Chuva e vento causam estragos em Elísio Medrado

Portão de casa foi arrancado pelo vento na Chapadinha – Foto: Elvis Leno/Arquivo Pessoal

A chuva que atingiu o Vale do Jiquiriçá, na noite desta sexta-feira (07), causou estragos em alguns municípios e em Elísio Medrado a situação não foi diferente.

Na cidade, a forte ventania arrancou partes de telhados na Rua Nossa Senhora de Fátima e também na Segunda e Terceira Travessas Nossa Senhora de Fátima.

Na Chapadinha, a velocidade do vento foi tão grande que arrancou o portão de uma casa. “Pouco antes, meu carro estava no local que o portão caiu. Felizmente eu já tinha tirado e também não tinha ninguém por perto. A empresa já está aqui consertando”, disse, ao i75, Elvis Leno, proprietário do imóvel.

Na zona rural, moradores relataram danos no povoado do Serrote 1. Uma árvore caiu enquanto um motociclista passava pela estrada. Parte dos galhos atingiu o jovem, que, felizmente, não se feriu.

Na mesma localidade, outras árvores caíram e casas tiveram os telhados danificados. Ninguém se feriu.

De acordo com agências de meteorologia, 13 raios atingiram o município, ontem (07).

Segundo o Climatempo, em Elísio Medrado, o sábado será de sol com algumas nuvens e chuva passageira durante o dia. À noite o tempo fica firme. São esperados 15 milímetros de chuva.

Após cheia do Rio Jiquiriçá, Ubaíra virou cenário de filme de apocalipse

Um cachorro, com lama da ponta das patas até metade da barriga, foi a primeira imagem que mais chamou a atenção ao chegarmos em Ubaíra, no Vale do Jiquiriçá, na tarde da última quarta-feira (30). A sujeira no animal traduz o que os moradores daquela cidade estão vivenciando desde que as fortes chuvas devastaram parte do lugar.

Um odor fétido, muito lixo, o silêncio e os rostos tristes da população também resumem o ‘luto’ local, embora, felizmente, a enxurrada dos últimos dias 24 e 25 não tenha causado nenhuma morte. Barulho, só das máquinas utilizadas para retirar a lama e os entulhos trazidos pela cheia do Rio Jiquiriçá, que corta o município. Ele, por sinal, ainda está com águas volumosas, e, com outra chuva forte, pode trazer mais destruição.

O comércio de Ubaíra está praticamente todo fechado. Os moradores desabrigados e desalojados, que são mais de mil, contam com doações de grupos voluntários vindos de toda parte da Bahia. A convite do amigo Álvaro Dayan, fiz parte do “Elísio Medrado Solidário”. Entre segunda-feira (27) e quarta (29), arrecadamos 450 cestas básicas; mais de 800 peças de roupas; água; materiais de limpeza e higiene pessoal, além de cobertores, camas e colchões. Parte da carga, levada em três caminhões e um ônibus, foi doada em Jiquiriçá, vizinha de Ubaíra e também vítima da fúria do rio.

O estrago maior, sem sombra de dúvidas, foi em Ubaíra, cujo nome significa “fruto de mel”, batismo dado pela tribo indígena tupi-guarani. Entretanto, o presente não é nada doce para os ubairenses. Só em uma rua da cidade, 36 casas desabaram. Cerca de 80% dos imóveis estão sem energia elétrica. Por onde passamos, vemos portões de casas e lojas contorcidos e com ramas da vegetação trazidas pelo Rio Jiquiriçá. De acordo com um morador, que preferiu não se identificar, a força da água foi tão grande que uma caminhonete foi arrastada e derrubou a marquise de uma loja, com cerca de três metros de altura.

Na mesma rua, duas funerárias foram inundadas e caixões boiaram. As urnas funerárias que restaram, estão danificadas. Mercados também foram atingidos. Em um deles, duas mulheres lavavam o que pôde salvar das mercadorias. Entre uma escovada e outra, as lágrimas molhavam os rostos de ambas. E por falar em higienização, o município ficou sem fornecimento de água potável, por parte da Embasa, já que adutoras também foram destruídas. Água tratada só chegava através das doações.

Para limpar objetos, vários moradores sentam na calçada e utilizam a água vinda de um minadouro, que escorre pelas ruas como se fosse um riacho. Em alguns trechos, o esgoto se mistura ao precioso líquido. Um prato cheio para a transmissão de doenças. Inocentes, crianças corriam sobre a água poluída.

O que não dá para ser lavado, virou lixo. São camas, colchões, travesseiros, guarda-roupas e outros objetos. Tudo fica no meio da rua, reforçando a paisagem devastadora. Uma casa, que fica na esquina próxima da ponte principal da cidade, foi atingida em cheio pela força da água. Um boneco de Papai Noel, pendurado na varanda, observava o emaranhado de ferros e capim, junto com os escombros do desabamento de parte da estrutura. Outro imóvel, localizado um pouco mais adiante, foi totalmente abaixo. Dezenas não ruíram, mas estão condenados e terão de ser demolidos.

Perto dali, passavam pessoas em busca de água para beber, e outras, que já haviam conseguido, seguravam as garrafinhas com metade do líquido, numa notável economia, em função da escassez. Enquanto os caminhões com donativos eram descarregados nos pontos de coleta, mulheres imploravam por cestas básicas e fraldas descartáveis. Entretanto, os donativos não são distribuídos nas ruas para não causar tumulto. A distribuição fica por conta da prefeitura, igrejas e organizações não-governamentais.

A destruição foi grande. Ubaíra vai precisar de tempo e muitos recursos – financeiros e humanos – para se reerguer. Até lá, toda ajuda será bem-vinda.

Você, que está lendo este texto, deve ter sentido a falta de declarações de dezenas de moradores, relatando o que passaram na véspera e no dia de Natal. Perdão, mas este repórter, antes de tudo, é ser humano. Respeitei o silêncio e entendi que, através do olhar  – deles e meu -, tudo o que eu queria saber, para relatar aqui, foi dito. Ubaíra chora! Em silêncio, mas chora.

Bahia registra mais duas mortes causadas pelos efeitos da chuva

Foto: Divulgação/GOVBA

O estado contabiliza, até esta segunda-feira (27), 31.405 desabrigados e 31.391 desalojados, de acordo com dados enviados pelas prefeituras e totalizados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec). O número de municípios afetados chega a 116, sendo que 100 deles já decretaram situação de emergência.

Foram registrados ainda 358 feridos e 20 mortos. Os dois óbitos mais recentes ocorreram em Itabuna: uma mulher de 33 anos, vítima de desabamento, e um homem, de 21 anos, levado pela correnteza. O total de pessoas afetadas é superior a 470 mil (471.009).

As mortes foram registradas em: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (1), Aurelino Leal (1) e Itabuna (2).

Municípios que decretaram situação de emergência – 2021:

  1. ALCOBAÇA
  2. AMARGOSA
  3. AMÉLIA RODRIGUES
  4. ANAGÉ
  5. ANDARAÍ
  6. ANGICAL
  7. APUAREMA
  8. ARATACA
  9. AURELINO LEAL
  10. BAIXA GRANDE
  11. BARRA DO CHOÇA
  12. BELMONTE
  13. BELO CAMPO
  14. BOA VISTA DO TUPIM
  15. BREJOLÂNDIA
  16. CAATIBA
  17. CAETANOS
  18. CAMACAN
  19. CANAVIEIRAS
  20. CARAVELAS
  21. COARACI
  22. COCOS
  23. CONCEIÇÃO DO ALMEIDA
  24. COTEGIPE
  25. DÁRIO MEIRA
  26. ENCRUZILHADA
  27. EUNÁPOLIS
  28. FIRMINO ALVES
  29. FLORESTA AZUL
  30. GANDÚ
  31. GOVERNADOR MANGABEIRA
  32. GUARATINGA
  33. IAÇU
  34. IBICARAI
  35. IBICOARA
  36. IBICUÍ
  37. IBIPEBA
  38. IBIRAPUÃ
  39. IGRAPIUNA
  40. IGUAÍ
  41. ILHÉUS
  42. IPIAÚ
  43. ITABELA
  44. ITABERABA
  45. ITABUNA
  46. ITACARÉ
  47. ITAGIMIRIM
  48. ITAJU DO COLÔNIA
  49. ITAJUÍPE
  50. ITAMARAJU
  51. ITAMBÉ
  52. ITANHÉM
  53. ITAPÉ
  54. ITAPEBI
  55. ITAPETINGA
  56. ITAPITANGA
  57. ITAQUARA
  58. ITARANTIM
  59. ITORORÓ
  60. JAGUAQUARA
  61. JEQUIÉ
  62. JIQUIRIÇÁ
  63. JUCURUÇU
  64. JUSSIAPE
  65. LAFAIETE COUTINHO
  66. LAJE
  67. LAJEDÃO
  68. LENÇÓIS
  69. MACARANI
  70. MANOEL VITORINO
  71. MARAGOGIPE
  72. MARCIONÍLIO DE SOUZA
  73. MASCOTE
  74. MEDEIROS NETO
  75. MILAGRES
  76. MUCUGÊ
  77. MUCURI
  78. MUNDO NOVO
  79. MUTUÍPE
  80. NOVA VIÇOSA
  81. NOVO HORIZONTE
  82. PAU BRASIL
  83. POÇÕES
  84. PORTO SEGURO
  85. PRADO
  86. RIBEIRA DO POMBAL
  87. RUY BARBOSA
  88. SANTA CRUZ CABRÁLIA
  89. SANTA INÊS
  90. SANTANÓPOLIS
  91. SAPEAÇU
  92. TEIXEIRA DE FREITAS
  93. TEOLÂNDIA
  94. UBAÍRA
  95. UBATÃ
  96. URUÇUCA
  97. VALENÇA
  98. VEREDA
  99. VITÓRIA DA CONQUISTA
  100. WANDERLEY

Notícia falsa sobre rompimento de barragem causa pânico em Mutuípe

Não bastasse o clima de medo e insegurança que moradores de Mutuípe têm vivenciado, nos últimos dias, por causa dos estragos causados pela chuva, eles ainda têm que conviver com as falsas notícias, as chamadas fake news.

Áudios e textos circularam nos grupos do aplicativo WhatsApp informando que uma barragem havia se rompido, em Irajuba, e que ocasionaria um aumento do nível do Rio Jiquiriçá, que já havia alagado parte da cidade de Mutuípe.

Um vídeo mostra pessoas correndo, na Avenida Beira Rio, desesperadas, enquanto um homem narra a cena falando sobre “barragens pocando na Barra de Jaguaritu”.

O fato foi desmentido pelas autoridades.

Falta d´água

O abastecimento de água em Mutuípe está suspenso desde sábado (25). De acordo com a prefeitura, a chuva danificou adutoras de água tratada e não há previsão para que o problema seja resolvido, devido ao alto volume de água que vem do Rio Jiquiriçá e a complexidade do serviço.

Técnicos da Embasa foram deslocados para os locais a fim de analisar alternativas para reparar os estragos.

Forte chuva atinge municípios do Vale do Jiquiriçá e alaga ruas

Chuva alagou ruas em Jaguaquara. Foto: Reprodução/Blog do Marcos Frahm

A forte chuva desta terça-feira (21) e madrugada desta quarta-feira (22) voltou a trazer preocupação para moradores de municípios que fazem parte do Vale do Jiquiriçá.

Em Elísio Medrado, a chuva teve início por volta do meio-dia de ontem e parou apenas no começo da manhã de hoje. Felizmente, o município não contabiliza estragos.

Em Jiquiriçá, um córrego transbordou, interditando a estrada que liga as regiões de Piquiá e Riacho Novo. O Rio Bom Jesus, na divisa com Mutuípe, também está cheio.

Já em Jaguaquara, o temporal fez com que ruas ficassem alagadas. Choveu forte também em Maracás, Itiruçu e Lajedo do Tabocal.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 26 milímetros em Amargosa e 28 em Itiruçu. Em Mutuípe, um pluviômetro particular indicou 45 milímetros.

Verão chega com chuva e temperatura amena em Elísio Medrado

Foto: Jacson Brasil/i75

O verão começou no início da tarde desta terça-feira (21) em todo o Hemisfério Sul. E os moradores de Elísio Medrado que esperavam muito sol e calor com a chegada da nova estação se surpreenderam com a chuva que atingiu o município.

A precipitação também trouxe consigo uma temperatura mais amena. Por volta das 17h30 os termômetros marcavam 23 graus, característica bem típica do inverno e da primavera. Entretanto, a tendência é que a temperatura ultrapasse os 30 graus nos meses de janeiro e fevereiro.

Vem mais chuva por aí, embora a faixa leste da Bahia, onde está Elísio Medrado, não terá grande acumulado, pois isso já é uma característica desta época do ano.

“No Recôncavo e Vale do Jiquiriçá não é comum tempestades nesse período. Agora é o período chuvoso das regiões Oeste, Sudoeste e Sul. No nosso estado dizemos que a chuva vem pela diagonal. Essa parte do Litoral Norte, Salvador, Recôncavo e Nordeste do estado, elas só são atingidas quando os sistemas meteorológicos são mais intensos”, explicou ao i75 a meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Próximos dias

De acordo com o Inmet, os próximos dias serão de chuva com com trovoadas em Elísio Medrado. Entre esta quarta-feira (22) e sábado (25) o tempo fica instável, com maior probabilidade de chuva mais intensa no dia de Natal (25).

Jiquiriçá recebe R$ 1,1 milhão para recuperar áreas atingidas pela chuva

Novos recursos para quatro cidades baianas atingidas pelas chuvas fortes no estado, desde o fim de novembro, estão sendo liberados nesta terça-feira (14) pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). O dinheiro será usado para recuperar as áreas mais afetadas pelo desastre natural.

De acordo com o ministério, o maior repasse, de R$ 1,1 milhão, será destinado ao município de Jiquiriçá. A cidade de Guaratinga será atendida com R$ 888 mil. Eunápolis, que já havia recebido recursos federais, receberá mais R$ 403 mil. Para Itambé, o MDR destinou R$ 376 mil. Outros municípios ainda aguardam análise dos planos de trabalho e serão beneficiados em breve, informa o ministério.

Recursos liberados

Segundo a pasta do Desenvolvimento Regional, com os repasses de hoje, o governo federal já liberou R$ 8,5 milhões aos municípios do sul da Bahia atingidos pelas chuvas. No último sábado (11), o governo já havia autorizado a liberação de R$ 5,8 milhões.

Até o momento, o MDR já reconheceu a situação de emergência em 26 cidades da Bahia. São elas: Anagé, Baixa Grande, Boa Vista do Tumpim, Camacan, Canavieiras, Encruzilhada, Eunápolis, Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itambé, Itapetinga, Itarantim, Jaguaquara, Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote. Medeiros Neto, Mundo Novo, Santanópolis, Teixeira de Freitas, Teolândia e Vereda.

De acordo com os dados mais atualizados divulgados pela Defesa Civil do Estado da Bahia, as chuvas já causaram a morte de 11 pessoas e deixaram 267 feridas. O número de desabrigados chega a 6.371.

Na Jegada, Cristian Bell pede ajuda para famílias atingidas pela chuva

Cristian Bell (E) e Dum Ice estiveram na Jegada – Foto: Jacson Brasil/i75

O influencer digital Cristian Bell marcou presença na 17ª edição da Jegada, que aconteceu no último sábado (11), em Elísio Medrado. Ele aproveitou o momento para pedir ajuda para a pessoas que foram prejudicadas pelas fortes chuvas que atingiram a Bahia nos últimos dias.

“Queria pedir ajuda para o Extremo Sul da Bahia, por causa desse momento que eles estão passando. A gente já está ajudando e você que puder ajudar, ajude”, disse, em entrevista para o i75.

Cristian Bell esteve acompanhado pelos também humoristas Dum Ice, Rodrigo Amendoim e Dumzinho.

Mortes

Até este domingo (12), a Bahia contabilizava sete mortes em decorrências dos estragos causados pela chuva. Em Medeiros Neto, no Extremo Sul da Bahia, de acordo com a prefeitura, a estimativa é de que mais de duas mil pessoas tenham ficado desabrigadas ou desalojadas. O município decretou estado de calamidade pública. Lojas do centro da cidade ficaram completamente alagadas. Carros foram levados pela enxurrada e casas desabaram.

Idoso morador de casa que foi soterrada em Amargosa segue desaparecido

Foto: Reprodução

Até a manhã desta segunda-feira (13) não foi encontrado o idoso Gildásio Ribeiro, de 89 anos, que era um dos ocupantes da casa que foi soterrada após um deslizamento de terra, na localidade do Ribeirão dos Caldeirões, em Amargosa.

No domingo (13), dois corpos foram localizados sob os escombros. As duas mulheres foram identificadas como Elita Pereira, 80 anos, e sua filha Eliana Pereira, 40 anos.

As vítimas foram encontradas por moradores locais e a remoção foi realizada com o apoio dos agentes da Guarda Civil Municipal de Amargosa e Infraestrutura.

BA-026, em Amargosa, fica bloqueada após deslizamento de terra

Foto: Leitor/i75

A chuva que atingiu a região de Amargosa, na tarde desta sexta-feira (3), provocou um deslizamento de terra que bloqueou a BA-026, nas imediações da chamada Curva do Óleo.

Ninguém ficou ferido. Os motoristas que trafegavam no momento do deslizamento se mobilizaram para retirar o barro do local. Uma equipe responsável pela via foi acionada e é preciso que os motoristas fiquem atentos porque há risco de novos deslizamentos

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