vai muito além da produção das características femininas e da manutenção da fertilidade. Em taxas anormais, ele pode ocasionar uma série de problemas para a saúde da mulher, inclusive a infertilidade.

“Os hormônios são a orquestra do nosso corpo. O estrogênio participa da regulação da taxa metabólica basal e do metabolismo de insulina, mantendo os níveis de glicose estáveis. Por isso, na menopausa, quando as mulheres reduzem a sua produção natural de estrogênio, elas se sentem mais cansadas, desanimadas, perdem músculo e ganham peso”, explica a médica Isa Rocha, do IVI Salvador.

A baixa dosagem do estrogênio, como citado, pode resultar em baixa autoestima, depressão, medo, ansiedade e irritação. Quando a mulher está perto de menstruar, a baixa dosagem pode levar também às dores de cabeça. Na menopausa, agrava os problemas musculoesqueléticos.

Já o estrogênio muito alto também pode trazer consequências indesejáveis, tais como dores nas mamas, alterações de humor, retenção de líquido e ganho de peso que pode evoluir para problemas de saúde mais graves, como diabetes, hipertensão arterial e síndrome metabólica. Em colaboração com outros hormônios, o estrogênio é muito importante para a fertilidade.

Os altos níveis de estrogênio podem causar problemas de saúde não somente na mulher. Afinal, tanto mulheres quanto homens produzem estrogênio. O balanço entre esses hormônios em cada gênero e o nível certo é fundamental para a saúde. Para diagnosticar o excesso de estrogênio (ou a baixa dele), é realizado um exame de dosagem no sangue.

Cuidar da alimentação ajuda a melhorar os níveis de estrogênio. Um dos alimentos mais importantes para incluir na rotina alimentar é a soja (e todas as suas variações). Os grãos carregam isoflavona, molécula que, no organismo, têm ação semelhante à do estrogênio. Ela é um alimento que ajuda a diminuir os riscos de câncer.

O estrogênio

O estrogênio é produzido nos ovários, nas glândulas suprarrenais e nas células de gordura. Durante a puberdade, esse hormônio promove mudanças no corpo da menina. Fazendo com que apareçam os pelos, acentuem as curvas e cresçam os seios.

Internamente, outras transformações acontecem e preparam o aparelho reprodutivo para a vida adulta. Todos os meses, o estrogênio também participa do controle do ciclo menstrual. Este hormônio tem um papel fundamental no preparo do endométrio para que haja a implantação.

Se não houver gravidez, os níveis diminuem rapidamente e a mulher menstrua. Porém, caso tenha acontecido a implantação, o estrogênio e a progesterona ajudarão na sua manutenção até que a placenta esteja formada e pronta para sustentar a gravidez.

Verão 2023: Especialista alerta para os cuidados que os atletas da estação precisam ter

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Falta uma semana para o início do verão e, com a proximidade dele, também surgem os famosos atletas da estação. Aí vem os corpos à mostra, praia, piscina, biquini, sunga, todos esses elementos marcam os meses que seguem e, com toda essa ebulição, tem muita gente que, quando percebe que falta pouco para as festas de fim de ano e férias, decide correr para as academias para tentar colocar em prática o famoso “Projeto Verão”.

“Se você fazia atividade física há muito tempo, há uma memória do que conseguia fazer, só que o seu corpo não está de acordo com essa memória, ou seja, você já não tem a mesma condição física que tinha antes. Por isso é que ocorrem, com frequência, as lesões em práticas esportivas nesses ‘atletas de verão'”, explica Leandro Dias, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Fazer exercício no verão pode parecer bom, mas especialistas garantem que o ideal é que a prática se repita nas outras estações do ano. E, sim, há maneiras de um atleta de verão fazer com que a atividade física se torne um hábito para o ano todo.

“O principal é iniciar uma atividade física de que goste. Com esta estratégia, a possibilidade de continuar a realizar esta atividade é muito grande, mesmo após o término do verão. É bom sempre ter em mente que a atividade física tem que se tornar um hábito, como escovar os dentes”, afirma Leandro.

Um dos motivos que leva a pessoa a largar a atividade física iniciada no verão é a falta de resultados. O indivíduo não sente progresso, pois inicia a atividade física sem a paciência necessária para ver os resultados e, em resumo, não se sente “sarado”. Tudo é gradativo, pois o organismo precisa se ajustar, se reprogramar, e isso dura em média 12 semanas. A partir deste período, a reprogramação metabólica começa a produzir os resultados almejados.

Nesta época, é importante também lembrar que o calor é mais acentuado e há muita perda hídrica, o que proporciona um desgaste maior para todos os sistemas do corpo. Por isso, a atenção para a maior ingestão de água. “Os exercícios devem estar aliados a um equilíbrio nutricional e no verão isso é ainda mais importante”, finaliza o Coordenador da Alpha Fitness.

Homens que treinam à noite podem queimar até 28% mais gordura do que pela manhã, diz estudo

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As diferenças entre homens e mulheres com relação ao horário do treino podem surpreender quem pensa que qualquer horário é “bom” para malhar. Claro que praticar uma atividade física é fundamental, mas escolher bem o horário que ela será realizada pode dar um plus nos resultados.

“Independente do horário dos exercícios, manter uma rotina de treinos constante e uma alimentação saudável e equilibrada, é essencial para a obtenção de bons resultados”, explica Leandro Dias, Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Mas se você imagina que os primeiros horários da manhã são os melhores para praticar uma atividade física, saiba que você está enganado. Principalmente se for uma pessoa do gênero masculino. Um novo estudo chegou à conclusão de que o melhor horário do dia para treinos e exercícios físicos pode variar de acordo com os objetivos de cada pessoa. Mas também varia se a pessoa é um homem ou uma mulher.

O estudo, que foi publicado pela revista Frontiers in Physiology e divulgado pelo jornal The Washington Post, revelou que, no geral, as mulheres que desejam reduzir a gordura corporal, têm como melhor horário para se exercitar as primeiras horas da manhã. De acordo com a pesquisa, os treinos nesse horário provocaram uma maior queima da gordura abdominal, e ainda ajudam na melhora da pressão arterial.

Já no caso dos homens, o horário mais indicado pela pesquisa foi o turno da noite, o mais eficaz em todos os objetivos. Nos treinos noturnos, a queima de gordura pode ser mais intensa, bem como o ganho de massa muscular; e ainda com uma redução considerável nos níveis de colesterol.

Os resultados podem variar e são mais bem interpretados em relação ao objetivo buscado em cada exercício. As mulheres que buscavam queimar gordura corporal, por exemplo, alcançaram um resultado 3% melhor durante a manhã. Já os exercícios noturnos aumentaram a força da parte superior do corpo em 7% a mais do que os treinos matinais, além de apresentarem menor resistência a realização de esforços como abdominais e flexões. Com relação aos homens, a queima de gordura durante as práticas noturnas foi especialmente mais expressiva, com um aumento de 28% se comparado aos treinos matutinos.

O mais importante é lembrar que se exercitar traz benefícios como melhor oxigenação dos tecidos, aceleração do metabolismo, aumento da força muscular, previne o desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. A atividade física pode ser também uma importante aliada no tratamento da depressão e ansiedade. “Todo começo é difícil. Exige adaptação, organização e, acima de tudo, muita vontade. Mas os resultados no decorrer do caminho são muito gratificantes e mostram que os esforços valem”, finaliza o Coordenador Geral da Rede Alpha Fitness.

Brasil negocia compra de vacina contra varíola dos macacos

Foto: Dado Ruvic/Reuters

Com 696 casos confirmados de varíola dos macacos, até este sábado (23), o Brasil articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a aquisição da vacina contra a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, as negociações estão sendo feitas de forma global com o fabricante para ampliar o acesso ao imunizante para os países onde há casos confirmados da doença.

Por meio de nota, a pasta ressaltou que a vacinação em massa não é preconizada pela OMS em países não endêmicos para a enfermidade, como é o caso do Brasil. A recomendação, até o momento, é que sejam imunizadas pessoas que tiveram contato com casos suspeitos e profissionais de saúde com alto risco ocupacional diante da exposição ao vírus.

Dos 696 casos confirmados no país ate o momento, 506 são procedentes do estado de São Paulo, 102 do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, 13 do Distrito Federal, 11 do Paraná, 14 do Goiás, três na Bahia, dois do Ceará, três do Rio Grande do Sul, dois do Rio Grande do Norte, dois do Espírito Santo, três de Pernambuco, um de Mato Grosso do Sul e um de Santa Catarina.

Varíola dos macacos: Tem cura? Como é a transmissão? Qual a taxa de letalidade?

Foto: Reprodução/Getty Images

A OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou neste sábado (23) que a varíola dos macacos é uma emergência sanitária global. A decisão foi tomada depois de semanas de uma indefinição por parte dos especialistas diante da expansão da doença e do potencial risco de contaminação.

Com mais de 600 casos no Brasil, a varíola dos macacos tem causado alerta na comunidade científica e gerado perguntas entre a população. Quais os sintomas da doença? Como é a transmissão? Ela pode matar?

A seguir, dois infectologistas tiram dúvidas sobre o assunto que tem gerado preocupação em médicos e cientistas pelo mundo com o surto de casos fora da África, algo raro para a doença que costumava se limitar ao continente.

O que é a varíola dos macacos?

É uma zoonose viral, isto é, uma doença infecciosa que passa de animais para humanos, causada pelo vírus de mesmo nome (varíola dos macacos). Este vírus é membro da família de Orthopoxvirus, a mesma do vírus da varíola, doença já erradicada entre os seres humanos.

Onde surgiu a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos foi identificada pela primeira vez em 1958 entre macacos de laboratório. O primeiro caso em humanos foi notificado em 1970, na República Democrática do Congo, e desde então a doença tem sido detectada em países nas regiões central e ocidental da África, sendo considerada endêmica lá, ou seja, com incidência relativamente constante ao longo dos anos.

Somente em 2003 a doença foi registrada fora daquele continente —naquele ano, ocorreu um surto nos Estados Unidos entre pessoas que tinham como animal de estimação cão-da-pradaria (um tipo de roedor) e que haviam tido contato próximo com um grupo de animais importados da África. Não se sabe se os macacos são a espécie onde este vírus surgiu precisamente.

Por que surgiram muitos novos casos da varíola dos macacos?

Uma investigação epidemiológica está em andamento para tentar explicar o motivo do surgimento dos surtos atuais. Existem algumas hipóteses, entre elas: O vírus sofreu uma mutação, o que tornou sua capacidade de transmissão muito mais eficiente; a diminuição na proteção gerada pela vacina contra varíola desde que os programas de vacinação foram suspensos há cerca de 40 anos; um nicho populacional novo propício para a disseminação.

Quais os sintomas da varíola dos macacos?

A doença começa com febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, ou seja, sintomas inespecíficos e semelhantes a um resfriado ou gripe. Em geral, de a 1 a 5 dias após o início da febre, aparecem as lesões cutâneas (na pele), que são chamadas de exantema ou rash cutâneo (manchas vermelhas). Essas lesões aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo.

Elas vêm acompanhadas de prurido (coceira) e aumento dos gânglios cervicais, inguinais e uma erupção formada por pápulas (calombos), que mudam e evoluem para diferentes estágios: vesículas, pústulas, úlcera, lesão madura com casca e lesão sem casca com pele, completando o processo de cicatrização. Vale ressaltar que uma pessoa é contagiosa até que todas as cascas caiam —as casquinhas contêm material viral infeccioso— e que a pele esteja completamente cicatrizada.

Os casos atuais têm apresentado alguns elementos atípicos, como a ausência dos sintomas de mal-estar iniciando o quadro clínico, e também a manifestação do exantema que começa na área genital e perianal e pode não se espalhar para outras partes do corpo.

Como é a transmissão da varíola dos macacos?

A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas —a proximidade é fator necessário para o contágio. Sendo assim, a doença ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com um animal infectado (acredita-se que os roedores sejam o principal reservatório animal para os humanos) ou com outros indivíduos infectados por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório.

A transmissão pode ocorrer também pelo contato com objetos contaminados com fluídos das lesões do paciente infectado —isso inclui contato a pele ou material que teve contato com a pele, por exemplo as toalhas ou lençóis usados por alguém doente.

Qual o tempo de incubação do vírus?

O tempo de incubação —intervalo entre o contato com uma pessoa infectada e o aparecimento do primeiro sintoma— é entre 5 e 21 dias.

Qual o tratamento para a varíola dos macacos? A varíola dos macacos tende a ser leve e, geralmente, os pacientes se recuperam em algumas semanas sem tratamento específico, apenas com repouso, muita hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle de sintomas como febre ou dor.

Existem medicamentos antivirais, como o tecovirimat e o cidofovir, que podem ser usados em pessoas sob risco de complicações, mas que não são facilmente disponíveis comercialmente.

A varíola dos macacos tem cura?

Sim, como na maioria das viroses agudas, o próprio sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus e o paciente ficar completamente curado, sem intervenção alguma. No entanto, é essencial controlar e quebrar as cadeias de transmissão por meio da identificação de casos, com orientação de isolamento, a fim de se reduzir o número total de infectados.

A vacina da varíola humana protege contra a varíola dos macacos?

Sim, estudos apontam que a vacinação prévia contra varíola pode ser eficaz contra a varíola de macacos em até 85% —isso ocorre porque ambos os vírus pertencem à mesma família e, portanto, existe um grau de proteção cruzada devido à homologia genética entre eles. Entretanto, como a varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, atualmente não há vacinas disponíveis para o público em geral.

Varíola dos macacos pode matar?

Pode, mas o risco é baixo. Existem dois grupos distintos do vírus da varíola de macacos circulando no mundo, agrupados com base em suas características genéticas: um predominantemente em países da África Central —com taxa de fatalidade de cerca de 10%—, e outro circulando na África Ocidental, com taxa bem menor, de 1%. A vigilância genômica ainda incipiente mostra que o vírus em circulação fora do continente africano é o menos letal.

Complicações podem ocorrer, principalmente infecções bacterianas secundárias da pele ou dos pulmões, que podem evoluir para sepse e morte ou disseminação do vírus para o sistema nervoso central, gerando um quadro de inflamação cerebral grave chamado encefalite, que pode ter sequelas sérias ou levar ao óbito.

Viva Bem/UOL

Pesquisa da Uesb revela perigos do consumo de plantas medicinais por gestantes

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O uso de plantas medicinais com finalidade fitoterápica é comum no cotidiano de muitas comunidades. Além disso, é vigente o consenso de que a utilização de produtos naturais não causam malefícios à saúde. No entanto, a ingestão de plantas medicinais por grávidas deve ser feita com cautela, pois podem conter princípios ativos capazes de afetar a formação neonatal.

Punica granatum, conhecida popularmente por romã, por exemplo, é uma espécie comumente aplicada para fins medicinais, mas que apresenta potenciais riscos para gestantes. Dependendo da quantidade, frequência e forma de uso, a fruta pode provocar cólicas, sangramentos e, até mesmo, má formação do feto e abortos em casos mais graves.

Nessa perspectiva, Sâmela Thais Ladeia, egressa do curso de bacharelado em Ciências Biológicas da Uesb, campus de Itapetinga, produziu o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “Propriedades medicinais da Romã (Punica granatum L. LYTHRACEAE). Aplicações terapêuticas: uma análise para gestantes”. “Sempre ouvi falar do uso da romã como planta medicinal através de vizinhos e familiares. No final do curso, pensei em me aprofundar mais no assunto, e, junto com meu orientador, o professor Murilo Scaldaferri, trouxemos a perspectiva das gestantes sobre seu uso antes e durante o período gestacional”, explicou Ladeia.

De acordo com a pesquisadora, foram aplicados questionários para 80 gestantes que faziam o atendimento pré-natal nos Programas de Saúde Da Família (PSF), em Itapetinga, onde constavam informações desde idade, escolaridade até o uso da romã pelas gestantes. A partir desse levantamento, foi observado que53 gestantes já haviam feito uso da romã ou ainda estavam fazendo, durante o período gestacional.

Das entrevistadas, 11% utilizavam a romã de forma alimentícia e 89% faziam a infusão em água e chá do caule e folhas. Isso despertou preocupação em Ladeia, uma vez que o caule apresenta componentes químicos que, através dos seus princípios ativos, são capazes de atravessar a placenta e atingir o feto.

Popularização da ciência 

Durante a aplicação dos questionários, foi levantada uma breve discussão, evidenciando os malefícios de algumas partes da romã. “Notei surpresa tanto da parte das mulheres entrevistadas quanto dos profissionais da saúde que estavam presentes, pois ninguém conhecia seus riscos. Diante disso, percebi que seria importante levar esse conhecimento através de palestras para todas as pessoas atendidas pelo Programa de Saúde da Família e aos profissionais que ali trabalham”, ressaltou Ladeia.

Para o professor Murilo Scaldaferri, vinculado ao Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN) e orientador do TCC, pesquisas como essa servem para reforçar a necessidade de conscientização da sociedade sobre o uso indiscriminado não só da romã, mas de qualquer produto, principalmente, em caso de gestação ou estado de saúde mais delicado sem o acompanhamento de um profissional. “A ideia popularizada de que produtos naturais não fazem mal, mesmo se usados indiscriminadamente, não é verdadeira, e esse tipo de informação tem que alcançar o máximo de pessoas possível”, salientou Scaldaferri.

Como meio de difundir os resultados dessa pesquisa de forma mais abrangente, está em processo de consolidação o desenvolvimento de uma atividade de conscientização. “A extensão do conhecimento levantado com as pesquisas que realizamos é o que vai, realmente, causar um impacto positivo para a sociedade, e a Universidade trabalha sobre o tripé do ensino, pesquisa e extensão. Além do retorno, que já foi dado para as gestantes que participaram da pesquisa, nosso grupo, o Núcleo Multidisciplinar de Saúde Preventiva, já começou trabalhar na seleção de estratégias e ferramentas adequadas para a difusão do conhecimento”, frisou Scaldaferri. 

Santo Antônio de Jesus tem dois casos suspeitos de varíola do macaco

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A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, na noite desta quinta-feira (21), que Santo Antônio de Jesus (SAJ) possui dois casos suspeitos de varíola do macaco. A pasta não deu mais detalhes, como idade e sexo das pessoas que apresentaram sintomas da doença.

Outros 11 casos suspeitos estão sendo investigados. São notificações dos municípios de Salvador (5), Vitória da Conquista (2), Camaçari (1), Camamu (1), Ilhéus (1) e Porto Seguro (1). Em todos os casos, as medidas sanitárias de monitoramento dos contactantes próximos, bem como isolamento foram adotadas, diz a Sesab.

Três casos da doença causada pelo vírus Monkeypox já foram confirmados na Bahia. Todos são de residentes em Salvador. O primeiro registro foi no dia 13 de junho, o segundo em 14 de junho e o terceiro na quarta-feira (20).

Especialista fala sobre endometriose, doença que veio à tona após depoimento de Anitta

Nos últimos dias, um dos assuntos mais falados no Brasil é a endometriose. Após uma declaração da cantora Anitta, que revelou sofrer com os efeitos da patologia há nove anos, o tema começou a circular de forma mais recorrente e ganhou força.

Além de Anitta, famosas como Patricia Poeta, Larissa Manoela, Tata Werneck, Isabella Santoni, Emma Roberts, Wanessa Camargo, Malu Mader, Adriana Esteves e Giovanna Ewbank também relataram nos últimos meses que sofrem com o problema.

“A endometriose é a principal culpada pela dor pélvica feminina. Os seis principais sintomas são cólica menstrual severa ou que não melhora com remédios, dor durante a relação sexual, dor ao evacuar ou diarreia durante a menstruação, dor para urinar no período menstrual, dores entre as menstruações e, finalmente, infertilidade”, explica Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.

A endometriose é uma doença que atinge cerca de 6 milhões de brasileiras. E, infelizmente, a maioria só descobre a patologia quando tenta engravidar e não consegue. A doença não tem cura, mas tem tratamento, que pode devolver a qualidade de vida para as mulheres afetadas. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia, de 10 a 15% das mulheres em idade fértil apresentam a doença.

Dessas, cerca de 10% não apresentam sintomas. Por isso, os diagnósticos normalmente são tardios. Desconfia-se que o estilo de vida da mulher moderna, repleto de momentos estressantes, falta de atividade física, má alimentação e rotina cheia de agitação, contribui para o desenvolvimento da endometriose. Aliado a isso, vêm os altos níveis de poluentes no ar e a adição de agrotóxicos nos alimentos.

O diagnóstico da endometriose ocorre quando existe a presença de endométrio em outros órgãos, fora do útero. O endométrio é o tecido que reveste o útero da mulher. Todos os meses, quando não há gestação, esse tecido é descamado e eliminado através do sangue da menstruação. O que acontece, é que esse tecido às vezes migra para estruturas como ovários, ligamentos pélvicos, intestinos, bexiga, apêndice e vagina.

Em alguns casos mais raros, ele pode ser encontrado em órgãos distantes, como pulmão, pleura e até no sistema nervoso central. Por conta disso, as mulheres com endometriose sentem dor. O tecido do endométrio, mesmo fora útero, continua sendo estimulado mensalmente pela ação dos hormônios do ciclo menstrual. E isso provoca uma reação inflamatória.

Geralmente, o tratamento da endometriose é feito à base de medicamentos e adoção de hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, atividade física e consultas regulares ao ginecologista, com a finalidade de prevenir e reduzir os fatores de risco da doença.

Por que a endometriose causa infertilidade?

A endometriose afeta o aparelho reprodutor de diversas maneiras. A infertilidade pode estar associada à doença, mas não ocorre devido a um único fator. O funcionamento das trompas e a maturação e desenvolvimentos dos óvulos ficam prejudicados. Além disso, pode ocorrer alteração na receptividade do endométrio à implantação do embrião. O tratamento vai variar de acordo com a intensidade e a intenção de engravidar. Caso o objetivo seja apenas melhorar a dor, o tratamento pode ser feito por meio de remédios ou cirurgia. Para casais que desejam engravidar, a abordagem é diferente.

Alguns medicamentos não são indicados, pois inibem a ovulação. A cirurgia, por sua vez, pode ser mais indicada pois evidências apontam que leva a uma melhora na fertilidade. Também podem ser utilizados os tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). Esse método tem excelente indicação, boas taxas de sucesso e ajuda a conseguir a gravidez. Mas como cada caso tem um desenvolvimento diferente, a melhor opção é procurar um especialista em reprodução assistida.

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