Sistema do Pix registra instabilidade

Na manhã desta segunda-feira (29), usuários relataram dificuldade para acessar o sistema de pagamentos do Pix. De acordo com o Banco Central, o sistema de pagamentos em tempo real teve uma instabilidade por questões técnicas no mecanismo de consulta às chaves. “O Banco Central atuou prontamente e a intercorrência já foi sanada”, disse o BC em nota. 

Criado em 2020, o Pix é um meio de pagamento que está disponível para todos os residentes no Brasil, brasileiros e estrangeiros, pessoas físicas e empresas, que têm como único requisito a abertura de uma conta em um banco, numa fintech ou numa instituição de pagamento. Hoje, a plataforma tem 168 milhões de usuários e movimenta cerca de R$ 2,5 trilhões por mês.

Usado por cerca de 75% da população brasileira, o Pix é o principal método de transferência de recursos entre contas. Desde o ano passado, segundo dados do próprio BC, ele responde por quase metade do total de transações de pagamento realizadas no Brasil, à frente de pagamentos com cartões de crédito ou débito, por exemplo.

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Agência Brasil

Encontro discute combate à manipulação de resultados esportivos

Começou nesta segunda-feira (29) o I Encontro Técnico Nacional sobre Combate à Manipulação de Resultados Esportivos, evento que busca consolidar uma política nacional visando a integridade do esporte no Brasil. Organizado pelo governo federal, o encontro, na sede do Ministério do Esporte, pretende avançar no combate a fraudes em sites de apostas.

A expectativa é ao final do encontro, previsto para 1º de outubro, apresentar uma primeira versão de plataforma digital criada pelo Grupo de Trabalho de Combate à Manipulação de Resultados Esportivos, bem como de um manual de diretrizes para a atuação preventiva e repressiva, de forma a ampliar os conhecimentos técnico e metodológico contra esse tipo de prática.

Tanto a plataforma como o manual foram elaborados pelo grupo de trabalho formado por diversas pastas ministeriais – Esporte, Fazenda, Justiça, além da Polícia Federal. A primeira versão da Plataforma Cívica Digital foi desenvolvida pela Faculdade de Ciências e Tecnologias em Engenharia da Universidade de Brasília (UnB).

A ferramenta possibilitará a apresentação de denúncias anônimas, bem como monitoramento em tempo real das competições, painéis interativos de análise de dados; e alertas automáticos com inteligência artificial para identificar atividades suspeitas. Disponibilizará também conteúdos informativos e educacionais.

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Diálogo

Durante a abertura do encontro, o secretário Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte, Giovanni Rocco Neto, destacou que a integridade no esporte não é responsabilidade de apenas um só setor. “Ela se faz no diálogo constante entre governo, entidades esportivas, sociedade civil e iniciativa privada”, disse.

Rocco, que é também o relator do grupo de trabalho, lembrou dos efeitos positivos do esporte para jovens e adultos e disse que, no caso das crianças, é uma ferramenta que ajuda na educação, em especial em questões relacionadas a disciplina e perseverança.

“Um pilar essencial é a educação da base. É entre jovens atletas, treinadores e famílias que devemos semear, desde cedo, os princípios da ética, do respeito e da transparência, para criarmos uma cultura sólida de prevenção e conscientização”, disse o secretário.

Regulamentação

Também presente no evento, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, disse que, ao assumir a pasta, em 2023, tomou ciência da necessidade de olhar “todos os buracos decorrentes de um período muito longo sem regulamentação.”

“Isso nos trouxe muitos problemas sociais, econômicos e, também, de ordem esportiva”, acrescentou ao explicar que a manipulação de resultados envolve também outros crimes, como os de fraude e lavagem de dinheiro, além de comprometer a proteção das pessoas e da economia popular.

Base de conteúdo

De acordo com o Ministério do Esporte, o encontro servirá para reunir uma “base de conteúdo que sirva para capacitar agentes públicos”, deixando, como legado, diretrizes e boas práticas a serem seguidas nacionalmente na prevenção e no enfrentamento das fraudes esportivas.

Dessa forma, melhorar a qualificação de profissionais como policiais civis e federais, que são considerados, segundo as autoridades , o “eixo central” para a consolidação da resposta estatal à manipulação de resultados, bem como a aprimoramento de técnicas investigativas e de inteligência, com o cruzamento de dados e uso de tecnologias para a identificação de apostas suspeitas.

Oficinas, debates e treinamentos

“Durante o encontro, delegados de todos os estados e do Distrito Federal participarão de oficinas, debates técnicos e treinamentos voltados à investigação e repressão de fraudes esportivas, com foco em técnicas de inteligência, cruzamento de dados e uso de tecnologias avançadas para identificação de apostas suspeitas”, detalha o Ministério do Esporte.

Entre os frutos esperados dessa capacitação estão a padronização de procedimentos; o fortalecimento da cooperação interestadual; e o aprimoramento das atuações conjuntas das forças de segurança, de forma a dar “agilidade na apuração de irregularidades e no encaminhamento de denúncias”.

Tema complexo

Em nota, o ministro do Esporte, André Fufuca, destacou que o Grupo de Trabalho estabelecerá um fluxo integrado e colaborativo para o recebimento e tratamento de denúncias.

“O governo entende a urgência e a necessidade de tratar um tema tão complexo e que impacta a vida de tanta gente. Por isso, é primordial uma atuação conjunta, em nível nacional, que mova esforços na mesma direção a fim de enfrentar a manipulação de competições”, disse, em nota, o ministro.

Agência Brasil

Mulheres discutem em Brasília igualdade de gênero e democracia

Começa hoje (29) em Brasília a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM) com o tema Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas. O encontro, que vai até quarta-feira (1º), é coordenado pelo Ministério das Mulheres (MMulheres) e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).

Após quase dez anos, o espaço de participação social em torno da igualdade de gênero reunirá cerca de 4 mil participantes, entre delegadas, convidadas, observadoras, representantes da sociedade civil e expositores da feira de economia solidária.

A etapa nacional é resultado da mobilização que percorreu todo o país desde abril deste ano.

Na pauta de debates, as questões centrais são o enfrentamento às desigualdades sociais, econômicas e raciais; combate à violência contra as mulheres; aumento das mulheres em espaços de poder e decisão; fortalecimento das políticas de cuidado e de autonomia econômica; saúde, educação e assistência social; o fim da escala 6×1 e direitos reprodutivos, entre outras.

Saiba todos os temas das propostas elaboradas nas etapas preparatórias da conferência, que serão debatidos em grupos simultâneos durante a 5ª CNPM.

Agência Brasil entrevistou a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, que falou sobre as demandas atuais e o processo de construção coletiva de políticas públicas. 

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Brasília (DF), 07/08/2025 - A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, toma café da manhã com jornalistas e apresenta o novo painel do Ligue 180. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, em entrevista à imprensa – Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Agência Brasil – Qual o significado da retomada da Conferência para as Mulheres após esse hiato de quase uma década?

Márcia Lopes – Em 2016, depois da 4ª Conferência Nacional, vem um governo que desmobiliza e desautoriza toda relação democrática e federativa. Houve um claro desfinanciamento das políticas públicas, os ministérios importantes foram extintos e não houve espaço para debate, para críticas e participação, mas uma clara decisão e intenção de acabar com as conferências, com os conselhos, com a participação social. Então, essa é a diferença desta nova edição do encontro. Nós tínhamos um contexto político muito pesado do ponto de vista da própria construção histórica do Brasil.

Com a interrupção das conferências, que é um processo que envolve municípios, regiões, estados e o nível federal, nós vivemos um silenciamento coletivo das mulheres.

Em 2023, tivemos a criação do Ministério das Mulheres. Então, é uma posição muito clara de um projeto político onde as mulheres têm a centralidade.

Agência Brasil – Qual a expectativa para o encontro?

Márcia Lopes – Vamos ter um contexto muito otimista para as mulheres ocuparem esse espaço que é tão importante. Um espaço de luta, de esperança, de visão do futuro.

Somos 110 milhões de mulheres no país e mulheres que vivem essa contradição da capacidade de reação, de participação, de construção, de resistência e, ao mesmo tempo, ainda da submissão ao machismo e a tantas formas de violência que são inadmissíveis. Então, agora, as mulheres vêm ávidas por participar, por ter voz, por ter vez, por ter voto. E isso aconteceu nas conferências municipais e estaduais.

Agência Brasil – Como foi a construção desse evento nacional a partir das conferências estaduais e municipais e das interações na plataforma “Brasil Participativo”?

Márcia Lopes – Nós tivemos quase mil conferências livres, onde os próprios grupos foram se organizando para tratar de temas que diziam respeito a eles. Mulheres jornalistas, mulheres idosas, mulheres com deficiência, mulheres negras, quilombolas, as LGBTs [lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros]. Agora, estamos trazendo quase 1,3 mil mulheres das conferências livres, além de todas as outras que os municípios e estados enviaram como representantes..

Em quatro meses, andei por 16 estados e a nossa equipe [do MMulheres] participou das conferências estaduais que foram muito importantes, representativas, com mulheres de todos os segmentos, de todos os setores. E essa é a expressão da identidade do país.

A 5ª Conferência já sai vitoriosa do ponto de vista da motivação, da mobilização, dessa busca por uma construção coletiva de agendas comuns que respondam à vida das mulheres, seja do ponto de vista do protagonismo, da participação, do pertencimento, seja do ponto de vista do enfrentamento das graves violências que as mulheres ainda sofrem.

Agência Brasil – Por que é tão importante a realização de uma conferência nacional com representação de mulheres diversas?

Márcia Lopes – Uma coisa são os movimentos sociais, os municípios realizarem atividades, se reunirem em grupos, em setores. Outra coisa é de fato oportunizar a mobilização social, organizar uma agenda comum de debates, de reflexões, de construção de propostas para aquilo que nós precisamos no Brasil, que é sempre uma política nacional de mulheres que olhe para todas as realidades e para toda a grande diversidade que temos no país.

Quando voltou o governo democrático popular, nós tivemos essa possibilidade de retomar o diálogo, a organização, a mobilização, a aproximação de todas, com muitas interações.

Agência Brasil – Quais são os maiores desafios na implementação de políticas públicas para mulheres no Brasil?

Márcia Lopes – O primeiro desafio que se coloca é que o Brasil é um país muito grande.

Nós temos um pacto federativo, mas temos também uma relação muito respeitosa às diferenças. Por isso, quanto mais as lideranças — sejam parlamentares, sejam do Executivo — forem unânimes em abraçar a causa das mulheres, as propostas, a política nacional, serão melhores. Mas, temos que construir esses processos política e coletivamente. De outro lado, temos tudo aquilo que depende da relação do Estado com a própria sociedade civil, com o setor empresarial.

Agência Brasil – Quais temas devem ser mais debatidos durante a conferência?

Márcia Lopes – Por exemplo, a Lei da Igualdade Salarial. Se o setor privado assumisse a lei prontamente, porque tem que ser cumprida sob pena de punição, de multa, as mulheres não só se empoderariam, como teriam muito mais autonomia econômica, financeira, para cuidar da sua família, para enfrentar os dilemas do próprio machismo que vivemos ainda.

Temos que enfrentar o desafio orçamentário. Não é porque muda um presidente que, imediatamente, as coisas também passam a funcionar de forma diferente, até porque o Congresso, hoje, tem outro poder, com a instituição do orçamento secreto, das emendas impositivas e a alocação dos recursos que são públicos. A correlação de forças mudou. Isso exige mais negociação, mais compreensão, mais compromisso, mais pressão da própria sociedade para que os recursos sejam alocados onde devem ser.

Temos também a lei que criou a Política Nacional de Cuidados e que precisa, agora, ser regulamentada. Para o Plano Nacional de Política de Cuidados ser instituído tem que haver acordo entre todas as políticas, porque a saúde, educação, assistência social, cultura,  agricultura, incluem cuidados. Mas é preciso incorporar especificidades, programas específicos nessa área. Por exemplo, as universidades podem ter cuidotecas à noite para as mulheres poderem estudar e saber que os seus filhos estão ali cuidados. Não se trata de creche, mas de um espaço de acolhimento e de cuidado.

Na saúde, temos a questão do atendimento domiciliar e o cuidado com as mulheres vítimas de câncer, a questão da saúde mental, uma demanda imensa das mulheres. Que o Programa Nacional de Saúde Mental seja, de fato, universalizado.

Nós estamos apostando muito no Plano Nacional de Política de Cuidados — que deve ser construído também de forma interfederativa, ou seja, nos níveis federal, estadual e municipal. Tenho certeza que a própria conferência vai tratar disso.

Nós temos políticas públicas incríveis, que são referências para o mundo, mas precisamos dar uma escala nacional para que cheguem a todas as mulheres, de grandes municípios, de capitais e de municípios que têm até 5 mil habitantes.

Agência Brasil – Quais são as estratégias para aprimorar a Rede de Proteção à Mulher, coordenada pelo Ministério das Mulheres, para, efetivamente, reduzir a violência de gênero e zerar o feminicídio nos próximos anos?

Márcia Lopes – Na rede de enfrentamento à violência [contra a mulher], o ministério tem o programa da Casa da Mulher Brasileira ou os centros de Referência da Mulher Brasileira,  que integram todos os serviços. Mas um programa desse custa caro. Primeiramente para construir. Obra que integra o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Patrulha Maria da Penha, delegacias, o Instituto Médico-Legal (IML) E para que a mulher seja atendida nele, tem sempre uma equipe de assistente social, psicólogo, advogado, para acolher, para receber as mulheres. Por isso, temos que ter recursos para ampliá-lo, visto que há grande demanda nessa rede de proteção às mulheres vítimas de violência. A própria Lei Maria da Penha que, quanto mais executada, melhor, obviamente com resultados para a vida das mulheres.

Agência Brasil – Como os debates na conferência nacional podem combater a precarização do trabalho, cobrar o cumprimento da lei da igualdade salarial e tratar da redução da jornada e do fim da escala 6X1?

Márcia Lopes – As mulheres querem, podem e têm total condição de integrar o processo de desenvolvimento econômico e social sustentável do país. As mulheres têm assumido esse espaço em todos os setores da vida pública e privada. O que queremos é que haja igualdade salarial. Já existem a lei, os relatórios e o que precisamos, de fato, é que o setor privado cumpra a lei sob pena de pagar multa.

Vamos ter de encontrar outras formas de mobilizar a sociedade e os empresários para que entendam as condições de trabalho necessárias para as mulheres, seja a licença maternidade, os espaços de cuidado nas empresas e segurança para que não sofram assédio moral, sexual, que se sintam plenas, íntegras e livres.

Rotineiramente, além de tudo que as mulheres realizam, produzem, prestam de serviços, elas ainda têm que se preocupar com a sua proteção, com ofensas, xingamentos, atitudes grosseiras, violências no seu espaço de trabalho. Elas não têm que viver esses dramas.

Agência Brasil – A pluralidade de vozes é o grande trunfo da 5ª Conferência?

Márcia Lopes – Digo que 4 mil mulheres encantarão a Esplanada dos Ministérios nestes três dias em Brasília. Como nós que estivemos nas conferências em todos os estados deste país e observamos essa garra, a gana de participação, essa vontade que as mulheres têm de falar, serem  ouvidas.

Apesar de serem, muitas vezes, inferiorizadas, exploradas em todos os sentidos, elas ganham essa força. Força que vem de uma solidariedade que não é defendida individualmente. Mas é sempre uma defesa coletiva, das suas famílias, dos seus entornos, da sua vizinhança, do seu local de trabalho, da sua comunidade, cidade, estado, país. Enfim, as mulheres têm essa capacidade.

No Ministério [das Mulheres] temos vários fóruns: das mulheres pescadoras, quebradoras de coco-babaçu, as mulheres LGBTs, trans, as mulheres idosas, as pessoas com deficiência, as mulheres do hip-hop, as indígenas, as da área rural, empresárias, as sindicalistas. A gente vai aprendendo com essas identidades, esses modos de vida. Não há dúvida de que esta conferência poderá ouvir todas essas vozes. Penso que essa pluralidade de vozes vai fortalecer um projeto de nação.

Agência Brasil – Como as propostas aprovadas durante a 5ª CNPM podem resultar em políticas públicas, em sintonia com as atuais demandas e a diversidade das mulheres do Brasil?

Márcia Lopes – A partir desta conferência, vamos construir outro processo ainda mais coletivo: o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres atualizado, de acordo com o momento que vivemos. Estou certa de que será um plano democrático, que defenda a soberania do país, a autonomia das mulheres, a participação delas em todos os campos, em todos os âmbitos do conhecimento, da ciência e de tudo daquilo que se projeta para o futuro.

Programação

A abertura oficial da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM) está marcada para 10h (horário de Brasília) no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, além de outras autoridades governamentais e representantes dos poderes Legislativo e Judiciário, lideranças sociais e políticas. 

Durante três dias, as participantes poderão acompanhar painéis temáticos, espaços de diálogo, plenária final com deliberação das propostas, além de atividades culturais, feira de economia solidária e tenda de debates e ações voltadas à justiça climática e de gênero.

Confira a programação completa da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.

Mobilização

O Ministério das Mulheres contabiliza mais de 156 mil mulheres participantes das conferências municipais, regionais, estaduais, distrital e livres.

Ao todo, 3.831 representantes estão credenciadas para o encontro nacional.

Agência Brasil

É falso que novo cadastro vai aumentar imposto de aluguel, diz governo

Depois que passaram a circular pelas redes sociais conteúdos com desinformação sobre cobrança de impostos sobre alugueis de imóveis, inclusive a de que filhos adultos que moram com os pais seriam taxados, o governo divulgou um esclarecimento contra as chamadas fake news.

As mensagens falsas apontam que um novo cadastro, conhecido como CPF dos imóveis, seria uma forma de o governo identificar quem aluga imóveis e usaria a base de dados para aumentar impostos.

Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, a informação não é correta. A reforma tributária, promulgada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2023, prevê a criação do Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB), o chamado CPF dos imóveis.

O cadastro, de acordo com a nota, não gera interferência alguma sobre os preços dos aluguéis, seja para proprietário ou inquilinos. A função do cadastro é um inventário dos imóveis, alimentado com dados dos municípios e cartórios.

“A finalidade do CIB é dotar o Brasil de um cadastro imobiliário único, gerando segurança jurídica para os proprietários, adquirentes e vendedores, relacionado às operações com imóveis no âmbito do imposto sobre valor agregado – IVA dual, a partir de 2027 apenas”, descreve nota da Secom.

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Simplificação e isenção

O Imposto Sobre Valor Agregado (IVA dual) é uma simplificação feita pela reforma tributária. Os tributos federais, estaduais e municipais (ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS) passam a ser convertidos no imposto sobre valor agregado, formado apenas pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), tributo federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), estadual e municipal.

Em publicação nas redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aponta, inclusive, que o CIB pode contribuir para a redução de imposto cobrado. 

 “O cadastro federal é justamente para diminuir o imposto, não para aumentar, exatamente o contrário do que estão propagando”, garante.

Haddad explica que, se uma empresa tem um condomínio e aluga os apartamentos para famílias que pagam até R$ 600 de aluguel, essas empresas, que hoje pagam tributo, vão deixar de pagar.

“A reforma tributária quer que a construção civil se volte para a produção de moradia acessível para os trabalhadores brasileiros. Então vai na contramão do que estão divulgando”, afirma.

O ministro acrescenta que, se o aluguel supera R$ 600, mas a família inquilina está incluída no Cadastro Único (conjunto de informações sobre as famílias em situação de pobreza e porta de entrada para programas sociais, como o Bolsa Família), “esta família vai receber o cashback [devolução], vai receber uma parte desse imposto de volta na sua conta corrente”.

Desta forma, reforça a nota do governo, “o CIB nada mais faz que consolidar os milhares de cadastros imobiliários fiscais existentes em cada município brasileiro e cartórios de imóveis, em uma única base de dados, permitido a implementação da redução das alíquotas e o cashback para pessoas de baixa renda. Ou seja, ele foi criado para facilitar a vida das pessoas e permitir vantagens para o setor e para a população de baixa renda”.

Sobre a informação de que filhos adultos que moram com os pais seriam cobrado, o governo diz que “não há nada nesse sentido; essa hipótese não existe, é fake new sem qualquer fundamento ou lógica”.

A Receita Federal também emitiu nota, na qual desmente qualquer cobrança nesse sentido e orienta: “não caia em fake news, desconfie de quem mente para você sem fundamento ou razão aparente, a não ser causar medo e desinformação”.

Como funciona a cobrança de impostos

A reforma tributária não aumenta a tributação sobre aluguéis. Tanto que o texto aprovado pelo Congresso estabelece uma redução de alíquota de 70% nas locações, percentual além do necessário para manutenção da carga tributária do setor.

Além disso, as locações de até três imóveis, em valor inferior a R$ 240 mil anuais (R$ 20 mil mensais), não terão em regra tributação para as pessoas físicas.

Somente as operações de pessoas físicas com mais de três imóveis e em valor maior estarão sujeitas ao IVA dual, além das pessoas jurídicas.

>> Entenda as principais mudanças da reforma tributária 

A reforma tributária também não tem relação com aumento de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCDM), que incide sobre heranças.

Esses dois tributos não estão na esfera federal, ou seja, estão fora da competência do governo federal. O IPTU é decidido elas prefeituras; e o ITCDM, pelos estados.

“O IPTU, minha gente, é um imposto municipal. Quem aumenta, diminui e isenta é o prefeito, não tem nada a ver com o governo federal”, publicou Haddad.



Agência Brasil

Filme uruguaio Quemadura China vence mostra Território da CineBH

A 19ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte-  anunciou, na noite desse domingo (28), os vencedores da Mostra Território e os projetos premiados no Brasil CineMundi – 16th International Coproduction Meeting. A cerimônia de encerramento foi no Cine-Theatro Brasil, no centro da capital mineira.

O prêmio de melhor filme da Mostra Território foi concedido a Quemadura China, produção uruguaia dirigida por Verónica Perrotta. Também foram reconhecidos Chicharras (México), de Luna Marán, com o prêmio de Melhor Presença; Huaquero (Peru), de Juan Carlos Donoso Gómez, com Destaque do Júri em Montagem; e Punku (Peru), de Juan Daniel Fernández Molero, vencedor do Prêmio Abraccine.

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Destaques da programação

Ao longo de seis dias, a CineBH exibiu 101 títulos nacionais e internacionais, reforçando a pluralidade e a diversidade do cinema contemporâneo. Entre os destaques, esteve a exibição de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2026.


Brasília (DF), 29/09/2025 – CINE BH BALANÇO FESTIVAL
Foto: ANNA KARINA DE CARVALHO/Divulgação

Festival CineBH é encerrado em Belo Horionte;  Quemadura China vence mostra Território – Foto DivulgaçãoFestival CineBH

Filmes desenvolvidos nos laboratórios do CineMundi também chamaram atenção, como A Natureza das Coisas Invisíveis, estreia em longas da brasiliense Rafaela Camelo, que emocionou o público em sessão com aplausos. O filme de Camelo teve sua estreia mundial na mostra Generation, do Festival de Berlim, e recebeu diversos prêmios internacionais neste ano.

O diretor José Eduardo Belmonte apresentou a pré-estreia de Assalto à Brasileira, inspirado em fatos reais do fim da década de 1980. Em entrevista à Agência Brasil, Belmonte destacou que a obra busca retratar “um tempo de desesperança e perda de fé no país”, marcado por inflação descontrolada e pelo início da redemocratização.

Brasil CineMundi

Paralelamente às exibições, o Brasil CineMundi premiou projetos em desenvolvimento, reafirmando sua vocação como espaço de coprodução e fomento a novas vozes do cinema.

O júri oficial, formado por Luana Melgaço, Jorge Cohen e Juliette Lepoutre, escolheu Filhas do Mangue, de Stella Carneiro (AL), como vencedor. Segundo os jurados, o projeto se destacou pela originalidade e pela capacidade de articular experiências íntimas com reflexões sobre preservação ambiental, desigualdades regionais e irreverência juvenil.

Na categoria Work in Progress, os premiados foram:

O Filho da Puta (MG/RS), de Erica Maradona, Otto Guerra, Sávio Leite e Tânia Anaya – Prêmio O2 Pós.

Lusco-Fusco (SP), de Bel Bechara e Sandro Serpa – Prêmio Mistika.

A Fabulosa Máquina do Tempo (RJ), de Eliza Capai – Prêmio The End.

O Prêmio Foco Minas ficou com Arrudas (MG), de Matheus Moura.

Entre os projetos mais celebrados, Você? Mãe? (RJ), de Daniel Gonçalves e Nathalia Santos, conquistou três prêmios distintos (DocBrasil, Conecta e DocSP), sendo reconhecido pela força estética e pelo potencial de tornar o pessoal em universal.


Brasília (DF), 29/09/2025 – CINE BH BALANÇO FESTIVAL
Foto: ANNA KARINA DE CARVALHO/Divulgação

Festival CineBH é encerrado em Belo Horionte;  Quemadura China vence mostra Território – Foto DivulgaçãoFestival CineBH

Outros premiados incluem:

Tomba Homem (MG), de Gibi Cardoso – DocSP Study Center.

Febre Tropical (SP), de Andy Malafaia e Carolina Höfs – FIDBA #Link.

Toshi Voltou do Japão (SP), de Marcos Yoshi – Nuevas Miradas.

Enquanto te Escrevo a Paisagem Muda (PE), de Anna Lu Machado e Artur Monteiro – RIDM.

Soberbo (MG), de Camila Matos e Juliana Antunes – Burning.

Omágua Kambeba (AM), de Adanilo – Prêmio principal do MECAS e do coletivo Filmes de Plástico.

Sapatour (SP), de Gab Laurenzato – World Cinema Fund.

Diamante, o Bailarina (SP), de Pedro Jorge – MAFF/Projeto Paradiso.

O coletivo Filmes de Plástico ainda destinou um prêmio especial a Brilhante (MG), de Carol Silva e Karen Suzane, pela relevância LGBTQIAPN+.

Cinema plural e premiado

Com programação gratuita, a 19ª CineBH reafirmou sua posição como um dos principais encontros cinematográficos do Brasil, valorizando tanto a circulação internacional de filmes quanto o surgimento de novas vozes no país.

*A repórter viajou a convite do evento

Agência Brasil

Brasil é referência na alimentação escolar, diz especialista

“O Brasil não gosta de se auto elogiar”. É assim que Daniel Balaban, diretor do Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, começa a responder perguntas sobre a política brasileira de alimentação nas escolas.

Apesar dessa espécie de modéstia nacional, as Nações Unidas reconhecem o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) como um “dos maiores e melhores projetos de alimentação escolar do mundo”, disse Balaban. 

Oficialmente, o projeto completou 70 anos. Mas, para o representante da ONU, ele ganhou destaque a partir de 2009. Foi quando entrou em vigor a lei que definiu os parâmetros do tipo de comida que deveria estar nas escolas, tirando espaço dos biscoitos açucarados para colocar refeições completas no lugar.

Foi também em 2009 que Fernando Luiz Venâncio deu uma guinada na carreira. O colega que cuidava da cozinha da empresa onde trabalhava saiu de férias e Fernando, até então metalúrgico, se ofereceu para ficar no lugar. Nunca mais saiu de perto das panelas.

Hoje, ele chefia a equipe responsável pelas três refeições servidas todos os dias para os mais de 400 estudantes da Escola Johnson, em Fortaleza, no Ceará. Uma escola de ensino médio em tempo integral. 

No cardápio há pratos como baião de dois, carne picadinha, farofa de ovo e o aclamado creme de galinha.

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Peito de galinha

“O creme de galinha não posso trocar por nada”, diz Fernando. Feito com peito de galinha desfiado e caldo de legumes, o prato não passa perto de ingredientes como creme de leite.  “Não pode. A gente não usa isso, não usa queijo, nada disso”, diz Fernando.

A restrição não é aleatória. A comida tem que atender todos os estudantes, incluindo os que têm restrições alimentares. “A gente não pode fazer uma comida para dez e outra para 400. Tem que fazer para todo mundo, todos devem comer, tem que gostar e sem passar mal”, avalia. 

Mas não é o Fernando quem define o que entra no cardápio. “A nutricionista passa para a gente e a gente tem que trabalhar em cima do cardápio”, enfatiza.  A presença de nutricionistas no espaço escolar é uma das exigências de uma lei de 2009 que transformou merenda em refeição. Os cardápios precisam atender às necessidades nutricionais, estar conectados à cultura local, priorizar alimentos preparados na própria escola, restringir ao máximo de 15% a presença de ultraprocessados e privilegiar alimentos da agricultura familiar, com no mínimo 30% de alimentos com essa origem. 

Do campo para a escola

“De tudo o que eu produzo, 30% vão para a merenda escolar”, afirma Marli Oliveira, agricultora familiar. No sítio de 6,5 hectares, em Ocara, no Ceará, ela cria galinhas caipiras, porcos, ovinos e abelhas. Mel, ovos e carnes que não vão para o Pnae, ficam nas vendinhas do município. Mas a venda garantida para as escolas “faz diferença na vida do agricultor, principalmente nos pequenos municípios, já que a renda é praticamente da agricultura”, explica Marli. 

Um levantamento do Observatório da Alimentação Escolar (OAE) traduziu em números o que é fazer a “diferença”. O estudo mostra que, para cada R$ 1 que o Pnae investe na agricultura e na pecuária familiar, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresce R$ 1,52 na agricultura e R$ 1,66 na pecuária. 


Brasília (DF), 29/09/2025 – Marli Oliveira, agricultora familiar que fornece ovos, mel e carnes de galinha, porco e ovinos para o Pnae no Ceará 
 Como o Brasil virou referência na alimentação escolar .
Foto: Marli Oliveira/Arquivo pessoal

Marli Oliveira, agricultora familiar, fornece ovos, mel, carnes de galinha, porco e ovinos para o Pnae no Ceará – Foto: Marli Oliveira/Arquivo pessoal

A partir de 2026, a participação da agricultura familiar no Pnae pode chegar a pelo menos 45%.  Alteração aprovada pelo Congresso Nacional pode ser sancionada pelo presidente Lula. Luzia Márcia, que é assentada da reforma agrária e produz castanha de caju em Chorozinho, no Ceará, comemorou a mudança. Ela ainda não fornece para o Pnae. “A gente até concorreu recentemente. Infelizmente, pela questão da pontuação, a gente não passou”, assegura.

Com o aumento da demanda, ela espera conseguir abrir a porta: “o Pnae é muito importante porque o escoamento da produção é um dos maiores gargalos do agricultor hoje. Não é só produzir, mas é onde eu vou colocar minha produção?”.

Tipo exportação

Entre os dias 18 e 19 de setembro, o Brasil sediou a 2ª Cúpula da Coalização Global pela Alimentação Escolar, que reuniu representantes de mais de 90 países que se comprometeram a garantir comida de qualidade para mais de 700 milhões de estudantes até 2030. 

Foi lá que a ministra da Educação de São Tomé e Príncipe, Isabel Abreu, falou da cooperação com o Brasil. “Nossas nutricionistas foram formadas online com nutricionistas do Brasil e tivemos o apoio de uma nutricionista brasileira que ficou conosco três anos a orientando como confeccionar a refeição”, assegura Isabel. São Tomé também tem sido seguido no princípio de colocar alimentos locais dentro da escola.

Hoje, no Brasil, o Pnae atende 40 milhões de estudantes todos os dias, da creche ao EJA (Educação de Jovens e Adultos.

“O programa ajudou o Brasil a sair do Mapa da Fome da ONU,” observa Daniel Balaban. “Se você não tivesse comida na escola, você deixaria em insegurança alimentar grande parte desses 40 milhões de alunos. Para muitos, a principal refeição do dia é na escola”, enfatiza.

Desafios

No entanto, apesar dos elogios, tocar o Pnae no dia a dia é tarefa cercada de desafios. Em 2025, o orçamento do programa foi de R$ 5,5 bilhões. O repasse por dia por estudante variou de R$ 0,41 para alunos do EJA até R$ 1,37 para creches e estudantes do ensino integral. Mas, antes do último reajuste, em 2023, os valores ficaram congelados por cinco anos. 

Além do repasse federal, estados e municípios precisam complementar o valor com recursos próprios. Mas, nem sempre isso acontece. Segundo o Observatório da Alimentação Escolar, mais de 30% dos municípios das regiões Norte e Nordeste do Brasil não fazem isso. 

Em outro levantamento, o OAE ouviu nutricionistas do Brasil para saber se eles conseguem cumprir as exigências nutricionais do programa.

Praticamente a metade (47%) disse que não e apontou os problemas. Entre os mais frequentes estão a falta de estrutura para o preparo da alimentação, a resistência das famílias e dos profissionais de educação, a inflação dos alimentos, o orçamento curto e a falta de profissionais de nutrição e de cozinheiros e cozinheiras. 

Alimentação escolar

Para Albaneide Peixinho, presidente da Associação Brasileira de Nutrição, esses problemas são reflexo de como os gestores públicos seguem entendendo a alimentação escolar.

“Infelizmente, a visão que a maioria dos gestores ainda tem é de que o programa se chama ‘merenda’. Ele é apenas um lanche rápido do ponto de vista do conceito da nutrição. [Eles] entendem como um programa assistencialista e acham que é um grande favor que estão fazendo”, acentua. 

Albaneide coordenou o Pnae durante 13 anos e fez parte da equipe que elaborou a lei de 2009 que está tentando enterrar essa ideia da merenda. Se contrapondo a essa noção antiga, ela lembra de outro ingrediente que diferencia o Pnae: “esse é um programa pedagógico de promoção à saúde. A formação de hábitos saudáveis é tão importante quanto a oferta das refeições que contribuem para a melhoria do ensino-aprendizagem”. E finaliza: “apesar de entender que o Pnae é uma referência mundial, porque está na Constituição, algo que muitos países não têm, ainda há muito a avançar”. 

* A repórter viajou a convite do MEC

Agência Brasil

Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 4,81%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,83% para 4,81% este ano. A estimativa foi publicada no boletim Focus desta segunda-feira (29), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2026, a projeção da inflação também caiu, de 4,29% para 4,28%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,9% e 3,7%, respectivamente.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Em agosto, puxada pela redução na conta de energia elétrica, a inflação oficial ficou negativa, ou seja, deflação de 0,11%. Com o resultado, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,13%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros  – a Selic – definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fatores que levaram à manutenção da Selic, na última reunião, este mês.

A intenção do colegiado é, de acordo com a ata divulgada, manter a taxa de juros atual “por período bastante prolongado” para garantir que a meta da inflação seja alcançada.

A estimativa dos analistas é que a taxa básica encerre 2025 nesses 15% ao ano. Para o fim de 2026, a expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

Nesta edição do boletim Focus, a estimativa das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano foi mantida em 2,16%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) ficou em 1,8%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

Puxada pelas expansões dos serviços e da indústria, no segundo trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,4%. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,48 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,58.

 

Agência Brasil

Fluminense quebra jejum de vitórias e vence o Botafogo por 2 a 0

Em partida que teve transmissão da Rádio Nacional, o Fluminense derrotou o Botafogo por 2 a 0, neste domingo (28), no Maracanã, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Cano e Lima fizeram os gols da vitória tricolor, que interrompeu uma sequência de nove jogos – sendo oito derrotas consecutivas – sem bater o rival. Com o resultado, o Flu alcançou 34 pontos, posicionando-se na metade de cima da tabela. O Botafogo estaciona no quinto lugar, com 40 pontos.

Diante de 18 mil torcedores, o Fluminense estreou o técnico argentino Luis Zubeldía, que substituiu Renato Gaúcho, que pediu demissão após a eliminação na Copa Sul-Americana para o time argentino, Lanús, na terça-feira (23). O Botafogo teve mais oportunidades de marcar na primeira etapa, como a bola no travessão em chute longo de Newton e a finalização de Vitinho cara a cara com Fábio que foi defendida pelo goleiro tricolor.

No entanto, foi o Tricolor que abriu o placar. Aos 33, após jogada bem trabalhada pelo ataque, David Ricardo e Vitinho se atrapalharam na hora de afastar o perigo da área alvinegra e, na sobra, Germán Cano cabeceou para marcar. O Botafogo ainda teve outra oportunidade de empatar, mas o chute de Savarino, já dentro da área, foi desviado por Freytes quando tinha a direção do gol.

Na segunda etapa da partida, as equipes baixaram o ritmo. O Botafogo teve como melhor chance uma jogada com Cuiabano pela esquerda, com um chute cruzado que saiu à esquerda do goleiro Fábio.

Já na reta final, aos 43, após fazer o corte na defesa, o Fluminense avançou e Lima, dentro da área, ajeitou para a perna esquerda antes e bateu no gol sem chance para Léo Linck e garantir a vitória tricolor.

O Fluminense, que não vencia o Botafogo desde 2022, visita o Sport, na próxima quarta-feira (1º), no Recife. No mesmo dia, o alvinegro recebe o Bahia no Nilton Santos, rival direto na briga por uma vaga na Libertadores do ano que vem.

Bahia vence o Palmeiras: 1 a 0

A briga entre Botafogo e Bahia na parte de cima da tabela esquentou ainda mais depois que o Tricolor baiano derrotou o Palmeiras, por 1 a 0, na tarde deste domingo (28), na Fonte Nova, em Salvador.

O gol da vitória foi marcado por Ademir, aos 33 minutos da segunda etapa. O atacante foi lançado pelo goleiro Ronaldo, avançou pela direita, cortou a marcação de Jefté e finalizou por cima do goleiro Weverton, marcando um belo gol.

Com o resultado, o Bahia igualou os 40 pontos do Botafogo na tabela, mas fica atrás por ter um saldo de gols menor. No entanto, o Tricolor realizou uma partida a menos do que a equipe carioca.

Já o Palmeiras repetiu o roteiro do Cruzeiro e falhou em colocar pressão no líder Flamengo. O Verdão segue com 49 pontos, atrás da Raposa, que tem 50 e do Rubro-Negro, que iniciou a rodada com 51.

Na manhã deste domingo, o Grêmio recebeu o Vitória em Porto Alegre e encerrou um jejum de dois meses sem vencer em sua própria casa. André Henrique abriu o placar para o time gaúcho no fim da primeira etapa partida.

Logo no começo do segundo tempo, Aitor igualou para o Leão, mas Amuzu e Aravena garantiram o triunfo do time gaúcho. O Grêmio soma 32 pontos, no meio da tabela, enquanto o Vitória segue no Z-4, com 22 pontos, na décima oitava posição. 

Agência Brasil

Fachin toma posse na presidência do STF nesta segunda-feira

O ministro Edson Fachin toma posse nesta segunda-feira (26), às 16h, no cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) pelos próximos dois anos. O vice-presidente será o ministro Alexandre de Moraes. 

O novo presidente vai suceder Luís Roberto Barroso, que completará o mandato de dois anos à frente da Corte. 

A eleição de Fachin para o cargo ocorreu no mês passado e foi feita de maneira simbólica. 

Atualmente, o ministro é o vice-presidente, e, pelo critério de antiguidade, deve assumir o cargo. Conforme o regimento interno, o tribunal deve ser comandado pelo ministro mais antigo que ainda não presidiu a Corte.  

Posse

Foram convidados para a posse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de outras autoridades. 

Fachin dispensou a tradicional festa de posse, que é bancada por associações de magistrados e oferecida a todos os ministros que chegam ao STF ou assumem a presidência. 

Pautas

Por ter perfil pessoal mais contido, Fachin deve evitar declarações polêmicas na imprensa e embates com políticos. De acordo com pessoas próximas ao ministro, o novo presidente deve se destacar pela condução de julgamentos com grande impacto social. 

Na próxima quarta-feira (1º), quando será realizada a primeira sessão sob o comando de Fachin, a Corte vai iniciar o julgamento sobre o vínculo empregatício de motoristas e entregadores de aplicativos, a chamada “uberização”. 

Perfil

Indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff, Edson Fachin tomou posse no Supremo em junho de 2015. O ministro nasceu em Rondinha (RS), mas fez carreira jurídica no Paraná, onde se formou em direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

No STF, foi relator das investigações da Operação Lava Jato, do processo sobre o marco temporal para demarcações de terras indígenas e do caso que ficou conhecido como ADPF das Favelas, ação na qual foram adotadas diversas medidas para diminuir a letalidade policial durante operações contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. 

Relator das ações penais da trama golpista, Alexandre de Moraes é formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O ministro foi empossado no cargo em março de 2017.Ele foi indicado pelo ex-presidente Michel Temer para suceder o ministro Teori Zavascki, que morreu em um acidente de avião naquele ano.

Antes de chegar ao STF, Moraes também ocupou diversos cargos no governo de São Paulo, onde foi secretário de Segurança Pública e de Transportes. Também foi ministro da Justiça no governo Temer.

Agência Brasil

Ataque a tiros em Igreja Mórmon deixa ao menos um morto, em Michigan

Um homem dirigiu seu veículo contra as portas da frente de uma Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em Grand Blanc, no Michigan, e atirou em pelo menos dez pessoas, matando uma delas, informou a polícia local neste domingo (28).

O atirador saiu do veículo disparando uma arma de assalto, disse o chefe de polícia de Grand Blanc, William Renye. Ele acrescentou que centenas de pessoas estavam na igreja, que pegou fogo com a colisão do veículo.

A fumaça saía do prédio enquanto os bombeiros combatiam o incêndio com jatos de água, e caminhões de bombeiros e veículos de emergência estavam estacionados nas proximidades, mostraram imagens nas redes sociais.

As autoridades acreditam que vão encontrar mais vítimas nos escombros, disse Renye.

A polícia não divulgou imediatamente o nome do suspeito, que morreu no local em uma troca de tiros com dois policiais que correram para a igreja, disse o chefe de polícia. Renye o descreveu como um homem de 40 anos de Burton, Michigan.

“Meu coração está partido pela comunidade de Grand Blanc”, disse a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, em um comunicado publicado nas redes sociais.

“Violência em qualquer lugar, especialmente em locais de culto, é inaceitável”, acrescentou.

Autoridades nacionais, incluindo a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, e o presidente Donald Trump, fizeram postagens sobre o tiroteio.

“Tal violência em um local de culto é de partir o coração e assustadora”, postou Bondi no X.

Em uma declaração no Truth Social, Trump disse que o tiroteio “parece ser mais um ataque direcionado a cristãos nos Estados Unidos da América” e disse que o FBI estava no local.

“ESTA EPIDEMIA DE VIOLÊNCIA EM NOSSO PAÍS DEVE ACABAR, IMEDIATAMENTE!”, escreveu ele, em letras maiúsculas.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é informalmente conhecida como Igreja Mórmon.

Grand Blanc, uma cidade de 7,7 mil habitantes, está localizada a cerca de 97 quilômetros a noroeste de Detroit.

*Reportagem adicional de Joseph Tanfani em Nova York e Rebecca Cook em Grand Blanc

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Agência Brasil

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