Medo de raios? Elísio Medrado é 18º em ranking do Vale do Jiquiriçá; confira demais municípios

A temporada de chuvas acompanhadas de raios e trovões chegou e, com ela, a preocupação de muita gente que têm medo das descargas elétricas. No entanto, para quem mora em Elísio Medrado, não há motivo para tanto pânico. Isso porque o município é o terceiro onde há menos ocorrência de descargas elétricas, dentre os 20 que compõem o Vale do Jiquiriçá.

De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE), por ano, 0,73 raio atinge o território de Elísio Medrado, por quilômetro quadrado, o que equivale a 141 descargas anuais. O município ocupa a 18ª posição no ranking dos 20 territórios do Vale do Jiquiriçá, à frente apenas de Cravolândia (0,67 raio por km²) e Milagres (0,65 raio por km²). O primeiro lugar da lista fica com Itiruçu, que recebe 1,83 descarga elétrica, por ano, para cada quilômetro quadrado da sua área territorial. Abaixo, você pode conferir os dados dos 20 municípios do Vale do Jiquiriçá.

Na Bahia, o topo da lista é ocupado por Cocos, cidade localizada no oeste. Lá, 6,02 raios caem, anualmente, em cada quilômetro quadrado, o que dá uma média de 17.200 descargas. Coincidentemente, os dez municípios que atraem mais raios em nosso estado ficam localizados na região oeste. “No interior do estado as temperaturas são mais elevadas. Temos longos períodos sem a ocorrência de chuvas e quando a umidade chega à região acaba trazendo, além da chuva, nuvens que têm uma grande quantidade de energia e acabam provocando descargas elétricas. Quanto maior a distância do litoral, mais chances de ocorrência de raios”, explicou ao “i75” a meteorologista do INPE, Cláudia Valéria.

Mesmo com a baixa incidência, alguns moradores de Elísio Medrado passaram por alguns sustos durante o temporal do último dia 4 de novembro. Um raio atingiu um coqueiro e parte do telhado de uma casa, no Centro da cidade. Na Rua Santo Antônio, um fio de alta tensão se partiu e colocou em risco os pedestres. As descargas elétricas também atingiram árvores na zona rural. Felizmente, em todas as ocorrências, não houve feridos.

Todos os anos, 78 milhões de raios atingem o Brasil. Em 2019, 67 pessoas perderam a vida ao serem atingidas pela descarga elétrica. Vinte e seis por cento dos óbitos foram registrados na zona rural e 66% das vítimas estavam desempenhando alguma atividade ligada à agropecuária, segundo o ELAT/INPE. De cada 50 mortes no mundo em decorrência dessa atividade da natureza, uma ocorre em nosso país.

O que é o raio?

Raio é o nome designado para um relâmpago que atinge o solo. Os relâmpagos são descargas atmosféricas de grande intensidade que ocorrem dentro das nuvens de tempestade – também conhecidas como nuvens Cumulonimbus – a partir de cargas elétricas provocadas pelo atrito entre partículas de gelo. A intensidade típica de um raio é de 20 mil ampères, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. O trovão, por sua vez, é o barulho produzido pelo deslocamento do ar na região da atmosfera onde a corrente elétrica do raio circula.

Como se proteger

Durante uma tempestade, se estiver fora de casa, procure um local seguro para se abrigar. Evite ficar embaixo de árvores e ao lado de cercas de arame. Dentro de um imóvel, não utilize equipamentos elétricos ligados à tomada. Não fique perto de janelas e portas metálicas, e, também, da rede hidráulica (torneiras e canos).

Para-raios

O para-raios tem como objetivo proteger a estrutura das edificações. Quando um raio atinge o sistema de proteção, instalado na maioria dos prédios comerciais e residências, são induzidas correntes elétricas por toda a fiação, o que oferece risco aos seus ocupantes. Portanto, a recomendação de evitar contato com as redes elétrica e telefônica durante uma tempestade também vale para edifícios com para-raios.

POSIÇÃO NO VALE DO JIQUIRIÇÁMUNICÍPIODENSIDADE DE RAIOS POR KM²/ANO
 1ºItiruçu1,83
 2ºLajedo do Tabocal1,76
 3 º Maracás1,61
 4 º Lafaiete Coutinho1,55
 5 º Jaguaquara1,54
 6 º Planaltino1,46
 7 º São Miguel das Matas1,37
 8 º Mutuípe1,35
 9 º Itaquara1,26
 10 º Nova Itarana1,24
 11 º Santa Inês1,20
 12 º Irajuba1,17
 13 º Laje1,08
 14 º Amargosa1,04
 15 º Brejões0,93
 16 º Jiquiriçá0,93
 17 º Ubaíra0,82
 18 º Elísio Medrado0,73
 19 º Cravolândia0,67
 20 º Milagres0,65
Fonte: ELAT/INPE

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