Delegações deixam cadeiras vazias durante discurso de Netanyahu na ONU

Delegações de diversos países – dentre elas a brasileira – deixaram, ao mesmo tempo, o plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira (26) no momento em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, subiu ao parlatório para discursar.

O protesto foi combinado previamente entre as delegações, em crítica aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, que já duram quase dois anos e já fizeram mais de 60 mil vítimas. 

Ordem na sala

Quando Netanyahu iniciou seu discurso, os delegados foram chamados à ordem: “Ordem na sala, por favor!”, pediu o mestre de cerimônia.

Diante de uma sala praticamente vazia, um momento histórico nas Nações Unidas, Benjamin Netanyahu afirmou que os inimigos de Israel são os inimigos de todo o mundo, inclusive de seu maior parceiro, os Estados Unidos.

“Odeiam a todos nós da mesma forma. Eles querem arrastar o mundo moderno para o fanatismo”.
 

Lula na ONU

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva já classificou esses ataques como genocida em diversas oportunidades, inclusive durante seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral, na terça-feira (23).

“Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o direito internacional humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente”, disse Lula na ocasião. 

Contatado pela Agência Brasil, o Ministério das Relações Exteriores informou que não fará “manifestações adicionais” sobre o ocorrido.

Matéria atualizada às 13h41



Agência Brasil

Primeiro ídolo do tênis de mesa brasileiro, Biriba morre aos 80 anos

Primeiro grande nome da história do tênis de mesa brasileiro, Ubiraci Rodrigues da Costa, o Biriba, morreu na última quinta-feira (25), aos 80 anos. O velório do ídolo ocorre no Cemitério da Quarta Parada, na zona leste de São Paulo, até as 14h desta sexta-feira (26). A morte foi informada pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) e pelo Palmeiras, clube do qual era associado e que representou quando atleta. A causa da morte não foi revelada.

Biriba nasceu em 26 de junho de 1945, na capital paulista. Aos 11 anos, competindo entre os adultos, foi campeão sul-americano de tênis de mesa. Dois anos depois, espantou o planeta ao vencer os japoneses Tanaka Toshiaki e Ogimura Ichiro, ambos campeões mundiais, em amistosos no Ginásio do Ibirapuera, na capital paulista.

Graças aos feitos, o então jovem de 13 anos dividiu a capa do jornal A Gazeta Esportiva, de 18 de novembro de 1958, com Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, estrela do primeiro título mundial da seleção masculina de futebol, e Maria Esther Bueno, que, à época, ganhara o primeiro de seus 19 títulos de Grand Slams (nome dado aos quatro principais torneios do circuito de tênis). A manchete os qualificou como “o triângulo de ouro dos esportes brasileiros”.


São Paulo (SP), 29/02/2020 - Primeiro ídolo do tênis de mesa brasileiro Ubiraci Rodrigues da Costa, Biriba, falece aos 80 anos. Biriba com presidente Delfino Facchina, em 1958. Foto: Palmeiras/Divulgação

Primeiro ídolo do tênis de mesa brasileiro, Ubiraci Rodrigues da Costa, Biriba, morreu aos 80 anos. Na foto, aos 13 anos, Biriba está ao lado do então presidente do Palmeiras, Delfino Facchina, no ano de 1958. Foto: Palmeiras/Divulgação

Em 1961, aos 15 anos, Biriba chegou nas oitavas de final do Mundial, disputado em Pequim, na China, eliminando Rong Guotan, mesatenista da casa e então atual campeão. Pelo feito histórico, recebeu um telegrama do então presidente Jânio Quadros. Aquela foi, por muitos anos, a melhor campanha de um brasileiro na competição, igualada pelo também paulista Claudio Kano apenas em 1987, em Nova Déli, na Índia. O recorde caiu somente em 2021, quando o carioca Hugo Calderano atingiu as quartas de final em Houston, nos Estados Unidos.

Aos 21, porém, Biriba deixou o esporte de alto rendimento por falta de apoio. Formou-se em economia, foi funcionário da Secretaria da Fazenda onde trabalhou por 50 anos.

“As técnicas mudaram mundialmente, a gente não tinha intercâmbio. Até para disputar um campeonato, tinha que pedir apoio para arrumar passagem. Você vai viver de glória? De troféu? Você vai tomar um cafezinho, tem que pagar, não é? Era super amador, não ganhávamos nada, nada”, contou Biriba, em entrevista ao programa Stadium, da TV Brasil, em janeiro de 2020.

Mesmo longe das competições, o ex-mesatenista seguiu reconhecido, inclusive fora do Brasil. Uma das homenagens foi feita pela Butterfly, maior empresa japonesa no segmento da modalidade, que criou uma raquete de nome “Biriba”, que o ídolo conheceu em 1996, ao visitar uma loja de Tóquio, no Japão.

“Tênis de mesa não significa somente vitórias, título e fama. Para mim, o mais importante foram as amizades, a sociabilização das crianças. Eu era tímido e me desenvolvi socialmente. Ter espírito competitivo, saber ganhar e perder, nos prepara para a vida”, disse Biriba, em depoimento feito ao site da CBTM em abril, quando foram celebrados 64 do histórico triunfo sobre o campeão mundial na China.

 

Agência Brasil

Infecções por Aedes aegypti elevam risco de complicações no parto

Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya, chamadas arboviroses, representam uma preocupação crescente para a saúde materno-infantil no Brasil.

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – publicado recentemente sobre saúde pública na revista Nature Communications – analisou mais de 6,9 milhões de nascidos vivos no país entre 2015 e 2020. Ele revelou que a infecção por esses vírus durante a gravidez está associada a maiores riscos de complicações no parto e para os recém-nascidos, incluindo parto prematuro, baixo peso ao nascer e até morte neonatal.

A pesquisa – conduzida por cientistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Fiocruz Bahia) – indica que a infecção por arboviroses durante a gestação elevou o risco de parto prematuro, baixo escore de Apgar (avaliação rápida realizada após o nascimento para verificar a adaptação à vida fora do útero) e óbito neonatal. 

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Anomalias

A dengue, além de estar ligada ao parto antes do tempo e ao baixo peso, também mostrou associação com alterações estruturais e funcionais no desenvolvimento do feto, chamadas de anomalias congênitas.

No caso da zika, os efeitos adversos foram ainda mais amplos, com destaque para a má-formação congênita, cujo risco foi mais que duplicado entre bebês de mães infectadas. 

O pesquisador Thiago Cerqueira-Silva avaliou, no entanto, que os padrões de risco variam entre o vírus e o período da infecção.

Risco de morte

“O estudo fornece evidências robustas e detalhadas que desmistificam a ideia de que apenas a zika é uma grande ameaça na gravidez. Demonstramos que a chikungunya e a dengue também têm consequências graves, como o aumento do risco de morte neonatal e anomalias congênitas. Essa informação é crucial para direcionar a atenção clínica e de saúde pública”, explicou.

O pesquisador esclareceu que o estudo traz novas evidências sobre os impactos das infecções por arbovírus na gestação, indicando períodos de maior vulnerabilidade em cada trimestre. A variação do risco sugere que diferentes mecanismos biológicos atuam em cada fase, o que reforça a importância da vigilância e da prevenção ao longo de toda a gravidez.

Prevenção

Para Thiago, os resultados do estudo deixam claro que é preciso fortalecer as medidas de prevenção durante a gestação. Isso não apenas protege a saúde das mães, mas também ajuda a evitar consequências que podem marcar a vida dessas crianças por muitos anos.  

Em comunidades vulnerabilizadas, a maior exposição ao mosquito transmissor aumenta o risco de infecção e os efeitos durante a gravidez tendem a ser mais severos. Além disso, o peso financeiro no cuidado de crianças com anomalias congênitas ou complicações neonatais recai de forma desigual sobre famílias com baixa renda.

Diante desse cenário, o pesquisador defende a urgência de ampliar a cobertura vacinal contra dengue, e adicionar a vacinação contra chikungunya na política nacional de imunização.

Deve-se “garantir que as vacinas existentes (dengue e chikungunya) sejam oferecidas gratuitamente e com ampla cobertura, independentemente de sua condição socioeconômica. Além disso, campanhas educacionais informando sobre os riscos associados à dengue e à chikungunya durante a gestação são necessárias, uma vez que atualmente apenas os impactos negativos da zika são bem difundidos”, finalizou. 

Agência Brasil

Setor de alimentação fora do lar mostra recuperação

Em agosto deste ano, o setor de alimentação fora do lar registrou o menor índice de empresas operando no prejuízo desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Bares e Levantamentos (Abrasel), entidade que representa e promove o setor de alimentação fora do lar, apenas 16% dos estabelecimentos fecharam o mês no vermelho, enquanto 43% tiveram lucro e 40% mantiveram estabilidade. Os números reforçam um cenário de recuperação que não aparecia há anos.

Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, os dados refletem uma virada importante. “A redução dos prejuízos é um sinal de que os bares e restaurantes estão conseguindo se adaptar melhor às condições econômicas. O setor viveu um período muito duro e agora dá sinais claros de recuperação, o que representa um alívio para os empresários e para a economia”, avalia.

Equilíbrio

O faturamento mensal também apresentou desempenho positivo. Em agosto, 39% das empresas viram suas receitas crescerem em relação a julho, superando os 34% que registraram queda. Para 27%, o resultado se manteve estável.

Para a Abrasel, mesmo com a inflação acumulada de 5,13% nos últimos 12 meses, 36% dos empresários conseguiram reajustar seus preços para acompanhar o índice – cinco pontos percentuais acima do observado no mesmo período de 2024. Outros 20% aplicaram aumentos abaixo da inflação, 6% conseguiram repassar valores maiores e 38% não realizaram nenhum reajuste nos cardápios.

Inadimplência em queda

Outro dado que confirma a tendência de melhora é a redução dos atrasos nos pagamentos. Hoje, 64% das empresas não possuem débitos pendentes, um avanço importante em relação aos últimos anos. Entre os que ainda enfrentam dificuldades, os principais atrasos estão relacionados a impostos federais (71%), estaduais (48%) e empréstimos bancários (35%).

Segundo Solmucci, a soma de fatores como maior controle financeiro e a queda no índice de desemprego fortalecem o processo de recuperação. “A redução do desemprego tem sido determinante para a retomada do setor, pois amplia a renda disponível das famílias e favorece o consumo fora do lar. Esse cenário traz mais segurança aos empresários e sustenta a expectativa de crescimento contínuo nos próximos meses”, finalizou.

Agência Brasil

PM apreendeu 500 fuzis este ano em ações contra o crime organizado

O Rio de Janeiro apreendeu 500 fuzis pela Polícia Militar, desde o início do ano de 2025. O número foi registrado, após operações realizadas pelos batalhões de Irajá, Ilha do Governador e Bangu, nas zonas norte e oeste da capital fluminense. Esse dado evidencia um cenário que vem sendo combatido intensamente pelas forças de segurança estaduais.

“Precisamos reforçar a necessidade de uma atuação mais firme por parte do governo federal para impedir a entrada de armas no território fluminense. Encerramos 2024 com a apreensão de 732 fuzis e, este ano, já recolhemos 500. É uma situação preocupante, não podemos deixar que essas armas de guerra continuem circulando pelo nosso estado”, esclareceu o governador Cláudio Castro.

Durante as ações, a Secretaria de Estado de Polícia Militar retirou de circulação seis armamentos – de uso restrito das forças de segurança, que estavam em poder de narcotraficantes ligados às principais facções criminosas do Rio.

Uma análise da Subsecretaria de Inteligência da corporação (SSI) aponta uma mudança no perfil das armas utilizadas pelos criminosos. Em 2025, o setor tem observado que grande parte dos fuzis apreendidos pelos policiais militares foi montada em fábricas clandestinas, ligadas ao crime organizado. Até o ano passado, mais de 90% dos fuzis apreendidos pela SEPM eram fabricados em outros países.

As maiores apreensões ocorrem em áreas do estado onde há disputa territorial entre facções criminosas rivais, como as regiões dos Complexos do Chapadão e da Pedreira, além do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho.

De acordo com o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo Nogueira, “cada fuzil retirado de circulação representa vidas salvas e comunidades mais seguras. Nosso compromisso é seguir atuando de forma integrada e estratégica para enfraquecer o poder bélico das facções criminosas e levar tranquilidade à população fluminense”.

Os resultados foram alcançados com o investimento em equipamentos com tecnologia, informações do setor de inteligência, ações previamente planejadas e também devido à colaboração imprescindível da população, por meio do serviço de atendimento 190 ou do Disque-Denúncia (21) 2253-1177.

 

Agência Brasil

Sistema de alerta da Defesa Civil será testado no Centro-Oeste sábado

Moradores do Distrito Federal e de mais 12 municípios dos três estados da região Centro-Oeste receberão em caráter de teste, neste sábado (27), a partir das 15 horas (horário de Brasília), alertas de emergência demonstrativos da Defesa Civil sobre riscos de desastres naturais de grande perigo.

A meta do teste da ferramenta Defesa Civil Alerta (DCA) é simular o aviso às pessoas que estejam em localidades com risco iminente, por exemplo, de alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra, vendavais e chuvas de granizo, entre outros, para possam adotar medidas de proteção.

Além de Brasília e regiões administrativas do Distrito Federal, os seguintes municípios estão na lista para receber alertas simulados sobre a iminência de risco de desastres naturais:

·         Goiânia, Itumbiara, Formosa e Cidade de Goiás, em Goiás;

·         Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul;

·         Cuiabá, Rondonópolis, Tangará da Serra e Rio Branco, em Mato Grosso.

Os alertas serão sonoros e/ou visuais enviados a todos os aparelhos celulares das localidades em teste, conectados à rede móvel de tecnologia 4G ou 5G. A comunicação de riscos será feita na língua portuguesa, inicialmente.

Como funciona

O dispositivo Defesa Civil Alerta usa tecnologia de transmissão via telefonia celular e o serviço é gratuito. Não é necessário cadastro prévio do usuário para receber as mensagens de alerta. Os smartphones lançados a partir de 2020 são compatíveis com a ferramenta. Por padrão, os aparelhos estão habilitados.

Por isso, o usuário não precisa alterar qualquer configuração no próprio celular para receber as mensagens enviadas.

O recurso funciona independente do pacote de dados móveis. O alerta aparecerá na tela do aparelho sobreposto a qualquer conteúdo que esteja sendo acessado no celular, mesmo que o usuário esteja usando internet, vendo vídeos ou ouvindo música ou com o aparelho no modo silencioso.

Porém, se o celular estiver somente conectado no Wi-Fi, o alerta não será recebido, porque é necessário estar conectado à rede móvel 4G ou 5G.

Para pessoas com dificuldades visuais, além do alerta sonoro, existe uma funcionalidade no celular que permite a leitura do alerta.

Prevenção de desastres

O Defesa Civil Alerta moderniza o sistema de prevenção de desastres do país e complementa os envios de alertas por outros meios, que não serão substituídos: SMS, TV por assinatura, Whatsapp, Telegram e Google Public Alerts.

A depender da gravidade do alerta, o sistema também poderá emitir um sinal sonoro similar a uma sirene.

O conteúdo dos alertas e o momento de envio dos conteúdos são de responsabilidade dos departamentos de defesas civis de estados e municípios.

Não haverá cobrança para o recebimento de alertas de emergência. Desta forma, qualquer contato recebido em nome de prestadora ou instituição solicitando o pagamento de valores representa uma tentativa de golpe.

Sistema testado

O Defesa Civil Alerta (DCA) foi desenvolvido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), com suporte técnico da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e participação do Ministério das Comunicações (MCom), Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom-PR), operadoras de telefonia móvel e defesas civis estaduais e municipais.

A implantação do DCA foi feita em fases. Os primeiros alertas do Defesa Civil Alerta (DCA) foram emitidos em agosto de 2024, na etapa piloto realizada em 11 municípios das regiões Sul e Sudeste. A partir de 4 de dezembro de 2024, todos os estados dessas regiões estavam aptos a utilizar a tecnologia.

Em junho deste ano, após capacitações realizadas entre março e abril, os nove estados do Nordeste também passaram a contar com o sistema. O envio de alerta de demonstração foi feito em 14 de junho, com início oficial da operação em 18 de junho.

As regiões Norte, Centro-Oeste e o Distrito Federal já tiveram seus agentes estaduais de defesa civil capacitados em maio e junho passado.

Este mês, o serviço será habilitado no Norte do Brasil.

Por fim, com a etapa de teste na região Centro-Oeste, o Defesa Civil Alerta estará disponível, efetivamente, às populações do Centro-Oeste, no mês de outubro de 2025.

Os testes deste sábado concluirão a nacionalização da nova ferramenta da Defesa Civil Nacional para desastres de grande perigo.

Dúvidas

Saiba mais sobre a ferramenta Defesa Civil Alerta no site do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Em caso de dúvidas sobre os sistemas de alerta de desastres, é possível entrar em contato com a Anatel por meio dos canais de atendimento disponíveis (telefone 1331 ou pelo Anatel Consumidor – Portal da Agência ou com os órgãos competentes de defesa civil do Distrito Federal, estado ou município.

Outro tipo de alerta

Se o usuário de celular também quiser receber alertas de emergência via WhatsApp é necessário se cadastrar pelo telefone (61) 2034-4611 ou pelo link, e, em seguida, interagir com o chatbot (robô de atendimento), enviando um “Oi”.

Após essa primeira interação, o usuário poderá compartilhar sua localização atual ou escolher qualquer outra do seu interesse e, dessa forma, receber as mensagens encaminhadas pelos órgãos de defesa civil locais.

Agência Brasil

Sociedade de Reumatologia defende mais centros de infusão no SUS

Desde 2003, Fernando Henrique dos Santos, 42 anos, sofre com fortes dores, principalmente na coluna. Em 2018, após receber um diagnóstico de artrite reumatoide – uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações – ele foi afastado do trabalho. Em uma de suas últimas consultas médicas realizadas neste ano, no entanto, seu diagnóstico foi alterado para espondilite anquilosante, uma forma de artrite inflamatória que afeta principalmente a coluna vertebral.

Por causa desses diagnósticos, Santos precisa tomar um medicamento chamado infliximabe, que é aplicado a cada oito semanas por meio de uma infusão – e que é de alto custo. O medicamento ele consegue de forma gratuita na cidade onde mora. Porém, o tratamento é mais complicado.

Morador de Guarulhos, na Grande São Paulo, Santos precisava ir até a cidade de Mogi das Cruzes, também na região metropolitana de São Paulo, para que o medicamento pudesse ser aplicado com segurança. Esse serviço era oferecido pelo laboratório que fabricava o remédio e que tinha um acordo com o governo estadual.

“É feito uma infusão que tem que ser [aplicada] com a equipe especializada”, contou. Quando o contrato entre o laboratório e o governo foi rompido, ele teve que passar a fazer o procedimento em uma clínica na zona leste da capital paulista, por meio de seu convênio médico, já que o serviço não estava disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Eu estou afastado do serviço, então eu tenho essa possibilidade de estar me deslocando [entre Guarulhos e a capital paulista]. Para mim, isso não é problema. A minha maior dificuldade é o tratamento em si: pelo SUS eu não consigo [fazer o tratamento]”, disse.

Para a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a falta de centros de infusão no SUS e de protocolos para a aplicação de medicamentos coloca em risco o tratamento de doenças crônicas autoimunes e raras e a perda de medicamentos de alto custo.

Em entrevista à Agência Brasil durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado entre os dias 17 e 20 de setembro em Salvador (BA), o reumatologista Vander Fernandes, coordenador da Comissão de Centros de Terapia Assistida da entidade afirmou que, embora muitos desses medicamentos sejam ofertados gratuitamente pelo sistema público, existe hoje “um vazio entre o doente pegar o remédio e ir a algum lugar que vá atendê-lo e fazer isso com segurança”.

Muitas dessas medicações advindas de biotecnologia são de alto custo e, apesar do fornecimento pelo SUS, não há protocolos que determinem a rede de cuidados para a administração dos medicamentos, que exige atenção especial na manipulação, manutenção, armazenamento e aplicação.

“Há mais de 25 anos que o SUS incorporou esta tecnologia no seu hall de atenção farmacêutica, mas qual foi o erro desde o início? Desde que essa tecnologia de tratamento foi incorporada no SUS, entendeu-se que se tratava apenas de um remédio e colocou-se [esse medicamento] no componente especializado da assistência farmacêutica que atende os pacientes do SUS, fornecendo remédio diretamente aos pacientes. Cada um pega o seu, leva para casa e o usa. Mas isso não está certo. Estes são medicamentos que, às vezes, precisa de um soro, de uma equipe de pré-medicação para observar se não vai dar reação adversa. Alguns desses medicamentos necessitam de infusão longa, de duas a seis horas. E isso não foi contemplado em nenhum momento até hoje na história do SUS”, reforçou.

Um dos prejuízos provocados pela falta desses centros, esclareceu o reumatologista, é que alguns dos remédios exigem assistência no momento da aplicação e de um local adequado para diluição e até armazenamento, já que alguns deles necessitam permanecer em temperaturas específicas. Sem essas condições, o medicamento perde a eficácia.

“Há medicamentos que tem que ser armazenados numa determinada temperatura, em uma cadeia de frio, e que fora da temperatura, ele pode perder a sua qualidade, comprometendo então a sua eficácia e segurança”, ressaltou.

Além disso, destacou o médico, esses centros seriam fundamentais para se observar possíveis intercorrências ou reações alérgicas do paciente.

“Nossa luta é para que o Ministério da Saúde solte esse regramento [sobre os centros de terapia assistida], crie um financiamento para isso e para que os estados e municípios possam aderir a essa política, credenciar serviços e aí sim, pleitear junto ao Ministério um recurso para pagar esses prestadores porque seria necessário ter isso em todas as cidades [do país]”, disse Fernandes.  

“Tem pessoas que estão com remédio na mão e não tem onde fazer [a aplicação]. Isso não tem cabimento”, reforçou.

Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Reumatologia revelou que no Brasil existe apenas 61 centros de terapia assistida, sendo que a maioria é privada e está concentrada na Região Sudeste, principalmente em capitais e grandes cidades.

Apesar de fazerem atendimentos tanto privados quanto públicos, por meio dos programas de apoio da indústria, somente 11 deles têm algum contrato com o SUS. A estimativa é que cerca de 20 mil pacientes realizem tratamentos fornecidos pelo SUS com medicamentos imunobiológicos de aplicação infusional endovenosa, o que necessitaria de assistência especializada para o seu uso.

Em julho de 2023, a Biored Brasil, uma rede de associações de pacientes, realizou uma pesquisa com 761 pacientes que recebem medicamentos de alto custo do SUS. Esse estudo indicou que 10% desses pacientes estavam sem acesso a aplicação e 46% afirmavam que não havia centro de terapia assistida próximo ao local de residência onde poderiam fazer esta aplicação.

Mais da metade desses pacientes (55% do total) declararam pagar entre R$ 150 e R$ 200 por aplicação o que, segundo eles, causava um grande impacto à renda familiar.

Do total de pacientes entrevistados pela rede, apenas 20% declararam realizar a aplicação dos medicamentos em centros de terapia assistidas do SUS.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que está analisando a criação de pontos para se tornarem centros de terapia intensiva. Esse processo se encontra na fase de estudos técnicos. 

* A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Reumatologia

Agência Brasil

Festival Revelenado SP começa com cultura produzida fora das capitais

Com mais de 200 participantes de 114 municípios paulistas e tendo como mote a cultura produzida fora do eixo das capitais, começou hoje (25) mais uma etapa do festival Revelando SP. O evento segue até domingo (28).

A programação conta com artistas e grupos que representam a cultura tradicional, como Trio Parada Dura, Adriana Farias, Barra da Saia, Almir Sater e Siba com a Orquestra de Frevo do Capibaribe, entre outros.

“Para construir um futuro precisamos entender um pouquinho daquilo que é mais tradicional. (…) A importância do Revelando é que a pessoa que mora na capital de São Paulo poderá conhecer a vida daqueles que estão em outras regiões do nosso estado e das suas histórias, para que essas tradições sejam transmitidas em cada geração e que a gente consiga fortalecer a nossa cultura tradicional”, explica Marcelo Assis, secretário-executivo da Cultura de São Paulo.

No artesanato, 105 estandes apresentam criações de diversas cidades. Alguns estandes expõem artigos religiosos, outros representam grupos, como o artesanato indígena dos Pankararu, de Guarulhos.

Arte e estética

Simone Pankararu, por exemplo, vai exibir acessórios que sua família cria por muitas gerações. Para além da estética, a arte de Simone serve simbolicamente para a proteção.

“Tem o olho de pombo, o olho de cabra e o capiá, que muitos conhecem como Lágrimas de Nossa Senhora. Todas essas sementes são usadas para proteção. A gente também trabalha com o grafismo, que remete coisas da natureza, como o jabuti, que representa na nossa cultura, força, resistência e luta,” assegura Simone.

Outros destaques da programação são: a culinária, com 71 estandes de comida caipira, doces e bebidas alcoólicas; manifestações culturais; oficinas promovidas pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo; e as experiências imersivas do espaço Experimenta!

O Festival Revelando SP é realizado na Avenida Nadir Dias Figueiredo, no bairro Vila Guilherme, zona norte de São Paulo. A entrada é gratuita.

A promoção é da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativa do Estado de São Paulo.

*Estagiário sob supervisão de Eduardo Luiz Correia

Agência Brasil

COB Expo inicia com homenagens a multicampeões olímpicos e mundiais

A cidade de São Paulo recebe, desde a última quarta-feira (24), a terceira edição da COB Expo, considerada a maior feira de esportes olímpicos da América Latina. A conferência, organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), é realizada até o próximo domingo (28) e tem expectativa de receber mais de 72 mil pessoas no Pro Magno Centro de Eventos, no bairro Casa Verde, zona leste da capital paulista.

A exposição reúne estandes das confederações, simuladores e arenas para experimentação de modalidades, como surfe, tênis de mesa e lacrosse (uma das novidades da Olimpíada de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028). A programação tem cursos, clínicas e plenárias com personalidades do esporte brasileiro e mundial. Na quarta, destaque ao ex-velocista norte-americano Carl Lewis, dono de nove medalhas de ouro e uma de prata em quatro edições dos Jogos e eleito o Atleta do Século XX pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Na ocasião, Lewis recebeu uma homenagem de Maurren Maggi, primeira campeã olímpica brasileira em esportes individuais (graças ao ouro no salto em distância nos Jogos de Pequim, na China, em 2008). Ela entregou ao ex-atleta uma bola com assinatura de outros medalhistas do país, como o ex-ginasta Arthur Zanetti, o ex-judoca Rafael Silva e a ex-ponteira de vôlei Erika Coimbra.

“Ele [Lewis] é uma inspiração para todos os atletas, não só do atletismo, mas do esporte em geral. A carreira dele mostra que dedicação e excelência podem transformar gerações”, disse Maureen.

Nesta quinta-feira (25) foi a vez do cubano Mijaín López, pentacampeão olímpico da luta greco-romana, participar de uma interação com Baby. Os dois conversaram com jovens do Centro Olímpico e do Rede Olímpica, programas de formação e alto rendimento da capital paulista.

“É muito especial estar de volta ao Brasil, onde conquistei meu terceiro campeonato olímpico, na Rio 2016. E ainda estar dividindo esse momento com tantos jovens, orientá-los e conhecê-los”, destacou López, em depoimento ao site do COB.

“É muito importante ter essa troca com os jovens atletas, conversar sobre o desempenho de um multicampeão olímpico e transmitir um pouco dos valores olímpicos para essa garotada que está só começando”, completou Baby, também à página do Comitê.

Outras atrações desta quinta foram as presenças dos campeões do mundo Caio Bonfim, da marcha atlética, e Yago Dora, do surfe. Na quarta à noite, Caio foi aplaudido de pé durante a cerimônia de abertura do evento, assim como Rebeca Lima, medalhista de ouro no Mundial de Boxe de Liverpool, no Reino Unido.

“O futuro do esporte brasileiro passa pela COB Expo, pelas parcerias duradouras e pelos valores compartilhados por tantos e tantas que fazem o Movimento Olímpico do Brasil acontecer. A COB Expo é um pilar fundamental para a construção de uma Nação Esportiva, em que queremos levar o esporte para além da medalha”, resumiu o presidente do COB, Marco La Porta, em discurso na cerimônia.

Agência Brasil

Tenda de jornalistas palestinos é bombardeada após reunião com Fenaj

Um grupo de jornalistas palestinos na Cidade de Gaza teve sua tenda bombardeada por forças militares de Israel, na tarde desta quinta-feira (25), após participarem de uma videoconferência com repórteres brasileiros organizada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), pelo Sindicato dos Jornalistas da Palestina e pela Embaixada da Palestina no Brasil. No local, onde funcionava o Centro de Solidariedade de Jornalistas em Gaza, estavam pelo menos 20 profissionais. A informação sobre o incidente foi dada pela Fenaj, por meio da embaixada.

De acordo com o embaixador palestino, Ibrahim Alzeben, até o início da tarde não havia informações sobre vítimas, mas uma fonte árabe, próxima à entidade sindical local, informou que os jornalistas conseguiram escapar com vida. A Cidade de Gaza foi praticamente destruída pelas forças israelenses desde outubro de 2023, quando a guerra em Gaza eclodiu.

No encontro online, foram ouvidos os relatos dos líderes sindicais Naser Abu Baker e Tahseen al Astal, presidente e vice do Sindicato dos Jornalistas da Palestina, e mais nove profissionais com atuação na Faixa de Gaza. Eles apresentaram números para demonstrar que a imprensa palestina é um alvo prioritário de Israel. Dos cerca de 1,6 mil jornalistas profissionais registrados na Faixa de Gaza, 252 foram mortos em ataques israelenses desde o início da ofensiva no enclave palestino. Outros 400 foram feridos e cerca de 200 estão presos. Ao menos 600 familiares destes profissionais também foram mortos na guerra.

A jornalista freelancer Fidaa Asaliya, uma das que estavam na tenda bombardeada, declarou que os profissionais da imprensa na Palestina estão pagando com a própria vida o preço de transmitir a verdade ao mundo.

“Estamos no centro de solidariedade pertencente ao Sindicato dos Jornalistas em meio a um bombardeio constante que está ameaçando as nossas vidas constantemente, mas continuamos fazendo nosso trabalho”, afirmou.

Segundo Fidaa Asaliya, a ocupação não faz distinção entre um jornalista, um cidadão ou um membro da resistência.

De acordo com os relatos, os profissionais que não são mortos têm as suas casas bombardeadas, obrigando-os a se deslocarem seguidamente em busca de um lugar para se abrigar. Samir Khalifa, outro jornalista em Gaza, contou que em 23 meses de ataques já se deslocou de um lugar para outro 18 vezes. O Sindicato dos Jornalistas da Palestina aponta ainda que 647 imóveis residenciais de profissionais de imprensa foram destruídos pela invasão das forças militares de Israel.

Ainda segundo a entidade, desde o início da ocupação israelense, há dois anos, cerca de 3,4 mil jornalistas foram proibidos de entrar no enclave, sendo 820 deles oriundos dos Estados Unidos (EUA), o principal aliado de Israel.

“A ideia da reunião foi exatamente promover a oportunidade de nossos colegas palestinos, que estão sendo assassinados brutalmente, relatarem a realidade que enfrentam para noticiar sobre uma ofensiva que já matou quase 70 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças”, disse a presidenta da Fenaj, Samira de Castro.

Ela lamentou que Israel possa ter monitorado a transmissão da reunião e tenha agido logo depois para silenciar mais vozes em sua cruzada genocida e de limpeza étnica.

A conversa com os repórteres brasileiros, a convite da Fenaj e com participação da Agência Brasil, aconteceu com grupos de jornalistas palestinos instalados em tendas em dois centros improvisados, um em Khan Yunis, no sul de Gaza, e outro na Cidade de Gaza, ao norte, que já foi praticamente toda destruída pelos bombardeios das forças militares de Israel.

Em nota, o Comitê Editorial e de Programação (Comep) e o Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão (CPADI), ambos fóruns de participação social da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), manifestaram repúdio ao bombardeio que atingiu o Centro de Solidariedade de Jornalistas em Gaza.

“O ataque ocorreu meia hora depois de jornalistas palestinos participarem de uma roda de conversa virtual promovida pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pela Embaixada da Palestina no Brasil, em diálogo com dezenas de profissionais de mídia brasileiros. O episódio confirma que Israel monitora e persegue jornalistas com o objetivo de silenciar vozes que denunciam o genocídio em curso na Faixa de Gaza. Reiteramos nossa solidariedade aos colegas palestinos, que seguem trabalhando sob risco permanente de morte, deslocamentos forçados e destruição de suas casas e locais de trabalho”, diz um trecho da manifestação.

Os comitês exigem da Organização das Nações Unidas, da comunidade internacional e dos organismos de proteção aos direitos humanos “medidas urgentes e concretas para cessar os crimes de guerra cometidos por Israel”.

A Agência Brasil pediu, mais cedo, posicionamento à Embaixada de Israel sobre a violência contra jornalistas palestinos e aguarda retorno para acréscimo nesta reportagem.

A Faixa de Gaza é um território palestino que tem sido alvo de intensos bombardeios e ataques por terra do Exército de Israel desde um atentado do grupo islâmico Hamas a vilas israelenses, em outubro de 2023, que deixou cerca de 1,2 mil mortos e fez 220 reféns. O Hamas, que governa Gaza, sustenta que o ataque foi uma resposta ao cerco de mais de 17 anos imposto ao enclave e também à ocupação dos territórios palestinos por Israel.

Os ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, desde então, já fizeram mais de 60 mil vítimas, além de destruírem hospitais, escolas e todo tipo de infraestrutura que presta serviços à população. Um bloqueio às fronteiras do território também dificulta a entrada de alimentos e medicamentos, agravando a crise humanitária. Segundo Israel, o objetivo é resgatar os reféns que ainda estão com o Hamas e eliminar o grupo completamente.

O conflito foi um dos principais temas da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, realizada nesta semana em Nova York, nos Estados Unidos. Antes e durante o evento, países tradicionalmente aliados de Israel e dos Estados Unidos anunciaram o reconhecimento oficial ao Estado palestino, entre eles o Reino Unido, a França, o Canadá e a Austrália. O Brasil reconhece a Palestina como um país que tem direito à soberania desde 1967 e apoia a coexistência pacífica de dois Estados: um para os palestinos e outro para os israelenses.

Apesar da pressão internacional, o governo de Israel subiu o tom e afirmou que não haverá Estado palestino.

Matéria ampliada às 20h06 para acréscimo de informações da nota do Comitê Editorial e de Programação (Comep) e do Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão (CPADI) da EBC.

Agência Brasil

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